sábado, maio 25, 2013

GUARDA-REDES CAMPEOES PELO ODIVELAS SAD EPOCA 2012/2013

 FABIO FAIA, GOALKEEPER COACH PAULO FORTUNATO E  JOAO PEREIRA
FABIO FAIA, GOALKEEPER COACH PAULO FORTUNATO E  JOAO PEREIRA

quinta-feira, maio 16, 2013

AQUECIMENTO:

Treino:

  • O treino é um período de experimentação e rotina que permite ao GUARDA-REDES chegar o melhor preparado possível à competição, física e mentalmente em todos os aspectos técnico-tácticos. No futebol, pela conjugação de todos os elementos num campo de grandes dimensões, o treino assume um resultado decisivo para os resultados a obter. Deverá assim ser entendido como algo imprescindível para o êxito. Quem treina bem tem mais probabilidades de jogar ainda melhor. 


Aquecimento

  • Antes de qualquer jogo ou treino, o GUARDA-REDES deve ser sujeito a um rigoroso aquecimento. Nos jogos de futebol, uma equipa dispõe, normalmente, de trinta minutos para aquecer.
    Por esse motivo, os GUARDA-REDES entram frequentemente em campo mais cedo que os restantes jogadores, pois os GUARDA-REDES necessitam de mais tempo de aquecimento.


1-Todos os GUARDA-REDES devem correr por toda grande área de modo a se habituarem ao terreno de jogo;

2-Os GUARDA-REDES colocam-se em cima da linha de fundo (caso a equipa só tenha dois GUARDA-REDES, deve ficar um em cada poste), e correm até á linha de grande área fazendo os seguintes exercícios:

· Rodar os braços para a frente;

· Rodar os braços para traz;

· Rodar o tronco de um lado para o outro alternadamente;

· Rodar as virilhas para fora;

· Rodar as virilhas para dentro;

· Fazer a preparação do remate;

· Fazer Skipping;

· Tocar com os calcanhares atrás;

· Fazer sprints (dois ou três);



3-Todos os GUARDA-REDES pegam numa bola e atiram ao ar com a mão para saltarem com o joelho à frente e apanharem a bola;

4-Um GUARDA-REDES fica na baliza enquanto outro lhe faz remates pelo chão, sem muita força, primeiro para o lado esquerdo do GUARDA-REDES, depois para o centro e de seguida para o lado direito.

5-Um GUARDA-REDES fica na baliza enquanto os outros lhe fazem remates.
Os primeiros remates devem ser fortes, mas direccionados ao GUARDA-REDES (Ou seja, para o GUARDA-REDES encaixar), os remates seguintes já devem ser para cima ou para os lados mas com a mesma força que os anteriores.

6-Um GUARDA-REDES fica na baliza enquanto outro lhe faz remates e outro fica na linha da grande área.
Quando o GUARDA-REDES defende o remate, deve colocar a bola com a mão no GUARDA-REDES que se encontra na linha da grande área.

7-Um GUARDA-REDES fica na baliza enquanto outro lhe faz remates e outro fica na linha de meio campo.
Quando o GUARDA-REDES defende o remate, deve colocar a bola com o pé no GUARDA-REDES que se encontra na linha de meio campo.





Duração:

1 - 2 minutos;

2 - 5 minutos;

3 - 3 minutos;

4 - 5 minutos;

5 - 5 minutos;

6 - 5 minutos;

7 - 5 minutos;

Total - 30 minutos;



NOTA: Caso se trate de um jogo, os passos 4, 5, 6 e 7 devem ser efectuados apenas pelo GUARDA-REDES titular.

quarta-feira, maio 08, 2013

O QUE O JOGO FUTEBOL EXIGE DE SEUS GUARDA-REDES? :

Aspectos de formação, preparação e evolução da espécie. A evolução da posição dentro deste esporte ainda não é acompanhada pela demanda de maiores e melhores números de informações sobre suas funções dentro do jogo. Não há duvidas de que o futebol, assim como a maioria dos outros esportes, tem sido influenciado pelos avanços proporcionados pelas informações das ciências do esporte, em que a cada ciclo de campeonatos mundiais específicos, novos métodos e estratégias competitivas favorecem a evolução do esporte. Referente a isto falaremos sobre informações de exigências contemporâneas e conteúdos do processo de formação de atletas de futebol na posição de GR, posição na qual cada vez mais ganha destaque no cenário futebolístico, devido ao seu alto componente decisivo de uma partida, em que suas acções estão diretamente ligadas ao sucesso ou fracasso de uma equipe, exigindo assim um alto nível de preparação deste atleta, analisando suas exigências e buscando a formação qualificada de novos atletas para a posição. Segundo Piqueras e Vallet (2006) a bibliografia em relação a este tema é escassa, o qual dificulta muito o trabalho àquele que queira aprofundar-se neste tema. Ratificando, ainda é pouco o que se sabe, cientificamente, sobre este atleta. Poucos são os estudos que possam mostrar exigências específicas, mapeamentos de ações técnico-táticas e dados referenciais de jogo (e até mesmo comparativos), no qual o profissional responsável pelos treinamentos, preparação e formação deste atleta possa utilizar como referência para fazer um bom direcionamento de acordo com suas exigências. Com isso, este artigo buscará reunir informações de questões específicas sobre a evolução e características de exigências de um goleiro de futebol atual. Segundo Madir (2001) a formação do GR não está somente ligada à proteção do gol e deverá incluir uma grande parte de ações fora dela. Isso mostra que a exigência do GR moderno é cada vez mais como parte de um jogador da linha de defesa, tendo que desenvolver habilidades de função tática individual e coletiva, como manter posse de bola, acionar jogadas ofensivas rápidas, jogar com os pés, coberturas defensivas, posicionamento e ângulos de arremates, proteção de toda área penal entre outras ações. Acrescentando, Yagüe (2001) mostra que com a mudança das exigências de um GR, após as mudanças na regra de 1991, este fato ocasionou um aumento de suas responsabilidades e obrigações no jogo; em contrapartida, este se limitou às possibilidades de atuação. Em resumo, os problemas técnico-táticos que as novas regras lhe impõem, exigem um tipo de GR distinto, cuja única missão não seja somente impedir que a bola atravesse a linha do golo, com uma posição natural debaixo do golo e com pouca relação da bola com os pés (excepto tiro de meta e voleios), ainda mais com a pressão de adversários. O GR nas exigências atuais estará obrigado a intervir tecnicamente e taticamente em uma organização coletiva do jogo defensivamente e ofensivamente, a jogar com os pés como parte da linha defensiva com pressão dos adversários e sair da sua área para exercer uma cobertura da última linha da defesa.

Conforme as citações anteriores definem-se as exigências gerais do GR no jogo de futebol como:

- Jogo de posicionamento:
o GR deve atribuir suas estratégias defensivas tendo um posicionamento eficiente (bissetriz), mudando seu posicionamento em função da direção da bola, de seus companheiros e seus adversários, preenchendo da melhor maneira o ângulo de arremate, objetivando a proteção direta do gol.

- Organizador e coordenador do setor defensivo: atribuído à sua visão privilegiada no jogo e possibilidade de correção do setor defensivo, exige-se deste atleta uma leitura de jogo apurada e conhecimento tático geral e específico de sua equipe, seguindo as características do modelo de jogo.
- Domínio e proteção da área de pênalti: a protecção indirecta do golo está atribuída às exigências mais complexas das acções do guarda-redes, em que este deverá interceptar linhas de passes ofensivas adversárias com uma precisão peculiar, analisando constantes variações espaço-temporais, trajetória da bola, movimentação adversária e posicionamento defensivo; sendo assim, este deve demonstrar tranquilidade, segurança e domínio sobre este espaço de intenso perigo.
- Comportamento ante as situações de bola parada: com o aumento do aproveitamento em situações de bola parada, o guarda-redes tornou-se peça chave para a neutralização de perigo desta situação de jogo.
- Duelos com adversários (ex: 1x1): são os enfrentamentos em que os GRS utilizam de suas estratégias defensivas para dificultar a ação ofensiva do adversário.
O sucesso nesta situação para o GR pode influenciar intensamente e diretamente sobre o resultado, além do bom aproveitamento nestas situações extremamente decisivas, que pode garantir muitos pontos à equipe na competição.
- Apoio ao setor defensivo: Além de oferecer uma cobertura para o sector defensivo, dentro e fora da área é exigido de um guarda-redes que este tenha condições de manter a posse de bola com os pés, oferecer linhas de passe para distribuição e manutenção da posse de bola no sector defensivo.
- Iniciador de ataque: para surpreender o adversário com transições de ataques de velocidade e contra-ataques rápidos, exigiu-se a melhora das acções técnicas de reposição de bola e leitura tática com a tomada de decisão rápida do GR, em que este passa a ser o primeiro jogador a iniciar uma situação dessas, quando com a posse de bola.
- Gestor do tempo da partida: o GR é um elemento importante para a gestão do ritmo da partida; cortar o ritmo da equipe adversária e em situações de inferioridade, ou temporizar o início de uma jogada.
Numa situação contrária, com necessidade de busca pelo resultado, este pode acelerar o ritmo e iniciar rapidamente jogadas ofensivas.
Exigências estas especialmente diferenciadas pela regra do jogo, no qual é necessário este atleta desenvolver habilidades motoras e de inteligência cognitiva extremamente diferentes de um atleta de linha.
O GR requer de um número de recursos motores amplos e variados, de uma precisão peculiar decisiva e noções espaço-temporal em relação à bola e outros jogadores, com ajustes de seu posicionamento de protecção ao golo e área em constantes mudanças.
Para Madir (2001) com a diferença que ocorre com outras posições, é extremamente necessário o desenho de um programa de trabalho específico, para que este jogador chegue ao mais alto nível e à melhor condição físico-técnico-tático possível.
Sendo assim, dada a importância do guarda-redes dentro do jogo de futebol, podemos avaliar a notoriedade da função do responsável pela organização, planejamento e execução dos treinamentos para GRS de maneira integrada, salientando a importância da definição de conteúdos técnico-táticos, com base nas funções e exigências deste atleta no jogo, tanto para a formação de novos atletas, como para a preparação em alto nível.

segunda-feira, abril 29, 2013

O TREINAMENTO DE GUARDA-REDES: PARA TODOS DA COMISSAO TECNICA

Treinar o GR significa prepará-lo para resolver os problemas, inclusive na organização coletiva da equipe. O GR é um jogador com ações distintas dos demais atletas no futebol.
Ele é o único que pode tocar a bola com as mãos e que tem a difícil missão de proteger a meta das investidas do adversário.

Contudo, sua ação se resume a proteção à meta? 
Com o objetivo de responder a pergunta acima fiz um estudo sobre a ação do goleiro dentro do jogo. Neste estudo, analisei todos os jogos de dois jogadores desta posição no Campeonato Brasileiro de 2009.
O fato foi que me surpreendi um pouco com os resultados. Vou apresentar de forma resumida alguns dados encontrados.
Os dados gerais me mostraram que o GR A agiu em média 37 vezes durante o jogo, (contando apenas ações com bola); já o GR B agiu 28 vezes, nove ações a menos.
As equipes tiveram um desempenho parecido ao longo do campeonato e não houve diferença significativa nas finalizações sofridas em ambos, então comecei a refletir sobre os motivos que levavam essa diferença numérica de ações entre os jogadores. Para análise, dividi as ações em "Habilidades Específicas" (ações de proteção à meta), "Reposições" e "Passes". Ambos os GRS tiveram a reposição como a ação de maior incidência dentro do jogo, seguido dos passes e por último, acreditem, ficaram as habilidades específicas.
Resolvi ir a fundo em cada uma das ações. Nas habilidades específicas, cada um agiu em média sete vezes durante as partidas e a saída é a ação de maior incidência nesse aspecto. Nas reposições, os dados me mostraram que o GR A tinha um aproveitamento de 65,9% e o GR B, 43,3%. 
Nos passes, essa discrepância era maior ainda: 73,5% contra 46,8%.
O GR B recolocava a bola em jogo e fazia o passe mais para a equipe adversária do que para sua própria equipe. Em meio a esses dados observei que o GR A, além de ter um aproveitamento maior nos passes, participava mais neste quesito. 
Enquanto o GR B realizava seis passes em média por jogo, o GR A realizava 15. Sendo assim, a diferença "estatística" entre os GRS estava na participação com os pés dentro do jogo.
Com esses dados podemos levar a discussão para inúmeros caminhos, contudo quero discutir a especificidade do treinamento e a participação deste atleta no Modelo de Jogo da equipe.  Para o treino ser específico, ele precisa se apropriar da realidade encontrada no jogo.
No jogo, observei que esses atletas específicos agem relativamente pouco em ações de proteção a meta, logo, o treino deve levar em consideração esse fato. 
Senão corro o risco de preparar o GR apenas para essas "sete ações" de proteção a meta dentro do jogo. A realidade desta posição não se resume a essas ações, contudo as ações de proteção a meta são emergências, aleatórias e requerem uma resposta adequada para que o adversário não marque o golo. Para dar as melhores respostas, este jogador precisa ser treinado de forma adequada e não de forma exaustiva, pois isso não representa a especificidade do jogo. Um GR no jogo dificilmente fará quatro defesas no mesmo lance: ele terá que defender bem apenas uma bola durante um longo intervalo de tempo; às vezes durante todo o jogo. Para defender essa única bola ele precisa analisar, tomar a melhor decisão e agir da melhor maneira possível. Durante o restante do tempo de uma partida o GR precisa estar inserido na organização coletiva da equipe!
Essa inserção não é nada fácil, e os treinos precisam ser elaborados para tal. Visto que o GR B parece não estar integrado no Modelo de Jogo da equipe e não possui uma boa relação com bola com os pés. Essa não integração não atinge apenas o GR, mas toda a equipe, pois se esse jogador recoloca a bola em jogo ou faz um passe mais de 50% das vezes de forma errada toda vez que a equipe precisa se organizar rápido para recuperar a bola ou para impedir que o adversário chegue até o golo.
Já o GR A é um exemplo de GR integrado no modelo da equipe e vem se destacando por isso há algum tempo. Ele é um jogador como outro qualquer antes mesmo de ser GR.
Em muitos jogos ele participou da manutenção da posse de bola, fez coberturas, cortou lançamentos, etc. Várias de suas ações realizadas com os pés evitaram que a equipe adversária chegasse a sua meta.

Será então que quanto mais integrado o GR menos ele agirá nas ações de defesa à meta?
Claro que a resposta não é nada simples e cada comissão deve pensar em seu Modelo de Jogo e em como o goleiro deve participar do mesmo.
O fato é que a integração é complexa e as atividades devem ser elaboradas a fim de atingir os objetivos relacionados às "habilidades específicas", "reposições" e "passe" do GR.
A atividade abaixo ilustra como uma atividade pode ajudar na integração do GR na organização coletiva da equipe e desenvolver sua habilidade com os pés. Lembre-se que essa atividade é utilizada para fins didáticos e não pode ser entendida e aplicada de forma isolada, mas sempre contextualizada ao Modelo de Jogo da equipe e ao processo de treino.

Descrição
- Atividade é composta por duas equipes de quatro jogadores mais um goleiro.

Pontuação
- Equipe marca três pontos se fizer o golo.
- Equipe marca um ponto se trocar cinco passes utilizando o goleiro.
- Equipe marca cinco pontos se trocar cinco passes utilizando o goleiro e fizer o golo.
 


Lembre-se: nada é receita de bola, ou bolo... Até a próxima!

terça-feira, abril 09, 2013

O QUE É UM TREINO ??? :

O treino é um meio utilizado pelos treinadores para permitir que a equipe e os jogadores possam alcançar os objectivos.
Cada treino é determinado pelo objectivo que pretendemos alcançar isto é, aquilo que estamos a tentar melhorar, desenvolver e ensinar (exemplo: controle da bola, a demarcagem, etc) ..
A escolha desses objectivos é determinada em função da idade e do nível dos jogadores.

O objectivo da sessão vai determinar a estrutura e o conteúdo da sessão:

O plano:


Podemos dividir o treino em 4 partes:


- Aquecimento

- Física
- Tecnica Individual
- Tactical



O plano da sessão pode variar de uma sessão para outra, de um treinador para outro.
Não existe um plano de sessão universal.
O plano da sessão é antes de mais função dos objectivos fixados.
Um plano de sessão é também determinado pelo número semanal de treinos da equipa, pela duração destas sessões e outros perigos.
Assim, um treino pode muito bem ser constituído so por táctica trabalho, técnicas, físicas ou de uma mistura dos três.
O plano da sessão entra numa parte imóvel da sessão.


O conteúdo :

Sao os exercícios elaborados e os conselhos dados.é a mensagem técnica transmitida pelo treinador aos jogadores através de exercícios e jogos com demonstrações, explicações e correcções.
O conteúdo da sessão é o meio que o treinador utiliza para transmitir a sua mensagem tecnica aos jogadores.
Os exercícios não têm valor se não forem acompanhados da mensagem técnica destinada aos jogadores.

sexta-feira, abril 05, 2013

Acoes Tecnico-Taticas Defensivas dos Guarda-Redes

         O guarda-redes nasceu para ser um jogador como os restantes jogadores da equipa, cumprindo a sua função no campo, cumprindo a sua função enquanto companheiro de equipa assim como realizando a sua sessão do treino, cumprindo a periodização e todos os princípios impostos pelo treinador.
No entanto, existe uma diferença entre os guarda-redes e os restantes jogadores: não jogam com os pés, mas com as mãos, e só por esta razão, existem pontos-chave para o treino dos guarda-redes, assim como existem treinadores especializados no treino dos guarda-redes: os treinadores de guarda-redes.



        Nem todos os guarda-redes estão preparados para reagir ao jogo da mesma forma.
Se alguns guarda-redes são muito fracos no jogo aéreo, por exemplo, outros são fracos em bolas mais baixas.
A função do treinador de guarda-redes é compreender quais são os pontos fracos de cada guarda-redes e organizar o treino de forma a "
nivelar os jogadores nos vários setores", uma vez que nesta posição tão recuada, pode surgir qualquer situação de jogo, enquanto nas restantes posições de campo, cada jogador tem uma função específica para cumprir e dificilmente realizará uma função diferente.

Ações técnico-táticas individuais defensivas de guarda-redes


Estes são alguns aspetos básicos que o guarda-redes deve saber e o seu treinador o deve treinar:

       Posição básica       


 A posição do guarda-redes deve ser uma posição que permita a rápida intervenção no jogo, sempre que for necessário. Um guarda-redes está praticamente restrito junto a uma baliza, mas é o jogador com mais tempo para visualizar o jogo, e por isso, mesmo quando a bola se encontra longe da baliza, este deve estar sempre pronto para se movimentar, implicando a posição no espaço, a posição no corpo e a concentração psicológica como aspetos essenciais para que a movimentação seja correta. Na posição do espaço, o guarda-redes coloca-se em frente à baliza, realizando um pequeno semicírculo em vez de se colocar em cima da linha de fundo, assim como se coloca no lado que estiver a bola, diminuindo assim o ângulo aberto entre baliza e atacante. Na posição corporal, o tronco deve estar ligeiramente inclinado à frente para encurtar ainda mais o ângulo entre baliza e atacante, as pernas deve ser ligeiramente fletidas para diminuir o tempo que o guarda-redes demora a movimentar-se e na concentração psicológica, implica-se que o guarda-redes deve estar o máximo atento possível ao jogo, que é conseguido através de muita prática e muito treino. Os braços do guarda-redes devem estar também ligeiramente levantados em vez de caídos sobre o corpo, uma vez que assim o guarda-redes alcança ângulos superiores com mais facilidade.

        Colocação orientação da baliza

Este aspeto é um ponto-chave para o sucesso dos guarda-redes. Semelhante à marcação à zona, o guarda-redes também se deve colocar na baliza em função da bola. Isto é, se a bola está num lado do campo, o guarda-redes posiciona-se num lado do campo. Se está no outro lado, posiciona-se do outro lado. Esta pequena movimentação, não só intimida os adversários, uma vez que eles compreendem que o ângulo para rematar à baliza é menor,  como aumenta as probabilidades do guarda-redes defender o remate.
Por vezes, em situações de desvantagem numérica, o guarda-redes coloca-se no lado contrário da baliza aquele teoricamente correto, como que convidando o atacante a rematar para uma zona onde o guarda-redes não está presente, mas que está pronto para defender. Em vários casos, é uma tática de génio, impedindo imensos golos em situações de desvantagem numérica.



        Deslocamentos

        Quando se desloca, o guarda-redes deve ser extremamente rápido sem perder o equilíbrio em situação alguma, especialmente na movimentação para um dos lados enquanto cobre a baliza. Através de passos pequenos e extremamente rápidos, evitando cruzar os pés e mantendo o enquadramento com a baliza, o guarda-redes dificilmente perderá o seu equilíbrio, e estará sempre pronto para reagir em caso de remate.


        Saídas

        Este é um dos aspetos mais observados pelo público nos guarda-redes. A capacidade de decisão das saídas da baliza é fundamental, pois sempre que um guarda-redes sai da baliza, deve defender cautelosamente, sem hesitar e se possível, sem perder tempo, pois um erro em qualquer um destes aspetos pode revelar-se fatal.
Assim como na baliza, o guarda-redes preocupa-se em diminuir o ângulo para o remate do adversário, principalmente posicionando-se para proteger o mesmo poste do lado do ataque.
Através do treino, o guarda-redes deve evoluir pelo menos nestes quatro aspetos, pois só com estes aspetos, o guarda-redes tem formação suficiente para impedir golos em pelo menos metade das situações.
A função do treinador é organizar o treino sobre estas ações técnico-táticas individuais defensivas específicas para o jogador da última linha de marcação, uma vez que, quando o adversário tem o mérito de ultrapassar toda a equipa, sobrando apenas o guarda-redes para defender a baliza, este, em apenas 10 segundos pode roubar todo o mérito que o adversário precisou de trabalhar desde alguns segundos até alguns minutos.


sábado, março 09, 2013

O PAPEL DOS TREINADORES NO ABANDONO PRECOCE NO DESPORTO:

O seguinte artigo, foi escrito por Pedro Teques, do Departamento de Psicologia e Comunicação a APEF
   No desporto, como em muitas outras actividades, os adultos podem ajudar as crianças e jovens a desenvolverem os seus interesses e a optimizar as suas capacidades pessoais.
O treinador de jovens apresenta-se como um excelente exemplo em como poderemos maximizar essas oportunidades. As crianças, de uma forma geral, querem ser bem sucedidas na actividade desportiva que escolheram para praticar. Se regredirmos à nossa infância, e colocarmo-nos nessa posição de ser criança no desporto, facilmente nos lembramos dos sonhos de glória – fazer o tal golo no último minuto. Cada movimento, cada remate, cada execução que é realizada num treino ou jogo, é um marco que pontificará na memória. Quando se desenvolve uma actividade desportiva com crianças, os adultos significativos (e.g. treinadores, pais) têm a oportunidade de auxiliá-las perante aquilo em que elas são mais vulneráveis – a competitividade precoce. Isto é, os treinadores, os pais, os dirigentes ou os juízes, podem desenvolver a competição sob a perspectiva de fomentar auto-percepções positivas e a auto-aceitação nas crianças. Estes adultos significativos são responsáveis pelo desenvolvimento do divertimento e do carácter, e rejeitar os abandonos precoces da prática desportiva. `Idealizando a figura do treinador neste sentido, ser treinador de crianças e jovens não se circunda, unicamente, sob a perspectiva metodológica do treino. Ser treinador de jovens é muito mais do que isso! Implica ter conhecimentos acerca do desenvolvimento da criança, compreender o seu pensamento e a sua cognição. Saber que as crianças e jovens que dirige e auxilia no desporto percepcionam-no como um modelo social a seguir e a respeitar. Geralmente, os treinadores de crianças querem fazer bons trabalhos, isto é, desenvolver talentos, optimizar capacidades técnicas, fazer a equipa jogar bem, etc. Em muitos casos, alguns desses treinadores são voluntários, que tiveram um passado na prática do futebol, que gostam do treino e do clube. Mas, um mau delineamento dos desígnios pedagógicos e didácticos no treino pode causar graves danos no futuro das crianças e jovens. O que, hoje em dia, de uma forma sucessiva tem vindo a acontecer, é o abandono precoce da prática desportiva.  Os treinadores são a figura principal no processo de formação desportiva da criança. A sua má conduta leva ao decréscimo da confiança e da motivação, criando uma barreira entre a criança e a prática desportiva que tanto gostava de praticar. Se foi fácil para um treinador esquecer o jovem atleta que abandonou a equipa a meio da época porque não jogava o suficiente, ou porque, não se divertia, talvez esse mesmo treinador veja, somente, o desporto a partir da vitória e da derrota, e das medidas para alcançar o sucesso rápido na formação. A formação dos treinadores de crianças e jovens em futebol é uma necessidade premente. Apesar de se verificar na bibliografia e na prática corrente, tentativas de suporte nesse sentido, a intervenção ainda é parca, face o evidente crescimento de instituições desportivas e, concomitantemente, de praticantes nelas envolvidos. O aumento da taxa de abandono desportivo precoce, por parte de crianças e jovens no futebol de formação, tem sido um sinal de sobreaviso para os responsáveis da formação desportiva, em especial, na modalidade do futebol. As seguintes linhas pretendem promover a reflexão no delineamento pedagógico dos processos de ensino/aprendizagem em futebol juvenil. Talvez se deva salientar aqui, que a competição desportiva, por si só, poderá ter vantagens (apesar de estar longe de ser o principal motivo, a competição tem alguma representatividade no padrão motivacional dos jovens), mas igualmente desvantagens. À competitividade, normalmente, estão associados o desapontamento, a “pressão” por parte de pais e treinadores, e a frustração. Possivelmente se ela for encarada do ponto de vista da formação perante aqueles que nela estão envolvidos, ela será vantajosa se promover a maximização da aquisição de conhecimentos e de capacidades, passando a ser desvantajosa se impedir ou perturbar o normal processo de aprendizagem.

No sentido de promover os benefícios da prática e do treino em futebol para as crianças e jovens, é importante ter em consideração as seguintes directrizes:

DISTINGUIR


Distinga as diferenças do desenvolvimento da criança.
As crianças diferem dos adultos nas capacidades fisiológicas, motoras, cognitivas e emocionais. Neste sentido, o treinador antevendo o crescimento e desenvolvimento da criança, deverá considerar como efectua a sua comunicação e como delineia as formas didácticas do treino. Por exemplo, quando observamos crianças de 6 ou 7 anos de idade a jogar futebol, facilmente é identificável a forma descoordenada como as crianças se posicionam em relação aos seus colegas e em relação á bola. A bola é o centro das acções. O pensamento da criança nesta idade não apresenta um desenvolvimento suficiente, no que concerne ao domínio espacial e dedutivo. É comum, observar-se em várias actividades os treinadores de crianças com estas idades: “Organizem-se!”, “Passa a bola!”, “Marca o jogador”, “Posiciona-te na defesa”.


UTILIZAR


- Utilize a comunicação positiva.
A utilização do reforço positivo apresenta-se como fundamental no ensino e prática de qualquer actividade com crianças. A comunicação é uma das áreas que o treinador, em qualquer nível competitivo, deverá saber dominar. As investigações demonstram que, no ensino e aprendizagem desportiva, a utilização do feedback positivo por parte dos treinadores resultam no incremento da motivação, auto-estima e do divertimento nas experiências desportivas de crianças e jovens.      

CRIAR


- Crie situações que desenvolvam a tomada de decisão.
Devem ser providenciadas situações para que os jovens atletas tomem as suas próprias decisões em contexto de treino e de jogo. A investigação afirma que a intervenção do treinador em jogo não deve ser contínua. Nesta circunstância, o treinador deve alternar entre a instrução técnica correctiva (não de forma sucessiva) e o reforço positivo (contingente a uma boa execução). Não raras vezes, observa-se que os treinadores de crianças enviam, constantemente, instruções para o campo, na tentativa de corrigir erros técnicos ou tácticos de jogo – Joga na direita!, Joga na esquerda! , Marcação ao homem!, em Toda a gente atrás da linha da bola – de uma forma quase contínua. Acontece que, a mensagem enviada pelo treinador, gradualmente, deixa de ter relevância. E, se tivermos em consideração, que as crianças têm, de uma forma natural, uma reduzida focalização da atenção, este tipo de comunicação por parte do treinador apresenta-se como ineficaz. Os treinadores deverão criar um ambiente que encoraje as crianças a tomarem decisões por si próprias. Terão que ver as decisões erradas como uma oportunidade para aprender.

IDENTIFICAR


- Identifique e persiga os verdadeiros valores da formação desportiva de crianças.
Tipicamente, os treinadores mais jovens iniciam a sua actividade com boas intenções. Querem que as crianças, sobretudo, se divirtam, desenvolvam novas capacidades e competências, e saibam avaliar a vitória e a derrota através do esforço dispendido para o jogo. Estes são, alguns dos valores, que se identificam como ideais para a formação e desenvolvimento biológico, psicológico e social no desporto. No entanto, o fascínio da vitória, por vezes, eclipsa estes objectivos primordiais da formação desportiva.

Os sinais são imediatos: menor rotatividade das crianças nos jogos; de uma forma sucessiva, vê-se as crianças a chorarem por terem perdido o jogo; comportamentos mais agressivos nos treinos; pais descontentes; entre outros.
Crie objectivos no início da época, e reveja-os durante a temporada. Para qualquer criança, o divertimento é jogar. Se questionar uma criança se pretende jogar na equipa que perde ou ficar no banco de suplentes da equipa que ganha, a maioria responderá que prefere jogar. Seja crítico para com o seu próprio comportamento. Reserve algum momento de reflexão após os jogos e após os treinos. Reveja o planeamento do treino. Verifique se os próprios objectivos formativos estão a ser cumpridos. As informações que retirará daqui mantê-lo-ão no caminho do alvo que formulou previamente.

PROCURAR
- Procure receber feedback do seu comportamento em treino. Para evoluirmos em alguma actividade, é importante termos recursos que nos informem acerca do nosso rendimento. Após os treinos ou jogos, questione os seus adjuntos acerca da sua prestação e da equipa, do clima, da coesão de grupo, etc. Encoraje-os a serem específicos, a darem exemplos práticos e concretos.  Questione os pais acerca do que os filhos dizem dos treinos e dos jogos. Os pais são um aliado para a formação desportiva! Verifique o sentimento das crianças durante a época.  Se eles estiverem hesitantes em falar, faça-os responder a alguns questionários anónimos. Podem incluir questões como, “ Se pudesses mudar uma coisa nos treinos para torná-los mais divertidos, o que seria? ” , “ Qual é o melhor e o pior comportamento que o treinador tem durante os treinos? ”,“ Onde achas que a equipa poderá melhorar? ”.
Não se esqueça, a motivação é o motor da prática desportiva.

ACEITAR
 -

Aceite a espontaneidade e o caos que caracterizam as actividades com crianças.
A espontaneidade e os comportamentos inesperados das crianças podem provocar frustração e um grande desânimo se o treinador se render à ilusão do controlo de todas as situações de treino. A realidade é que cada criança é única e, todos os dias, nos presenteará com um comportamento e uma expressão nova. E, cada criança tem um desenvolvimento e uma maturação distinta. È importante ter em consideração que o plano de treino traçado no início da época, não raras vezes, tenha que ser alterado no momento, e necessite de constante revisão. Considere um determinado nível de desordem como inevitável em actividades com crianças. Treinar crianças e jovens providencia uma excelente oportunidade para os influenciar, positivamente, nas suas vidas. Este facto, é extremamente importante, quando o treinador compreende o desenvolvimento das crianças em relação ás suas capacidades desportivas, vê as crianças como únicas e individuais, e interessa-se, constantemente, pela evolução dos processos de ensino e aprendizagem. Finalmente, ser um treinador de sucesso com crianças é continuar a aprender em cada treino e com cada criança, tornando-se cada dia, num treinador melhor.

Na sua opinião, quais são as maiores causas do abandono precoce do desporto pelas crianças?

E quais são as melhores formas de resolver esse problema?

ALERTA AOS TREINADORES:

Nunca deixem um jogador desorientado no campo

Qualquer atleta de desportos coletivos tem várias características que o diferem dos seus colegas e adversários. A diferença entre a capacidade física, técnica, tática e psicológica de cada um atleta coloca-o em vantagem ou desvantagem com os colegas de profissão. Entretanto, mesmo que um atleta seja muito bom em todas essas características, quando é mal orientado pelo seu treinador, não rende o seu potencial máximo e acaba em muitos casos por render menos do que jogadores com características piores, mas bem orientados. Como foi visto na importância da antecipação nos jogadores de futebol, a decisão correta e rápida leva o jogador a fazer um bom resultado, o que acabará por influenciar toda a equipa.


       
O que acontece quando uma má decisão é tomada por um:       
Guarda-redes:
por ironia, uma má decisão de um guarda-redes termina em metade dos casos em golo.
Seja por criar uma grande penalidade para o adversário, seja por desviar a bola para o sítio errado e entregar a um adversário bem posicionado, ou até mesmo por brincar em frente à baliza quando não tem ninguém nas costas para o proteger.       

Defesa:
geralmente, os defesas estão mais próximos da própria baliza que outro jogador que não seja o guarda-redes. Um mau passe ou finta estúpida, leva o defesa a perder a bola e até a deixar o avançado adversário de frente a frente com o guarda-redes da equipa.        

Médio:
com uma posição mais subida no terreno quando comparado com o defesa, os riscos são menores se perder a bola. No entanto, um erro pode entregar a bola ao adversário e este assumir o controlo do momento. Por vezes, os defesas e os médios estão mal organizados, e libertam imenso espaço para o contra-ataque adversário.       

Atacante:
para uma bola alcançar as zonas mais avançadas do terreno, é necessário um esforço de toda a equipa.
Uma má decisão de um avançado põe em causa todo esse esforço que, por vezes, é um esforço fora do normal.
Vários jogadores terminam os jogos desgastados psicologicamente por tanto tentar oferecer uma bola a um avançado que não a soube aproveitar.

      
  Dicas para que um jogador nunca seja surpreendido:   
Quando um jogador é surpreendido, é obrigado a tomar uma decisão muito rapidamente sem sequer ter tempo para avaliar a situação momentânea.
E se adversário tomou uma decisão primeiro e já está em movimento, dificilmente o jogador alcançará o adversário a tempo de o impedir de realizar a ação que deseja.
Isto quer dizer que um jogador que fica surpreso é um jogador que está com sarilhos.

O treinador deve evitar isso nos jogadores:

  • Ensinando-os taticamente: qualquer jogador necessita de reconhecer o que se passa no jogo e saber tomar decisões corretas.


  • Mesmo que o jogador não seja muito criativo, deve pelo menos cumprir a sua função com honra, assim como reconhecer qual é o seu papel no meio da equipa e o que pode falhar na forma de jogar dos seus colegas caso ele falhe também.
  • Treinando-os taticamente: a forma física de um jogador nunca o levará a tomar decisões que possam realmente ser importantes para a equipa.


  • Afinal de contas, os músculos obedecem às ordens que a mente lhes envia. 




  • O hábito de pensar bem e pensar rápido eleva a forma competitiva individual.
  • Evoluindo-os taticamente: não existe nenhum jogador que não possa continuar a evoluir, pelo menos enquanto o seu organismo o permitir jogar futebol.


  • Sempre que o seu potencial máximo for atingido, o treinador deve procurar um novo limite para o atleta.



  A diferença entre um jogador que procura uma solução e um jogador que toma decisões rapidamente
Precisamos simplificar a forma como funciona a nossa mente para fazer esta distinção.


Podemos dividir em duas fases:
quando a nossa mente aprende a realizar tarefas e quando a nossa mente pratica as tarefas que aprendeu.
Inicialmente, quando estamos a aprender alguma coisa, levamos sempre um pouco de tempo para dar conta dos vários detalhes que essa tarefa compõe, e muitas vezes não conseguimos pensar em mais do que uma coisa de uma só vez.
Por outro lado, quando já sabemos fazer essa tarefa, vamos praticá-la com mais eficiência, e é nesse momento que sentimos que estamos a aprender mais depressa.
Acontece que em vez de uma decisão, tomamos várias decisões ao mesmo tempo, pois já temos bases fortes e já sabemos o que fazer.
Para os jogadores, será muito importante ensinar-lhes a realizar cada uma das ações técnico-táticas, para depois atribuir objetivos às ações técnico-táticas.
Desta forma, compreendemos o quanto a táctica do jogo é importante, mais importante que a forma física, embora precise desta para se manifestar. Ao mesmo tempo, necessita também da técnica e do factor psicológico para se manifestar com qualidade, uma vez que a forma física, a qualidade técnica e o factor psicológico são as características individuais que permitem o individual elevar o rendimento de todo o colectivo.

sábado, fevereiro 23, 2013

ESPECIFICIDADE DO EQUIPAMENTO DO GUARDA-REDES 5

Segundo Andreasson & Pearson (1992), os protectores (caneleiras) são o material mais importante para a protecção e prevenção das lesões dos guarda-redes, da mesma forma que o são para os outros jogadores.
A
Federation International Football Association decidiu o uso obrigatório das caneleiras para todos os jogadores. Infelizmente não existe uma norma internacional estandardizada ou procedimentos disponíveis para a concepção e utilização das mesmas. 

A nível nacional, a Federação Sueca de Futebol, aprovou para este efeito uma norma estandardizada (citado por Eklbom, 1999). 
O guarda-redes corre o risco de sofrer não só contusões mas também abrasões e lesões de queimaduras por fricção ao lançar o seu corpo ao solo.
As contusões devem prevenir-se utilizando calções e/ou calças almofadadas, especialmente nas zonas das rótulas e dos grande trocanteres (Restrong e cols. 1977, citados por Eklbom, 1999).
Segundo os mesmos autores, a utilização do equipamento completo é a melhor maneira de prevenir os abrasões e as lesões de queimaduras.
De referir que em relva artificial o guarda-redes deve utilizar umas calças mais largas a fim de evitar o contacto entre a relva e a pele.
Com uma prevenção adequada, uma limpeza cuidadosa das feridas, estas lesões originadas de queimadura por fricção podem considerar-se um problema menor.

6 - A LESÃO DESPORTIVA 

Não há definição comum, nem todos os autores estão de acordo em formular um conceito para a lesão desportiva. Para alguns autores uma lesão deve considerar-se desportiva se está relacionada com o desporto e mantém o desportista fora da competição, tendo necessidade de atenção médica (Keller et al, 1988). Segundo o Conselho da Europa, a lesão desportiva foi definida como qualquer limitação funcional óssea, muscular, tendinosa ou articular adquirida durante a prática da actividade física causando uma ou mais, das seguintes consequências: redução da actividade desportiva, necessidade de tratamento ou aconselhamento médico e/ou interrupção da actividade desportiva.
Estima-se que na Europa, cerca de 50-60% de todas as lesões desportivas e cerca de 3,5-10% das lesões tratadas em hospital, se devem ao futebol (Franke, 1977; Ekstrand, 1982).  Um problema fundamental associado à valorização epidemiológica dos dados existentes sobre lesões desportivas, é a maneira inconsistente de definir o que é uma lesão, bem como a forma como se regista e recolhe a informação. A literatura actual sobre a epidemiologia das lesões do futebol assenta sobre uma diversidade de definições acerca do que é uma lesão.  Para que a comparação dos dados recolhidos em futuros estudos sobre futebol e a comparação de dados de lesões no futebol com os dados existentes noutras modalidades tenham sentido, torna-se necessária uma definição universal do que é uma lesão atlética.
Ekstrand y Gillquist (1983) e outros autores usaram uma definição comum de lesão como um evento que se produz durante as partidas ou durante a prática programada, tendo como consequência a paragem do jogador, não só nos treinos, mas também nos jogos.
Sugeriu-se que apenas se inclui nestas estatísticas aquelas lesões que dêem lugar a perdas de tempo na prática ou no jogo.
Segundo Nunes (1999), a maioria das lesões desportivas é resultado de um traumatismo "externo", de forças dinâmicas internas ou de um esforço de sobre uso de certas estruturas.


Mas podemos encontrar factores predisponentes para o aparecimento de certas lesões de natureza interna, assim como: morfotipo do atleta, índice de flexibilidade, gesto desportivo, qualidade dos pisos,...; este tipo de lesões pode ser diminuído se houver uma forma de prevenção, ou seja, verificar antecipadamente os aspectos que poderão colocar o atleta em situações de risco para em seguida conseguir modificá-los antes de causar a lesão ou levar ao aparecimento desta.
É de salientar alguns pontos importantes nas causas intrínsecas, já que estas surgem sem haver contacto/agressão de um agente externo, mas podem ser consideradas como tal, devido a existir um desequilíbrio entre as capacidades do atleta e as solicitações que lhe são impostas pelo gesto desportivo.


Portanto, temos as seguintes situações: 1. Agudas – macrotraumáticas (directa ou indirecta): poderão surgir após um movimento brusco (exemplo: no início da actividade sem realizar o aquecimento devido, poderá levar ao aparecimento de lesões musculares nos quadricípes);
- Pode também ocorrer agudização da doença crónica;


2.
Crónicas: são lesões que se mantêm ao longo de um certo tempo, passando por situações de remissão e de exacerbação das queixas, estas poderão ser causadas por repetidas situações de lesão na estrutura sem ter existido um recuperação completa (exemplo: instabilidade na tíbio- társica devido a entorses de repetição);
- Sobrecarga (
overuse): surgem de forma lenta, gradual e progressiva, devido a uma mudança brusca de exigências da prática desportiva, sem que o atleta se consiga ir adaptando. 
Vai criando microtraumatismos, que não originam situações agudas, mas devido à sua frequência e repetição atingem um elevado grau das suas capacidades e acabam por provocar lesão (exemplo: dor na canela, típica nos fundistas, surge após a mudança de piso e de aparecimento gradual).

7 - GRAVIDADE DA LESAO DESPORTIVA 

Para se classificar a gravidade da lesão desportiva foram utilizadas as classificações propostas por Marti et al. (1988) e o tempo de afastamento da prática desportiva, definida segundo a nomenclatura do NAIRS (National Athletic Registration System).

Os três graus de lesão propostos são definidos da seguinte forma:

- Grau I: o atleta manteve toda a actividade dos treinos e competições independentemente da dor;
- Grau II: o atleta diminuiu a duração e a intensidade dos treinos em função da dor;
- Grau III: o atleta interrompeu por completo e involuntariamente os treinos, pelo menos, por duas semanas.

O NAIRS classifica as lesões de acordo com o período de afastamento da prática desportiva, isto é, leve (de 1 a 7 dias), moderada/séria (de 8 a 21 dias) e séria (mais do que 21 dias ou permanente debilidade).


Para Nilsson e Roaas (1978) quando existe uma lesão ligamentar, esta classifica-se em três grau de gravidade:

- Grau I (ligeiro):
envolve algumas fibras do ligamento, tem dor quando é colocada em
stress, fica com um pequeno edema, não há aumento da laxidez articular e há uma ligeira diminuição da funcionalidade.

- Grau II (moderado): envolve uma porção considerável de fibras do ligamento, tem dor à tensão, aparece um edema moderado, há aumento da laxidez no final do movimento, mas o final do movimento é firme e há diminuição moderada da estabilidade mecânica da estrutura.

- Grau III (severo): ruptura completa das fibras do ligamento, pode ser doloroso à tensão, aparece edema severo, mostra grande laxidez articular sem fim firme e há um aumento considerável da instabilidade articular. 29

CAPITULO II
METODOLOGIA

1. Caracterização do estudo

Os dados e informações colectados e sistematizados neste estudo sobre as lesões mais frequentes nos guarda-redes da I e II Liga Portuguesa na época desportiva 2003/2004, conforme já foi referido na introdução deste trabalho, são, essencialmente de natureza descritiva.
Procurou-se caracterizar, numa população dos guarda-redes portugueses, o conteúdo e as características do treino, as lesões desportivas na época de 2003/04 e ainda as lesões mais significativas anteriores a este período, verificando a associação entre factores extrínsecos e intrínsecos bem como a gravidade das lesões.


2. Amostra
A amostra do estudo foi constituída por 53 guarda-redes pertencentes às equipas da I e II Liga Portuguesa, na época de 2003/2004.
De referir que a amostra previa inicialmente 70 guarda-redes, mas, por diversas razões (pessoais ou institucionais) alguns dos atletas não responderam ao questionário.


Pensamos que esta recusa de resposta se poderá dever/explicar por 3 ordens de factores: 1) falta de conhecimento das suas lesões ou falta de interesse em as divulgar;
2) por serem atletas que estão sujeitos a um treino específico e de grande carga;
3) Outros factores (ou por estarem ligados à muito tempo ao clube ou devido aos programas de treino).


3. Método utilizado – Questionário
Dados descritivos sobre a lesão, como a taxa de incidência por exposição e a severidade podem ser avaliados utilizando questionários ou entrevistas individuais.

Segundo Ghiglione & Matalon (1993) a classificação do inquérito deve ser feita segundo a sua objectividade e directividade, ou seja, quanta liberdade de resposta é dada ao inquirido: de um lado a entrevista não directiva e, do outro, o questionário fechado. 
Os mesmos autores apontam que o termo entrevista é usualmente associado ao não directivismo, enquanto que o questionário sugere a ideia de preparação prévia do conteúdo a ser tratado. Por outro lado, Moreira (1994) define o questionário como o mais rápido e estruturado tipo de entrevista, tendo uma formulação e ordenação rígida de perguntas. As respostas apresentam um conteúdo relativamente limitado, pois os inquiridos têm pouca liberdade nas respostas, ordenadas conforme as informações necessárias para o controle das hipóteses formuladas na investigação. Os questionários proporcionam uma mistura de opções que devem ser consideradas numa avaliação a respeito da sua utilização. 

Dentro dos vários aspectos destacam-se: 1) podem ser utilizados num grande número de pessoas, por um baixo custo, sendo frequentemente utilizados nos estudos epidemiológicos;

2) não alteram o comportamento dos sujeitos;

3) possibilitam o acesso às várias dimensões do comportamento da actividade de treino, abrangendo diversas idades, estando adaptado às necessidades específicas da população (Sallis & Owen, 1998).
O instrumento utilizado foi o questionário (anexo 1), organizado e estabelecido a partir das necessidades do estudo e pelo planeamento em conjunto do pesquisador e orientador.
No entanto, os questionários disponíveis na literatura não apresentam abrangência suficiente que permitisse colectar os dados necessários para este estudo. 
Desta forma, para se obter as informações necessárias, elaborámos, com o intuito de obter uma maior consistência, o questionário a ser aplicado com base na colecta de informações sobre as lesões dos guarda-redes, por um lado, através de uma recolha e estudo de tópicos existentes em questionários elaborados para outras modalidades, por outro, questionando e recolhendo informações através de depoimentos de profissionais que treinam nesta área. O questionário utilizado foi elaborado ao longo de quatro fases. Na primeira fase, realizamos uma recolha exaustiva de dados contidos na literatura referentes ao treino de guarda-redes, consultámos treinadores de futebol, treinadores de guarda-redes e agentes de medicina desportiva, resultando um primeiro esboço do questionário com 23 perguntas. 
Na segunda fase o questionário provisório foi submetido a uma análise prévia das pessoas questionadas na primeira fase.O objectivo desta etapa foi obter uma maior integração entre os itens listados, corrigir possíveis falhas e receber novos dados acerca do problema.
Por sugestão dos mesmos foram realizadas algumas alterações na formulação das questões e na organização estrutural do questionário.
Na terceira fase realizámos um pré-teste que envolveu a aplicação deste questionário numa amostra reduzida, constituída por quatro guarda-redes, dois agentes de medicina desportiva, um treinador de futebol, um preparador físico e um treinador de guarda-redes de futebol. 

No diálogo posterior ao preenchimento dos questionários, os participantes expuseram as suas dificuldades e dúvidas, a fim de detectar possíveis ajustes a serem realizados. Na última fase verificámos se o questionário recolheu as informações suficientes para responder aos indicadores relacionados com as hipóteses levantadas. 
O questionário é constituído por uma parte inicial relativa aos dados sócio-demográficos e à experiência profissional dos atletas. Seguidamente, o questionário apresenta 6 questões relativas aos dados antropométricos dos atletas. 

Com o intuito de obter dados relativos ao treino, o questionário apresenta um tópico dividido em três alíneas:
dados relativos ao treino em geral (3 perguntas); dados relativos ao treino especifico de guarda-redes (4 perguntas); condições de treino (2 perguntas). 

O questionário por nós elaborado apresenta ainda uma pergunta cujo intuito é saber qual ou quais as lesões que os atletas tiveram até à época 2002/2003, a sua gravidade e o tempo de inactividade. 
O último parâmetro do questionário prende-se com as lesões relativas à época 2003/2004. 
Para cada lesão, o questionário apresenta 15 questões cujo objectivo é saber qual a lesão e sua gravidade, o tipo de actividade em que ocorreu, bem como os meios utilizados na reabilitação da mesma.

4. Procedimentos estatísticos
Após a recolha dos dados, utilizamos o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 11.5, para a análise dos mesmos através da realização de tabelas de estatística descritiva e de tabelas de frequência para as variáveis em questão. 32 33

CAPITULO III
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

1. Caracterização da amostra 

A amostra é constituída por 53 guarda-redes pertencentes às equipas que disputaram os campeonatos profissionais de futebol da Liga Portuguesa na época 2003/2004.
Em anexo são apresentados alguns dados, que após uma análise mais cuidada dos mesmos, verificamos que ou não tinham pertinência para o estudo, ou então devido à complexidade das questões, não foram preenchidos correctamente.

ANALISE DOS GESTOS TECNICOS BASE DO GUARDA-REDES

Uma das maiores sensações de frustração para um atleta é a ocorrência de uma lesão que o impede de concretizar todo o seu potencial atlético. 
As lesões directamente dependentes da incorrecção do gesto desportivo adquirem particular importância por ocorrerem e recorrerem sistematicamente, quando o atleta se encontra praticamente no máximo da sua forma física, levando em períodos cruciais da sua preparação à interrupção dos treinos (Custódio, 1995, citado por Massada, 1987). 

No Campeonato do Mundo de França em 1998 foram analisados e calculados, em 50 jogos seleccionados entre os jogados, os gestos técnicos mais executados pelos guarda-redes e as principais constatações foram, segundo Deshors (1998):
- O número médio de intervenções por guarda-redes por jogo foi de 41,5.
- As intervenções decisivas representam 19,2%, ou seja, uma média de 8 por partida.
- Os 5 gestos técnicos mais representativos são:
1 – Pontapé com a bola estática: 29,4%
2 – Lançamento com a mão: 11,58%
3 – Bola bloqueada: 11,49%
4 – Pontapé de um passe atrasado: 9,44%
5 – Controle da bola e pontapé: 8,21%


3.1 - Posição básica

Para Iorio (2002) o principal objectivo do guarda-redes consiste em evitar que a bola ultrapasse a linha de golo; para isso ele intervém sobre a bola mediante a realização de acções técnicas específicas. 

Todas as acções técnicas têm o seu início numa posição fundamental assumida pelo guarda-redes, e sem a qual seria muito difícil executar as acções técnicas de forma correcta.
Para este autor a posição básica pode ser definida como a forma corporal assumida pelo guarda-redes no sentido de facilitar a execução das acções técnicas posteriores com a máxima eficácia. 

É fundamental que a execução correcta da posição básica seja feita a partir de um correcto tónus muscular.

Assim, a cabeça deve encontrar-se erguida de forma a acompanhar a bola com o olhar, o tronco ligeiramente inclinado à frente, os braços 16
ligeiramente flectidos e à frente com as mãos à altura dos joelhos, as pernas semiflectidas e afastadas formando uma boa base de sustentação, os pés podem assumir duas posições: (a) com toda a superfície plantar em contacto com o solo;
(b) apenas a parte anterior contacta com o solo, (Ocaña, 1997). 

Fig. 1 - Superfície plantar para a adopção de uma correcta posição básica (adaptado de Ocaña, 1997).

3.2 - Recepção
Ocaña (1997) refere a recepção como a utilização dos membros superiores de modo a facilitar a posse ou o controlo da bola com as mãos ou os braços, reduzindo parcial ou totalmente a velocidade da bola. 

A recepção é classificada de acordo com a posição do guarda-redes em relação à trajectória da bola; assim a recepção pode ser:

3.3 - Recepção alta 
Realizada acima da linha dos ombros, sempre à frente ou sobre o eixo longitudinal corporal, e com os braços estendidos (Ocaña, 1997). 

Esta acção técnica pode ser executada em salto ou em apoio e sempre com os polegares juntos (mãos em forma de concha). 
Fig. 2 - Posição das mãos para a recepção alta (adaptado de Ocaña, 1997).

3.4 - Recepção média
Realizada entre a linha dos ombros e a linha da cintura, as mãos situam-se no plano frontal de forma a que o corpo constitua uma segunda barreira entre a bola e a baliza (Ocaña, 1997). Fig. 3 - Proteger sempre a bola com o corpo (adaptado de Ocaña, 1997).

3.5 - Recepção baixa
Segundo Iorio (2002) esta acção técnica é realizada entre a linha da cintura e solo, com um joelho flectido e apoiado no chão, o tronco flectido à frente e com os braços estendidos (procura juntar os antebraços). Fig. 4 - Proteger sempre a bola com o corpo (adaptado de Ocaña, 1997).

3.6 - Recepção em queda
Realizada com qualquer superfície corporal em contacto com o solo (queda lateral) à excepção dos apoios plantares.
Com os braços estendidos, flexão e abdução da perna que entra em contacto com o solo e os dedos das mãos afastados (Ocaña, 1997). Para maior segurança, no final da acção técnica, levar a bola ao peito pressionando-a com os braços, antebraços e mãos.
Fig. 5 - Braços estendidos no prolongamento do corpo (adaptado de Ocaña, 1997).

3.7 - Recepção com encaixe

Para Iorio (2002) a recepção com encaixe pode ser definida como a acção técnica que possibilita ao guarda-redes a posse da bola através de uma única acção, reduzindo totalmente a velocidade da bola através do contacto desta contra o peito e a simultânea pressão realizada pelos antebraços e mãos contra o corpo do guarda-redes.
Fig. 6 - É importante que a acção dos braços e antebraços seja coordenada com o impacto da bola no peito (adaptado de Ocaña, 1997).  A recepção com encaixe diferencia-se das outras acções técnicas por utilizar o peito como superfície corporal na realização do gesto técnico.

Esta acção técnica é classificada como:


3.8 - Recepção com encaixe médio
Fig. 7
- Encaixe médio (adaptado de Ocaña, 1997). 20

3.9 - Recepção com encaixe em queda
Fig. 8
- Encaixe em queda (adaptado de Ocaña, 1997).

3.10 - Desvios
De acordo com Ocaña (1997) os desvios são acções técnicas que consistem em modificar a trajectória e/ou o sentido da bola, dando-lhe uma direcção determinada com propósito defensivo.

Os desvios podem ser classificados de acordo com a superfície de contacto com a bola, deste modo temos:

Desvios com a mão - realizam-se quando a bola descreve uma trajectória aérea, o contacto com a bola é precedido de um deslocamento frontal e nunca deve ser efectuado em apoio. Esta acção técnica deve ser utilizada quando a recepção da bola seja inadequada ou quando a sua posse não seja garantida.


Desvios com o pé - com o novo quadro de regulamentos esta acção técnica foi valorizada.
Alguns dos erros mais comuns são desviar a bola para as zonas centrais e desviar a bola sem contudo a tirar do centro do jogo.


3.11 - Colocação e orientação

Para Cabezón (2001) a colocação do guarda-redes é fundamental para o correcto desempenho da sua função táctica. O guarda-redes deve modificar a sua colocação em função da direcção da bola, dos seus companheiros e dos seus adversários. O conceito de orientação do guarda-redes surge quando este se desloca no terreno com o objectivo de intervir no jogo. Cabezón (2001) refere como pontos de referência para a orientação do guarda-redes as esquinas da grande área, o semi-circulo da grande área e a marca da grande penalidade.


Ocaña (1997) refere que a colocação e orientação do guarda-redes quando a equipa se encontra em posse de bola deve ter em atenção:
Evitar abandonar as zonas centrais da grande área; Situar-se no semi-circulo da sua grande área, com o objectivo de dar profundidade à sua linha defensiva.

3.12 - Saída
Esta acção técnica é realizada pelo guarda-redes quando sai da sua área de protecção no sentido de intervir sobre a bola utilizando, para tal um gesto técnico específico (recepção ou desvios).

A execução técnica da saída divide-se em dois momentos distintos: (a) o deslocamento e (b) a intervenção sobre a bola.

A bola encontra-se na posse do adversário que a conduz na direcção da baliza.
Na acção de condução de bola, diferenciam-se dois momentos,
(1) um em que a bola se encontra fora do controlo motor do atacante
(2) e outro em que o jogador está em contacto com a bola.
É, pois, no primeiro momento (1) que o guarda-redes deve intervir sobre a bola, de forma rápida e decidida.
Fig. 9 - Momento da intervenção do Gr sobre a bola (adaptado de Ocaña, 1997).

As saídas, com orientação defensiva, classificam-se de acordo com o tipo de deslocamento feito pelo guarda-redes, assim temos:
Saída frontal - deslocamento frontal. Saída lateral - deslocamento lateral.


3.13 - Reposição de bola em jogo 
Iorio (2002) define-a como a acção realizada pelo guarda-redes em posse de bola com o objectivo de dar continuidade ao jogo. Em função da superfície corporal utilizada para a realização do gesto técnico, pode classificar-se a reposição de bola em jogo como reposição com o pé e reposição com a mão.

3.14 - Reposição com o pé
Para uma correcta execução deste tipo de reposição é fundamental que o guarda-redes realize em simultâneo um deslocamento frontal e uma extensão completa do braço que lança a bola para o pé. Fig. 10 - Deslocamento frontal e extensão completa do braço que lança a bola para o pé (adaptado de Ocaña, 1997).

Alguns dos erros mais comuns na realização da reposição de bola com o pé são:
Flectir o braço que lança a bola; Executar a reposição para fora do terreno de jogo; Realizar o gesto técnico a partir de uma posição estática.

3.15 - Reposição com a mão

Como critérios de execução para este gesto técnico o autor acima citado refere a extensão completa do braço e o olhar dirigido para a zona alvo.
Fig. 11 - Extensão completa do braço e olhar dirigido para a zona alvo (adaptado de Ocaña, 1997).


Alguns dos erros mais comuns na realização da reposição de bola com a mão são:
Flectir o braço que executa; Realizar um lançamento de precisão em que a bola contacta com o solo antes de contactar com o jogador.

4 - ESPECIFICIDADE DO TREINO

De todos os intervenientes num jogo de futebol, o guarda-redes parece ocupar uma posição especial devido às características das suas acções, das tarefas a desempenhar e das condições a que está submetida a sua prestação, por vezes, sujeita a grande
stress (Eklbom, 1999). De acordo com Montero (2000), o guarda-redes de futebol é o elemento mais importante de uma equipa, uma vez que qualquer equívoco ou falha pode afectar negativamente o trabalho de toda a equipa. A grande "pressão" a que este jogador está sujeito, assim como a grande influência que tem em relação ao êxito, ou ao insucesso da sua equipa, aliados à confiança que poderá transmitir aos colegas, poderão ser factores que contribuem para tal. Acima de tudo, o que salta à vista é que o guarda-redes tem um papel cada vez mais fundamental no seio de uma equipa de futebol. Não deixa de ser relevante o aumento da média de intervenções decisivas por jogo, que pressupõe uma jogada iminente de golo. Isto quer dizer que os guarda-redes estão a desenvolver um trabalho cada vez melhor, a que não são com certeza alheios os revolucionários métodos de trabalho, quer sejam de natureza física, técnico-táctica e, porque não, de natureza psicológica. A evolução do futebol, tal como sucede em qualquer outra actividade humana, passa pela constante procura e pela utilização de meios e de métodos, cada vez mais ajustados e mais eficazes (Garganta, 1997). Neste sentido, muitos têm vindo a ser os progressos efectuados ao nível do treino do guarda-redes nos últimos anos, atribuindo a maioria dos estudos grande importância à necessidade de um treino específico e dirigido (Madeira, 2002). No contexto actual, o treino desempenha um papel fundamental na prevenção de lesões, uma vez que muitas das vezes, " as cargas de treino percorrem os limites da tolerância funcional, numa relação estreita entre o êxito desportivo e a resistência estrutural " (Pinheiro, 1998, pp.15). As qualidades indispensáveis para fazer frente a um papel tão difícil como o de guarda-redes são múltiplas e de ordem psíquica, técnica e física. 


4.1 - Qualidades físicas do guarda-redes
-
Estatura superior à média; - Força de arranque ou de elevação; - Capacidade de saída ou velocidade de deslocação em curtas distâncias; - Velocidade de reacção ou rapidez de reflexos; - Potência generalizada de todos os músculos do corpo; - Flexibilidade ou mobilidade articular; - Equilíbrio; - Agilidade e dotes acrobáticos; - Coordenação motora; Pode dizer-se que a grande estatura não pode ser considerada como um parâmetro exclusivo para a eleição de um indivíduo como guarda-redes; sem dúvida, que é um dom preferencial quando está acompanhado de outras características físicas.
Uma ampla abertura dos braços, as mãos largas, uma discreta amplitude articular na região dos ombros, das ancas, da coluna vertebral, uma particular sensibilidade das mãos relativamente ao contacto com a bola, acompanhada por uma rápida capacidade de reacção e uma boa formação muscular, junto com uma grande elasticidade de movimentos, são qualidades que influem favoravelmente no quadro físico ideal de guarda-redes. Segundo Iorio (2002), os guarda-redes de futebol, possuem em geral uma estatura entre 1,75m e 1,90m e um peso entre 70Kg e 85 Kg. As capacidades motoras dos guarda-redes deverão ser sempre aferidas com o intuito de melhorar a capacidade de jogar futebol, sendo fundamental a sua interacção e a integração com várias componentes que contribuem para melhorar essa capacidade de jogo (Konzag, 1995).

WELCOME

Bem-vindo ao meu Blog
Minha vida profissional e desportiva sempre esteve ligada ao futebol, para o papel do guarda-redes e formação específica, tornando-se por muitos anos o meu trabalho principal.
Eu tive sorte o suficiente para treinar em quase todas as categorias.
Todas essas experiências, reuniões com técnicos, o guarda-redes, a sociedade, as diferentes culturas fizeram de mim o que sou hoje crescer mais do que um professor que não quer parar de aprender.
Então eu vou tentar compartilhar com vocês a minha paixão.
Divirta-se e um grande abraço a todos!

Paulo Fortunato ⚽️










CURRICULUM

NOME: PAULO FORTUNATO
ANO NASCIMENTO: 1978
NATURALIDADE: COSTA DA CAPARICA
NACIONALIDADE: PORTUGUESA
EMAIL: paulofortunato78@gmail.com
TELF: +351 92 68 49 738

TREINADOR DE GUARDA-REDES:

2008/2009 Beira Mar de Almada
2009/2010 Beira Mar de Almada
2010/2011 Clube Futebol Trafaria
2010/2011 Belenenses SAD SUB-19
2011/2012 Almada Atlético Clube
2012/2013 Odivelas SAD
2013/2014 Odivelas SAD
2014 SELECAO NACIONAL AZERBAIJÃO
2015 SELECAO NACIONAL AZERBAIJAO
2015/2016 AD Carregado
2016 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2017 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2018 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2019 GDP Costa Caparica (Praia)
2019 Club Sport Marítimo (Praia)


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2008/2009 Subida de Divisão
2011/2012 Subida de Divisão
2012/2013 Campeão
2013/2014 Subida de Divisão
2014 Participação Super-Final da Liga Europeia em Torredembarra Espanha
2014 Participação na Qualificação para o Campeonato do Mundo em Jesolo
2015 Participação Super Cup da Europa em Baku Azerbaijan
2015 Participação Super-Final da Liga Europeia em Siofok Estônia
2015 Participação 1st European Games em Baku Azerbaijan
2016 Vencedor Taça AFL
2017 Vencedor Taça de Lisboa
2018 Campeão da Liga de Inverno

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