sábado, fevereiro 23, 2013

ESPECIFICIDADE DO EQUIPAMENTO DO GUARDA-REDES 5

Segundo Andreasson & Pearson (1992), os protectores (caneleiras) são o material mais importante para a protecção e prevenção das lesões dos guarda-redes, da mesma forma que o são para os outros jogadores.
A
Federation International Football Association decidiu o uso obrigatório das caneleiras para todos os jogadores. Infelizmente não existe uma norma internacional estandardizada ou procedimentos disponíveis para a concepção e utilização das mesmas. 

A nível nacional, a Federação Sueca de Futebol, aprovou para este efeito uma norma estandardizada (citado por Eklbom, 1999). 
O guarda-redes corre o risco de sofrer não só contusões mas também abrasões e lesões de queimaduras por fricção ao lançar o seu corpo ao solo.
As contusões devem prevenir-se utilizando calções e/ou calças almofadadas, especialmente nas zonas das rótulas e dos grande trocanteres (Restrong e cols. 1977, citados por Eklbom, 1999).
Segundo os mesmos autores, a utilização do equipamento completo é a melhor maneira de prevenir os abrasões e as lesões de queimaduras.
De referir que em relva artificial o guarda-redes deve utilizar umas calças mais largas a fim de evitar o contacto entre a relva e a pele.
Com uma prevenção adequada, uma limpeza cuidadosa das feridas, estas lesões originadas de queimadura por fricção podem considerar-se um problema menor.

6 - A LESÃO DESPORTIVA 

Não há definição comum, nem todos os autores estão de acordo em formular um conceito para a lesão desportiva. Para alguns autores uma lesão deve considerar-se desportiva se está relacionada com o desporto e mantém o desportista fora da competição, tendo necessidade de atenção médica (Keller et al, 1988). Segundo o Conselho da Europa, a lesão desportiva foi definida como qualquer limitação funcional óssea, muscular, tendinosa ou articular adquirida durante a prática da actividade física causando uma ou mais, das seguintes consequências: redução da actividade desportiva, necessidade de tratamento ou aconselhamento médico e/ou interrupção da actividade desportiva.
Estima-se que na Europa, cerca de 50-60% de todas as lesões desportivas e cerca de 3,5-10% das lesões tratadas em hospital, se devem ao futebol (Franke, 1977; Ekstrand, 1982).  Um problema fundamental associado à valorização epidemiológica dos dados existentes sobre lesões desportivas, é a maneira inconsistente de definir o que é uma lesão, bem como a forma como se regista e recolhe a informação. A literatura actual sobre a epidemiologia das lesões do futebol assenta sobre uma diversidade de definições acerca do que é uma lesão.  Para que a comparação dos dados recolhidos em futuros estudos sobre futebol e a comparação de dados de lesões no futebol com os dados existentes noutras modalidades tenham sentido, torna-se necessária uma definição universal do que é uma lesão atlética.
Ekstrand y Gillquist (1983) e outros autores usaram uma definição comum de lesão como um evento que se produz durante as partidas ou durante a prática programada, tendo como consequência a paragem do jogador, não só nos treinos, mas também nos jogos.
Sugeriu-se que apenas se inclui nestas estatísticas aquelas lesões que dêem lugar a perdas de tempo na prática ou no jogo.
Segundo Nunes (1999), a maioria das lesões desportivas é resultado de um traumatismo "externo", de forças dinâmicas internas ou de um esforço de sobre uso de certas estruturas.


Mas podemos encontrar factores predisponentes para o aparecimento de certas lesões de natureza interna, assim como: morfotipo do atleta, índice de flexibilidade, gesto desportivo, qualidade dos pisos,...; este tipo de lesões pode ser diminuído se houver uma forma de prevenção, ou seja, verificar antecipadamente os aspectos que poderão colocar o atleta em situações de risco para em seguida conseguir modificá-los antes de causar a lesão ou levar ao aparecimento desta.
É de salientar alguns pontos importantes nas causas intrínsecas, já que estas surgem sem haver contacto/agressão de um agente externo, mas podem ser consideradas como tal, devido a existir um desequilíbrio entre as capacidades do atleta e as solicitações que lhe são impostas pelo gesto desportivo.


Portanto, temos as seguintes situações: 1. Agudas – macrotraumáticas (directa ou indirecta): poderão surgir após um movimento brusco (exemplo: no início da actividade sem realizar o aquecimento devido, poderá levar ao aparecimento de lesões musculares nos quadricípes);
- Pode também ocorrer agudização da doença crónica;


2.
Crónicas: são lesões que se mantêm ao longo de um certo tempo, passando por situações de remissão e de exacerbação das queixas, estas poderão ser causadas por repetidas situações de lesão na estrutura sem ter existido um recuperação completa (exemplo: instabilidade na tíbio- társica devido a entorses de repetição);
- Sobrecarga (
overuse): surgem de forma lenta, gradual e progressiva, devido a uma mudança brusca de exigências da prática desportiva, sem que o atleta se consiga ir adaptando. 
Vai criando microtraumatismos, que não originam situações agudas, mas devido à sua frequência e repetição atingem um elevado grau das suas capacidades e acabam por provocar lesão (exemplo: dor na canela, típica nos fundistas, surge após a mudança de piso e de aparecimento gradual).

7 - GRAVIDADE DA LESAO DESPORTIVA 

Para se classificar a gravidade da lesão desportiva foram utilizadas as classificações propostas por Marti et al. (1988) e o tempo de afastamento da prática desportiva, definida segundo a nomenclatura do NAIRS (National Athletic Registration System).

Os três graus de lesão propostos são definidos da seguinte forma:

- Grau I: o atleta manteve toda a actividade dos treinos e competições independentemente da dor;
- Grau II: o atleta diminuiu a duração e a intensidade dos treinos em função da dor;
- Grau III: o atleta interrompeu por completo e involuntariamente os treinos, pelo menos, por duas semanas.

O NAIRS classifica as lesões de acordo com o período de afastamento da prática desportiva, isto é, leve (de 1 a 7 dias), moderada/séria (de 8 a 21 dias) e séria (mais do que 21 dias ou permanente debilidade).


Para Nilsson e Roaas (1978) quando existe uma lesão ligamentar, esta classifica-se em três grau de gravidade:

- Grau I (ligeiro):
envolve algumas fibras do ligamento, tem dor quando é colocada em
stress, fica com um pequeno edema, não há aumento da laxidez articular e há uma ligeira diminuição da funcionalidade.

- Grau II (moderado): envolve uma porção considerável de fibras do ligamento, tem dor à tensão, aparece um edema moderado, há aumento da laxidez no final do movimento, mas o final do movimento é firme e há diminuição moderada da estabilidade mecânica da estrutura.

- Grau III (severo): ruptura completa das fibras do ligamento, pode ser doloroso à tensão, aparece edema severo, mostra grande laxidez articular sem fim firme e há um aumento considerável da instabilidade articular. 29

CAPITULO II
METODOLOGIA

1. Caracterização do estudo

Os dados e informações colectados e sistematizados neste estudo sobre as lesões mais frequentes nos guarda-redes da I e II Liga Portuguesa na época desportiva 2003/2004, conforme já foi referido na introdução deste trabalho, são, essencialmente de natureza descritiva.
Procurou-se caracterizar, numa população dos guarda-redes portugueses, o conteúdo e as características do treino, as lesões desportivas na época de 2003/04 e ainda as lesões mais significativas anteriores a este período, verificando a associação entre factores extrínsecos e intrínsecos bem como a gravidade das lesões.


2. Amostra
A amostra do estudo foi constituída por 53 guarda-redes pertencentes às equipas da I e II Liga Portuguesa, na época de 2003/2004.
De referir que a amostra previa inicialmente 70 guarda-redes, mas, por diversas razões (pessoais ou institucionais) alguns dos atletas não responderam ao questionário.


Pensamos que esta recusa de resposta se poderá dever/explicar por 3 ordens de factores: 1) falta de conhecimento das suas lesões ou falta de interesse em as divulgar;
2) por serem atletas que estão sujeitos a um treino específico e de grande carga;
3) Outros factores (ou por estarem ligados à muito tempo ao clube ou devido aos programas de treino).


3. Método utilizado – Questionário
Dados descritivos sobre a lesão, como a taxa de incidência por exposição e a severidade podem ser avaliados utilizando questionários ou entrevistas individuais.

Segundo Ghiglione & Matalon (1993) a classificação do inquérito deve ser feita segundo a sua objectividade e directividade, ou seja, quanta liberdade de resposta é dada ao inquirido: de um lado a entrevista não directiva e, do outro, o questionário fechado. 
Os mesmos autores apontam que o termo entrevista é usualmente associado ao não directivismo, enquanto que o questionário sugere a ideia de preparação prévia do conteúdo a ser tratado. Por outro lado, Moreira (1994) define o questionário como o mais rápido e estruturado tipo de entrevista, tendo uma formulação e ordenação rígida de perguntas. As respostas apresentam um conteúdo relativamente limitado, pois os inquiridos têm pouca liberdade nas respostas, ordenadas conforme as informações necessárias para o controle das hipóteses formuladas na investigação. Os questionários proporcionam uma mistura de opções que devem ser consideradas numa avaliação a respeito da sua utilização. 

Dentro dos vários aspectos destacam-se: 1) podem ser utilizados num grande número de pessoas, por um baixo custo, sendo frequentemente utilizados nos estudos epidemiológicos;

2) não alteram o comportamento dos sujeitos;

3) possibilitam o acesso às várias dimensões do comportamento da actividade de treino, abrangendo diversas idades, estando adaptado às necessidades específicas da população (Sallis & Owen, 1998).
O instrumento utilizado foi o questionário (anexo 1), organizado e estabelecido a partir das necessidades do estudo e pelo planeamento em conjunto do pesquisador e orientador.
No entanto, os questionários disponíveis na literatura não apresentam abrangência suficiente que permitisse colectar os dados necessários para este estudo. 
Desta forma, para se obter as informações necessárias, elaborámos, com o intuito de obter uma maior consistência, o questionário a ser aplicado com base na colecta de informações sobre as lesões dos guarda-redes, por um lado, através de uma recolha e estudo de tópicos existentes em questionários elaborados para outras modalidades, por outro, questionando e recolhendo informações através de depoimentos de profissionais que treinam nesta área. O questionário utilizado foi elaborado ao longo de quatro fases. Na primeira fase, realizamos uma recolha exaustiva de dados contidos na literatura referentes ao treino de guarda-redes, consultámos treinadores de futebol, treinadores de guarda-redes e agentes de medicina desportiva, resultando um primeiro esboço do questionário com 23 perguntas. 
Na segunda fase o questionário provisório foi submetido a uma análise prévia das pessoas questionadas na primeira fase.O objectivo desta etapa foi obter uma maior integração entre os itens listados, corrigir possíveis falhas e receber novos dados acerca do problema.
Por sugestão dos mesmos foram realizadas algumas alterações na formulação das questões e na organização estrutural do questionário.
Na terceira fase realizámos um pré-teste que envolveu a aplicação deste questionário numa amostra reduzida, constituída por quatro guarda-redes, dois agentes de medicina desportiva, um treinador de futebol, um preparador físico e um treinador de guarda-redes de futebol. 

No diálogo posterior ao preenchimento dos questionários, os participantes expuseram as suas dificuldades e dúvidas, a fim de detectar possíveis ajustes a serem realizados. Na última fase verificámos se o questionário recolheu as informações suficientes para responder aos indicadores relacionados com as hipóteses levantadas. 
O questionário é constituído por uma parte inicial relativa aos dados sócio-demográficos e à experiência profissional dos atletas. Seguidamente, o questionário apresenta 6 questões relativas aos dados antropométricos dos atletas. 

Com o intuito de obter dados relativos ao treino, o questionário apresenta um tópico dividido em três alíneas:
dados relativos ao treino em geral (3 perguntas); dados relativos ao treino especifico de guarda-redes (4 perguntas); condições de treino (2 perguntas). 

O questionário por nós elaborado apresenta ainda uma pergunta cujo intuito é saber qual ou quais as lesões que os atletas tiveram até à época 2002/2003, a sua gravidade e o tempo de inactividade. 
O último parâmetro do questionário prende-se com as lesões relativas à época 2003/2004. 
Para cada lesão, o questionário apresenta 15 questões cujo objectivo é saber qual a lesão e sua gravidade, o tipo de actividade em que ocorreu, bem como os meios utilizados na reabilitação da mesma.

4. Procedimentos estatísticos
Após a recolha dos dados, utilizamos o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 11.5, para a análise dos mesmos através da realização de tabelas de estatística descritiva e de tabelas de frequência para as variáveis em questão. 32 33

CAPITULO III
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

1. Caracterização da amostra 

A amostra é constituída por 53 guarda-redes pertencentes às equipas que disputaram os campeonatos profissionais de futebol da Liga Portuguesa na época 2003/2004.
Em anexo são apresentados alguns dados, que após uma análise mais cuidada dos mesmos, verificamos que ou não tinham pertinência para o estudo, ou então devido à complexidade das questões, não foram preenchidos correctamente.

ANALISE DOS GESTOS TECNICOS BASE DO GUARDA-REDES

Uma das maiores sensações de frustração para um atleta é a ocorrência de uma lesão que o impede de concretizar todo o seu potencial atlético. 
As lesões directamente dependentes da incorrecção do gesto desportivo adquirem particular importância por ocorrerem e recorrerem sistematicamente, quando o atleta se encontra praticamente no máximo da sua forma física, levando em períodos cruciais da sua preparação à interrupção dos treinos (Custódio, 1995, citado por Massada, 1987). 

No Campeonato do Mundo de França em 1998 foram analisados e calculados, em 50 jogos seleccionados entre os jogados, os gestos técnicos mais executados pelos guarda-redes e as principais constatações foram, segundo Deshors (1998):
- O número médio de intervenções por guarda-redes por jogo foi de 41,5.
- As intervenções decisivas representam 19,2%, ou seja, uma média de 8 por partida.
- Os 5 gestos técnicos mais representativos são:
1 – Pontapé com a bola estática: 29,4%
2 – Lançamento com a mão: 11,58%
3 – Bola bloqueada: 11,49%
4 – Pontapé de um passe atrasado: 9,44%
5 – Controle da bola e pontapé: 8,21%


3.1 - Posição básica

Para Iorio (2002) o principal objectivo do guarda-redes consiste em evitar que a bola ultrapasse a linha de golo; para isso ele intervém sobre a bola mediante a realização de acções técnicas específicas. 

Todas as acções técnicas têm o seu início numa posição fundamental assumida pelo guarda-redes, e sem a qual seria muito difícil executar as acções técnicas de forma correcta.
Para este autor a posição básica pode ser definida como a forma corporal assumida pelo guarda-redes no sentido de facilitar a execução das acções técnicas posteriores com a máxima eficácia. 

É fundamental que a execução correcta da posição básica seja feita a partir de um correcto tónus muscular.

Assim, a cabeça deve encontrar-se erguida de forma a acompanhar a bola com o olhar, o tronco ligeiramente inclinado à frente, os braços 16
ligeiramente flectidos e à frente com as mãos à altura dos joelhos, as pernas semiflectidas e afastadas formando uma boa base de sustentação, os pés podem assumir duas posições: (a) com toda a superfície plantar em contacto com o solo;
(b) apenas a parte anterior contacta com o solo, (Ocaña, 1997). 

Fig. 1 - Superfície plantar para a adopção de uma correcta posição básica (adaptado de Ocaña, 1997).

3.2 - Recepção
Ocaña (1997) refere a recepção como a utilização dos membros superiores de modo a facilitar a posse ou o controlo da bola com as mãos ou os braços, reduzindo parcial ou totalmente a velocidade da bola. 

A recepção é classificada de acordo com a posição do guarda-redes em relação à trajectória da bola; assim a recepção pode ser:

3.3 - Recepção alta 
Realizada acima da linha dos ombros, sempre à frente ou sobre o eixo longitudinal corporal, e com os braços estendidos (Ocaña, 1997). 

Esta acção técnica pode ser executada em salto ou em apoio e sempre com os polegares juntos (mãos em forma de concha). 
Fig. 2 - Posição das mãos para a recepção alta (adaptado de Ocaña, 1997).

3.4 - Recepção média
Realizada entre a linha dos ombros e a linha da cintura, as mãos situam-se no plano frontal de forma a que o corpo constitua uma segunda barreira entre a bola e a baliza (Ocaña, 1997). Fig. 3 - Proteger sempre a bola com o corpo (adaptado de Ocaña, 1997).

3.5 - Recepção baixa
Segundo Iorio (2002) esta acção técnica é realizada entre a linha da cintura e solo, com um joelho flectido e apoiado no chão, o tronco flectido à frente e com os braços estendidos (procura juntar os antebraços). Fig. 4 - Proteger sempre a bola com o corpo (adaptado de Ocaña, 1997).

3.6 - Recepção em queda
Realizada com qualquer superfície corporal em contacto com o solo (queda lateral) à excepção dos apoios plantares.
Com os braços estendidos, flexão e abdução da perna que entra em contacto com o solo e os dedos das mãos afastados (Ocaña, 1997). Para maior segurança, no final da acção técnica, levar a bola ao peito pressionando-a com os braços, antebraços e mãos.
Fig. 5 - Braços estendidos no prolongamento do corpo (adaptado de Ocaña, 1997).

3.7 - Recepção com encaixe

Para Iorio (2002) a recepção com encaixe pode ser definida como a acção técnica que possibilita ao guarda-redes a posse da bola através de uma única acção, reduzindo totalmente a velocidade da bola através do contacto desta contra o peito e a simultânea pressão realizada pelos antebraços e mãos contra o corpo do guarda-redes.
Fig. 6 - É importante que a acção dos braços e antebraços seja coordenada com o impacto da bola no peito (adaptado de Ocaña, 1997).  A recepção com encaixe diferencia-se das outras acções técnicas por utilizar o peito como superfície corporal na realização do gesto técnico.

Esta acção técnica é classificada como:


3.8 - Recepção com encaixe médio
Fig. 7
- Encaixe médio (adaptado de Ocaña, 1997). 20

3.9 - Recepção com encaixe em queda
Fig. 8
- Encaixe em queda (adaptado de Ocaña, 1997).

3.10 - Desvios
De acordo com Ocaña (1997) os desvios são acções técnicas que consistem em modificar a trajectória e/ou o sentido da bola, dando-lhe uma direcção determinada com propósito defensivo.

Os desvios podem ser classificados de acordo com a superfície de contacto com a bola, deste modo temos:

Desvios com a mão - realizam-se quando a bola descreve uma trajectória aérea, o contacto com a bola é precedido de um deslocamento frontal e nunca deve ser efectuado em apoio. Esta acção técnica deve ser utilizada quando a recepção da bola seja inadequada ou quando a sua posse não seja garantida.


Desvios com o pé - com o novo quadro de regulamentos esta acção técnica foi valorizada.
Alguns dos erros mais comuns são desviar a bola para as zonas centrais e desviar a bola sem contudo a tirar do centro do jogo.


3.11 - Colocação e orientação

Para Cabezón (2001) a colocação do guarda-redes é fundamental para o correcto desempenho da sua função táctica. O guarda-redes deve modificar a sua colocação em função da direcção da bola, dos seus companheiros e dos seus adversários. O conceito de orientação do guarda-redes surge quando este se desloca no terreno com o objectivo de intervir no jogo. Cabezón (2001) refere como pontos de referência para a orientação do guarda-redes as esquinas da grande área, o semi-circulo da grande área e a marca da grande penalidade.


Ocaña (1997) refere que a colocação e orientação do guarda-redes quando a equipa se encontra em posse de bola deve ter em atenção:
Evitar abandonar as zonas centrais da grande área; Situar-se no semi-circulo da sua grande área, com o objectivo de dar profundidade à sua linha defensiva.

3.12 - Saída
Esta acção técnica é realizada pelo guarda-redes quando sai da sua área de protecção no sentido de intervir sobre a bola utilizando, para tal um gesto técnico específico (recepção ou desvios).

A execução técnica da saída divide-se em dois momentos distintos: (a) o deslocamento e (b) a intervenção sobre a bola.

A bola encontra-se na posse do adversário que a conduz na direcção da baliza.
Na acção de condução de bola, diferenciam-se dois momentos,
(1) um em que a bola se encontra fora do controlo motor do atacante
(2) e outro em que o jogador está em contacto com a bola.
É, pois, no primeiro momento (1) que o guarda-redes deve intervir sobre a bola, de forma rápida e decidida.
Fig. 9 - Momento da intervenção do Gr sobre a bola (adaptado de Ocaña, 1997).

As saídas, com orientação defensiva, classificam-se de acordo com o tipo de deslocamento feito pelo guarda-redes, assim temos:
Saída frontal - deslocamento frontal. Saída lateral - deslocamento lateral.


3.13 - Reposição de bola em jogo 
Iorio (2002) define-a como a acção realizada pelo guarda-redes em posse de bola com o objectivo de dar continuidade ao jogo. Em função da superfície corporal utilizada para a realização do gesto técnico, pode classificar-se a reposição de bola em jogo como reposição com o pé e reposição com a mão.

3.14 - Reposição com o pé
Para uma correcta execução deste tipo de reposição é fundamental que o guarda-redes realize em simultâneo um deslocamento frontal e uma extensão completa do braço que lança a bola para o pé. Fig. 10 - Deslocamento frontal e extensão completa do braço que lança a bola para o pé (adaptado de Ocaña, 1997).

Alguns dos erros mais comuns na realização da reposição de bola com o pé são:
Flectir o braço que lança a bola; Executar a reposição para fora do terreno de jogo; Realizar o gesto técnico a partir de uma posição estática.

3.15 - Reposição com a mão

Como critérios de execução para este gesto técnico o autor acima citado refere a extensão completa do braço e o olhar dirigido para a zona alvo.
Fig. 11 - Extensão completa do braço e olhar dirigido para a zona alvo (adaptado de Ocaña, 1997).


Alguns dos erros mais comuns na realização da reposição de bola com a mão são:
Flectir o braço que executa; Realizar um lançamento de precisão em que a bola contacta com o solo antes de contactar com o jogador.

4 - ESPECIFICIDADE DO TREINO

De todos os intervenientes num jogo de futebol, o guarda-redes parece ocupar uma posição especial devido às características das suas acções, das tarefas a desempenhar e das condições a que está submetida a sua prestação, por vezes, sujeita a grande
stress (Eklbom, 1999). De acordo com Montero (2000), o guarda-redes de futebol é o elemento mais importante de uma equipa, uma vez que qualquer equívoco ou falha pode afectar negativamente o trabalho de toda a equipa. A grande "pressão" a que este jogador está sujeito, assim como a grande influência que tem em relação ao êxito, ou ao insucesso da sua equipa, aliados à confiança que poderá transmitir aos colegas, poderão ser factores que contribuem para tal. Acima de tudo, o que salta à vista é que o guarda-redes tem um papel cada vez mais fundamental no seio de uma equipa de futebol. Não deixa de ser relevante o aumento da média de intervenções decisivas por jogo, que pressupõe uma jogada iminente de golo. Isto quer dizer que os guarda-redes estão a desenvolver um trabalho cada vez melhor, a que não são com certeza alheios os revolucionários métodos de trabalho, quer sejam de natureza física, técnico-táctica e, porque não, de natureza psicológica. A evolução do futebol, tal como sucede em qualquer outra actividade humana, passa pela constante procura e pela utilização de meios e de métodos, cada vez mais ajustados e mais eficazes (Garganta, 1997). Neste sentido, muitos têm vindo a ser os progressos efectuados ao nível do treino do guarda-redes nos últimos anos, atribuindo a maioria dos estudos grande importância à necessidade de um treino específico e dirigido (Madeira, 2002). No contexto actual, o treino desempenha um papel fundamental na prevenção de lesões, uma vez que muitas das vezes, " as cargas de treino percorrem os limites da tolerância funcional, numa relação estreita entre o êxito desportivo e a resistência estrutural " (Pinheiro, 1998, pp.15). As qualidades indispensáveis para fazer frente a um papel tão difícil como o de guarda-redes são múltiplas e de ordem psíquica, técnica e física. 


4.1 - Qualidades físicas do guarda-redes
-
Estatura superior à média; - Força de arranque ou de elevação; - Capacidade de saída ou velocidade de deslocação em curtas distâncias; - Velocidade de reacção ou rapidez de reflexos; - Potência generalizada de todos os músculos do corpo; - Flexibilidade ou mobilidade articular; - Equilíbrio; - Agilidade e dotes acrobáticos; - Coordenação motora; Pode dizer-se que a grande estatura não pode ser considerada como um parâmetro exclusivo para a eleição de um indivíduo como guarda-redes; sem dúvida, que é um dom preferencial quando está acompanhado de outras características físicas.
Uma ampla abertura dos braços, as mãos largas, uma discreta amplitude articular na região dos ombros, das ancas, da coluna vertebral, uma particular sensibilidade das mãos relativamente ao contacto com a bola, acompanhada por uma rápida capacidade de reacção e uma boa formação muscular, junto com uma grande elasticidade de movimentos, são qualidades que influem favoravelmente no quadro físico ideal de guarda-redes. Segundo Iorio (2002), os guarda-redes de futebol, possuem em geral uma estatura entre 1,75m e 1,90m e um peso entre 70Kg e 85 Kg. As capacidades motoras dos guarda-redes deverão ser sempre aferidas com o intuito de melhorar a capacidade de jogar futebol, sendo fundamental a sua interacção e a integração com várias componentes que contribuem para melhorar essa capacidade de jogo (Konzag, 1995).

REVISAO DA LITERATURA:

CAPITULO I
1. O GUARDA-REDES

Tal como a sociedade, o Futebol tem evoluído ao longo da sua história.
À semelhança das outras modalidades desportivas colectivas, esta evolução atingiu, nos últimos anos, níveis muito acentuados devido ao desenvolvimento verificado nos diferentes factores que influenciam o rendimento no Futebol (Esteves, 2000).
Para Cabezon (2001), um dos factores que mais influência o rendimento do guarda-redes é o quadro regulamentar a que este está sujeito, isto é, as leis do jogo.
As alterações a que as leis de jogo, referentes ao guarda-redes, têm sido sujeitas atribuíram ao guarda-redes mais responsabilidades e obrigações, contudo provocaram uma maior limitação nas suas possibilidades de actuar.
O Futebol de hoje, o denominado "Futebol moderno", teve a sua origem em Inglaterra no ano de 1863, contudo só em 1871 surge no código das leis de jogo a primeira referência ao guarda-redes, sendo que durante estes anos a defesa da baliza era feita por qualquer dos jogadores intervenientes.
A partir de 1912 o guarda-redes deixou de poder jogar a bola com os membros superiores fora da área de protecção dos atacantes (Esteves, 2000).
A regra dos quatros passos foi implementada mais tarde, por volta de 1991 (Cabezon, 2001). Em 1997 o guarda-redes foi proibido de jogar a bola com as mãos quando esta é devolvida por algum dos companheiros com qualquer superfície corporal abaixo do joelho ou lançamento de linha lateral (Esteves, 2000).
De acordo com o mesmo autor, estas alterações que o Futebol moderno sofreu, tiveram o intuito de melhorar a qualidade de jogo, através do incremento do ritmo que é disputado. Segundo Cabezon (2001), os problemas técnico - táctico que as novas regras de jogo impõem, exigem um tipo de guarda-redes, em que a única missão não seja impedir o golo permanecendo entre os postes, mas também que seja capaz de intervir na fase de ataque. Cabezon (2001) refere ainda que o guarda-redes moderno está obrigado a intervir no plano técnico - táctica e na organização geral da equipa quer no ataque, quer na defesa.
Esta intervenção faz-se, por exemplo, com a solicitação frequente do jogo de 6
pés (quando os seus companheiros se encontram pressionados pelo adversário) ou jogando como libero (dando profundidade ao sector defensivo).
Perante este cenário, o guarda-redes moderno terá de se adaptar, alterando os seus hábitos e apostar numa formação que vá de encontro às exigências das tarefas e funções que desempenha no Futebol moderno (Cabezon, 2001).
Segundo Bonizzoni & Leali (1985), o guarda-redes é o elemento da equipa que necessita de maior assistência psicológica da parte do treinador, devido à grande responsabilidade que tem sobre as suas "costas".
Ele está consciente que cada um dos seus erros pode ser determinante para os resultados. Só com a experiência e o passar dos anos, em geral, consegue dominar os seus impulsos emotivos e jogar numa situação psicológica mais favorável.
O guarda-redes é sobretudo um observador privilegiado já que o seu campo de visão cobre a totalidade do terreno durante o encontro. Segundo os mesmos autores, não se deve considerar a sua missão como exclusivamente defensiva.
Pelo seu posicionamento na área, pela oportunidade das suas saídas, pela maneira como repõe a bola em jogo, o guarda-redes desempenha também um papel ofensivo.
A agilidade, a flexibilidade, a coordenação e a destreza são qualidades essenciais no guarda-redes.
Não se nasce já guarda-redes, é preciso trabalhar e beneficiar de treinos muito específicos (Bonizzoni & Leali, 1985). Para Bonizzoni & Leali (1985), o futebol moderno tem sofrido uma grande evolução, sobretudo no sentido de uma exaltação do jogo colectivo em comparação com a acção individual.
O intercâmbio entre os papéis, a necessidade de ter em campo os chamados jogadores "universais", pode considerar-se das principais características do futebol dos nossos tempos.
A afirmação de colectivo não deve cingir-se aos dez jogadores de campo, mas também contar com o guarda-redes, no sentido de que só dele se deve pretender uma verdadeira participação como futebolista de acção defensiva e ofensiva da equipa, como já vimos anteriormente.
Depreende-se que o guarda-redes, além da habilidade específica no uso das mãos, deve ser um futebolista como os outros, ou seja, capaz de executar com à vontade os gestos técnicos fundamentais dos outros, além de possuir noções precisas da técnica aplicada.
As dificuldades e exigências de jogar nesta posição são muito diferentes daquelas que são necessárias para jogar noutra posição.
Assim, o guarda-redes precisa não só de possuir uma agilidade atlética específica e uma boa velocidade de reacção, mas também uma capacidade psicológica distinta.
Os guarda-redes devem ter uma
estatura específica para alcançarem com mais facilidade as bolas aéreas, devido sobretudo às dimensões da baliza, mas também para dominarem dentro da sua pequena área; por norma, possuem uma estatura superior à dos outros colegas de campo.
O guarda-redes deve, por outro lado, possuir uma boa componente técnica, em virtude de cada vez mais ser solicitado para jogar com os pés, devido em grande parte às imposições das novas regras.
Deve ainda ser capaz de colocar a bola, com os pés, em profundidade, para os colegas que surjam desmarcados, acelerando assim o jogo (Taelman, 2001). Segundo Taelman (2001), o guarda-redes necessita, por tudo isto, de estar bem preparado, ser rápido e ter reacções rápidas, ser ágil e mover-se com rapidez em todas as direcções.
A sua colocação e decisão nos lances de bola parada (como os cantos) é fundamental, com o intuito de agarrar com firmeza a bola ou socá-la para longe da sua área, devendo, para isso ter um apurado sentido de sincronização.
Por outras palavras, deve ser um atleta completo e com um conjunto de características fundamentais para o seu desempenho.
Do ponto de vista psicológico, ser guarda-redes é especialmente duro, porque requer uma contínua capacidade de concentração ao longo de todo o jogo.
Por isso, deve ter um carácter forte que lhe permita suportar as críticas dos outros jogadores, treinadores, espectadores e especialmente da imprensa (Taelman, 2001). Tendo em conta todos estes factores já descritos, ser guarda-redes é um desafio que requer um talento específico, uma capacidade física incomum, aliada a uma grande personalidade.


2- LESÕES ESPECÍFICAS DOS GUARDA-REDES

Segundo Grados (2000), os guarda-redes são talvez os futebolistas mais especiais e particulares que existem, sobre os quais recai demasiada pressão sobre a sua actuação.
À parte desta forte personalidade, eles são também especiais em relação às suas lesões, pois têm mais propensão a contraírem lesões no tronco e membros superiores Os mecanismos causais de lesões sobre a relva e pelado são muito semelhantes, mas a relva artificial oferece um quadro distinto (Renström e cols, 1977, citados por Eklbom, 1999). Os autores referem que as condições do relvado são muito importantes. Em relva natural ou pelados muito secos o terreno é duro e desigual, podendo aumentar o risco especialmente de contusões e abrasões para os guarda-redes. Quando a relva natural é macia e se encontra em boas condições é provavelmente o melhor terreno para o guarda-redes. Quando a relva artificial está seca, há uma maior fricção e, portanto, também um maior risco de lesão para os guarda-redes. As lesões de ligamentos e músculos produzem-se com tanta frequência tanto em superfícies secas como húmidas, sendo que as fracturas acontecem mais vezes sobre terrenos secos (Renström e cols, 1977, citados por Eklbom, 1999). De acordo com Pallotta (2003), entre as causas que nos últimos anos incrementaram o aumento das lesões traumáticas no futebol, serão de referir, o aumento da velocidade do jogo que se traduz naturalmente por uma maior rapidez de execução do gesto; os diferentes métodos de treino (como qualidade e como quantidade de trabalho nos treinos semanais, as novidades técnico-tacticas); a utilização mais frequente de soluções tácticas como, pressing, fora de jogo e duplicação das marcações; tudo isto executado à máxima intensidade, seja no treino como no jogo. Tudo isso pode implicar um risco de lesões, sejam agudas ou crónicas, por culpa da sobrecarga funcional. No entanto, num estudo realizado por Junge, A. & cols (2004), a incidência de lesões durante os Campeonatos do Mundo de Futebol de 1994, 1998 e 2004 foi semelhante A incidência de lesões no Futebol pode ser reduzida através de uma intervenção preventiva. Os treinadores necessitam de uma melhor educação no sentido de melhorarem a sua intervenção no que concerne à utilização de estratégias de prevenção de lesões durante os treinos (Junge, A. & cols., 2002). Neste contexto, assume elevada importância o facto de mais de um quarto das lesões no futebol derivarem de faltas, o que leva a que se considerem as intervenções desta natureza como um elevado risco de lesão (Junge, A. & cols, 2000). As lesões na cabeça são frequentes nos guarda-redes. Produzem-se em colisões com os postes da baliza e com pontapés ou golpes dos adversários. As contusões na cabeça e as fracturas de crânio não são raras e esta lesão é considerada potencialmente grave se o jogador fica inconsciente; com uma lesão deste nível, com perda de consciência não se deve permitir que continue a jogar e deve ser observado por um médico durante a fase aguda (inicial). Desta forma podem produzir-se hemorragias cerebrais graves que são potencialmente perigosas para a vida (Eklbom, 1999). O mesmo autor refere que as lesões faciais também são comuns entre os guarda-redes. Podem ser feridas na cara, que devem tratar-se estancando a hemorragia e assegurando o tratamento utilizando compressas ou suturando o mais rápido possível. As fracturas faciais são comuns em contacto corporal com os outros jogadores e com os postes das balizas, podendo ser bastante graves tais como as fracturas do maxilar com afundamento do mesmo, o qual pode provocar visão dupla. As fracturas do osso zigomático também são comuns provocando um desconforto ou dor próxima do pavilhão auricular na mastigação, este tipo de lesões remete muitas vezes para o tratamento cirúrgico. Por outro lado as fracturas dos ossos próprios do nariz são as mais frequentes nos guarda-redes e produzem-se através do contacto corporal ao cair no solo ou num choque contra os postes. Em geral, existe uma hemorragia nasal epistáxis e há sensibilidade na palpação; muitas das vezes é visível um desvio no osso nasal tendo de recorrer à cirurgia. Além das lesões já referenciadas, pela especifidade dos gestos técnicos característicos da posição, o ombro é outra das estruturas com maior incidência de lesão (Eklbom, 1999). Neste contexto, assume fundamental importância o facto de o guarda-redes efectuar mais ou menos 200 contactos ombro-solo cada semana; é o mecanismo de deslizamento, feito como protecção da articulação dos impactos, que permite a distribuição em mais pontos das solicitações traumáticas transmitidas (Pallota, 2003). Segundo Eklbom, (1999) as luxações no ombro não são raras nos guarda-redes e ocorrem quando estes caem sobre o braço e o cotovelo arrojando-se para a bola, podendo produzir-se quando um jogador cabeceia a bola e o guarda-redes, após a fase de voo, cai directamente sobre o braço, forçando uma luxação anterior. Um guarda-redes com uma luxação anterior refere uma dor intensa e marcada incapacidade funcional e deve ser por isso retirado do campo com o intuito de que essa lesão seja reduzida o mais rápido possível. Quando sofre uma luxação do ombro, o guarda-redes só pode voltar a efectuar trabalho específico ao fim de algumas semanas, uma vez que um retorno prematuro ou uma reabilitação incompleta podem produzir luxações e instabilidade permanentes, que requerem, com o decorrer do tempo, cirurgia reconstrutiva para restabelecer a função. A luxação da articulação acrómio-clavicular é uma lesão frequente quando o guarda-redes cai directamente sobre o ombro segurando a bola com as mãos. Esta lesão classifica-se segundo a sua gravidade sendo o seu tratamento principalmente conservador, verificando-se a possibilidade de retorno à competição ao fim de 4 a 8 semanas; lesão que é habitualmente cirúrgica. Segundo Grados (2001), poder-se-ão referir as luxações gleno-umeral de Benckenbauer e Franscescoli na copa América de 1986, as quais foram reduzidas e imobilizadas com ligadura funcional voltando os mesmos a jogar. No entanto, isto só é possível por serem jogadores de campo não sendo sujeitos às constantes quedas e solicitações desta articulação como é o caso dos guarda-redes. Ainda segundo o mesmo autor, as fracturas nos dedos das mãos dos guarda-redes são bastante frequentes e inibidoras assim como a referida anteriormente. Para Eklbom as fracturas da mão são uma lesão frequente nos guarda-redes. Apesar de apresentarem geralmente um bom prognóstico, os atletas não podem voltar a praticar actividade desportiva antes de dois ou três meses de recuperação. Podem verificar-se fracturas do escafóide se o guarda-redes cai com o corpo sobre as suas mãos em dorsiflexão. Existe dor sobre a área da tabaqueira anatómica e eminência tenar, e dor com os movimentos da mão e primeiro dedo. Devido à má circulação do escafóide, estas lesões implicam uma imobilização longa, podendo o guarda-redes ficar afastado da competição até aos quatro meses. 

As fracturas, luxações e distorções dos dedos são comuns nos guarda-redes, tratando-se geralmente de modo conservador, podendo a cirurgia estar indicada no caso de se verificar um deslocamento importante da fractura. Este tipo de atletas podem sofrer lesão do ligamento lateral interno.
Estas lesões figuram entre as mais frequentes que um guarda-redes pode sofrer, ocorrendo sobretudo no chão, quando os guarda-redes se lançam ao solo e também quando a bola embate nos dedos de frente. Estas lesões requerem cirurgia em 50-70% dos casos para assegurar uma regeneração ligamentar e uma boa futura capacidade funcional.
O atleta que necessite de cirurgia para esta lesão estará afastado da actividade durante 3-4 meses. Neste caso o autor considera que as luvas dos guarda-redes não estão bem desenhadas do ponto de vista preventivo (Eklbom, 1999). O autor refere que relativamente ao cotovelo, podem produzir-se bursites sinoviais ou hemorrágicas sobre a bolsa do olecraneo quando o guarda-redes lança o seu corpo para o solo, especialmente se não tem essa zona protegida. No momento do traumatismo pode haver uma hemorragia na bolsa; se não se efectuar a drenagem da mesma, poderão suceder episódios de calcificações ou aderências e se não for tratada convenientemente, o resultado final será o aparecimento de uma bursite crónica. Uma bursite crónica causa com frequência uma inflamação secundária recorrente e em muitas situações recorre-se à cirurgia. Para prevenir este tipo de lesão deve proteger-se esta zona com uma ortótese/cotoveleira, material que deve ser obrigatório para todos os guarda-redes. Noutras ocasiões podem surgir lesões mais graves, tais como as fracturas e luxações do cotovelo, estas menos frequentes. Relativamente às lesões nas no dorso Ekstrand & Gillquist (1983) referem que as mesmas não são mais frequentes nos guarda-redes do que nos outros jogadores de campo. A lesão discal surge com alguma frequência; este tipo de lesão pode produzir-se devido, em grande parte, à energia e velocidade colocada nas colisões, tanto contra os adversários como contra o solo e postes da baliza. As lesões da coluna cervical podem ser causadas pelo mecanismo de flexão ou extensão e também por uma verdadeira compressão ao embater contra os postes da baliza, podendo produzir lesões graves com fracturas ou luxação com instabilidade. Qualquer guarda-redes que se queixe de dor cervical ou de dor que irradie para os braços após um traumatismo na cabeça ou no pescoço deve ser retirado do campo e examinado cuidadosamente. Segundo os mesmos autores as fracturas de vértebras toraxicas e lombares não são frequentes nos jogadores de futebol, mas podem ocorrer nos guarda-redes ao chocar com outros jogadores ou com os postes da baliza. Isto pode produzir uma dor aguda na coluna toráxica ou lombar, com ou sem dor irradiante para as extremidades inferiores. Os jogadores que se queixam de dor raquidea após um traumatismo devem ser observados cuidadosamente. Hunt & Fulford (1990) consideram que as lesões do tórax podem ser graves e produzem-se com frequência nos guarda-redes devido ao intenso contacto corporal com jogadores oponentes bem como com o solo e com os postes.
As fracturas das costelas são comuns e podem constituir uma lesão grave, uma vez que a costela fracturada pode perfurar um pulmão e produzir um escape de ar (neumotorax) ou uma hemorragia (hemotorax) do pulmão à pleura. Tal facto pode constituir um incidente que coloca a vida em risco. A dor ao respirar e a dor à compressão das costelas fracturadas são sintomas de aviso devendo o guarda-redes ser retirado do campo e avaliado através de raios-x.
Os mesmos autores referem que as lesões abdominais não são frequentes, mas ocorrem nos guarda-redes devido à sua posição no jogo e ao contacto corporal. Estas lesões podem ser graves e colocar em risco a própria vida, pelo que devem tratar-se com muito cuidado.
O jogador pode ter dor, no entanto é importante detectar um pulso
rápido e débil, palidez, suduração e por vezes sonolência, que poderá levar à perda da consciência. A fractura do fígado pode produzir-se quando o guarda-redes recebe um golpe no lado direito do abdómen.
Uma ruptura importante do fígado apresenta sintomas de dor e choque vascular.
O rim direito ou esquerdo pode lesionar-se por um golpe abdominal ou lombar.
A ruptura do rim pode produzir hemorragia na urina.
A hemorragia pode estender-se também para o espaço extra abdominal pondo em risco a vida do atleta (Keller et al, 1987). Uma contusão directa do joelho no abdómen pode produzir uma lesão nos intestinos, especialmente do duodeno, que pode lesionar-se quando é comprimido contra a coluna vertebral (Saartok & cols., 1992, citado por Eklbom, 1999). Por outro lado, uma contusão na parte inferior do abdómen pode originar uma lesão no aparelho urinário (bexiga), provocando o aparecimento de sangue na urina. Dentro desta região podem referir-se as contusões nos testículos, que podem também provocar hemorragias ou inflamações muito dolorosas, as quais devem ser tratadas imediatamente com gelo e repouso para prevenir a extensão do hematoma.
Para que estas lesões não ocorram, o autor defende que se deveriam utilizar protectores genitais. E
m relação as lesões na cintura pélvica/bacia, Ekstrand & Gillquist (1983) referem que as mesmas se podem produzir quando os guarda-redes caiem sobre esta região após se terem lançado ao solo. Podem então sofrer uma contusão contra as partes ósseas da pélvis com uma hemorragia. Para Peterson Y Renström (1988), um traumatismo directo na face lateral da região trocanterica pode originar uma bursite trocanterica. Um traumatismo desta ordem provoca uma bursite hemorrágica com derrame de sangue na bursa; se esta hemorragia não for drenada, pode produzir-se um processo crónico com calcificação, aderências e corpos estranhos, resultando numa bursite crónica. Para isso, os guarda-redes devem proteger esta zona muito bem, utilizando equipamento almofadado, principalmente se a competição tiver lugar em pisos muito duros. No campo das lesões na coxa, os hematomas nesta região sucedem da mesma forma que nos restantes jogadores, ou seja, na colisão com outros jogadores, ou seja, uma contusão no contacto com outros jogadores. A rótula pode contactar com os músculos laterais da coxa provocando contusão e hematomas musculares, sendo um movimento que ocorre com alguma frequência. O retorno à competição só deve suceder quando estiver restabelecida a funcionalidade (Eklbom, 1999). Segundo o mesmo autor, as lesões do menisco são algumas das lesões mais comuns no futebol e ocasionalmente os guarda-redes também as podem contrair. Estes atletas utilizam normalmente botas com piton de alumínio os quais podem provocar prisão do movimento no solo. Uma mudança de direcção produzirá um movimento de torção da rótula podendo provocar uma rotura no menisco. Uma fractura do menisco num atleta requer normalmente cirurgia artroscopica.
O retorno à prática desportiva varia em função da gravidade e localização da lesão, mas geralmente o retorno à competição poderá verificar-se após 1 ou 2 meses.
O tempo normal de recuperação de uma ruptura de menisco situa-se nos 4 meses. As lesões do ligamento cruzado posterior surgem com alguma frequência nos guarda-redes quando a extremidade inferior é pressionada posteriormente numa colisão, quando a zona de impacto é a região anterior da tíbia (terço superior) provocando um deslocamento posterior traumático. Segundo Grados (2001), as entorses da tíbio-tarsica são algo raras, mas podem suceder ao cair mal após um salto, o mesmo sucedendo com distensões e rupturas do quadricipte, isquiotibiais ou gémeos. Quanto às lesões meniscais, elas sucedem com menor frequência devido ao facto de os guarda-redes realizarem menos movimentos de rotação e de drible. 


Para este médico, é necessário referenciar dois aspectos que são importantes nos guarda-redes, o primeiro refere-se as lesões por
overuse e nas quais se incluem:

a) Entorses recidivantes dos dedos das mãos: a maioria destes desportistas tem os dedos algo inchados nas suas articulações;
b) Tendinites do ombro, devido às quedas e saídas, que por serem repetidamente solicitados, inflamam;
c) Epicondilites; inflamações das inserções dos músculos do cotovelo;
d) Luxações e fracturas dos dedos das mãos, sendo necessário muitas vezes imobilizar;
e) Fracturas crónicas dos punhos.

O segundo tópico refere-se à luxação recidivante do ombro (Grados, 2001). 


Relativamente ás lesões do pé, verifica-se que em virtude de estes atletas estarem constantemente apoiados sobre as pontas dos dedos ou em dorsiflexão, aumentam a tensão sobre a fascia plantar, especialmente ao saltar e a sprintar, o que provoca a ocorrência de fascitis plantar (Eklbom, 1999).
Para que muitas destas lesões não sucedam Eklbom (1999) refere que os guarda-redes necessitam de proteger as áreas que são mais propensas às lesões, como por exemplo os cotovelos e as rótulas. Para isso devem utilizar material almofadado específico que lhes permita proteger o cotovelo e também as rótulas, em virtude de estes estarem mais sujeitos a traumatismos directos. Devem ainda utilizar calções almofadados para prevenir possíveis lesões na cintura pélvica ou na região trocanterica, bem como utilizar protectores genitais. Segundo o mesmo autor, a utilização de protectores na tíbia deve ser obrigatória, já que os guarda-redes estão sujeitos a sofrer traumatismos directos nesta zona, a qual é muito sensível à dor e às lesões. Podem ocorrer fracturas da tíbia como consequência de colisões com os adversários nas famosas "saídas aos pés". Como prevenção geral, o guarda-redes deve submeter-se a muitos treinos específicos, tais como agilidade ou coordenação. 


As exigências físicas do guarda-redes são específicas devendo o treino ser dividido em duas partes: treino individual e treino com a equipa.
Deve treinar a componente flexibilidade mais do que os restantes jogadores, bem como movimentos específicos e velocidade de reacção (Eklbom, 1999). Em resumo, uma equipa de futebol de sucesso depende muitas vezes de um guarda-redes extraordinário. Um guarda-redes assim deve ser ágil e ter uma boa velocidade de reacção bem como ter a capacidade de se concentrar ao longo de todo o jogo e ser consistente nas suas reacções. O guarda-redes está mais propenso às lesões devido ao risco que comporta a sua posição. Não só deve estar sempre concentrado quando se prepara para deter um remate, deve ser destemido e lançar-se ao solo para travar as investidas dos adversários e muitas vezes estar preparado para cair no solo sem ter o apoio das mãos. Tudo isto requer uma técnica apurada, mas também solicita ao guarda-redes a utilização de equipamento protector para as áreas das mãos, cotovelos, rótulas, bacia e genitais. As exigências especiais que recaem sobre os guarda-redes devem ser conhecidas e respeitadas por toda a equipa e treinadores (Eklbom, 1999).

Universo

No universo desportivo é já um lugar comum afirmar que o rendimento competitivo é multidimensional por serem vários os factores que concorrem para a sua efectivação.
Todavia, no Futebol, este é um problema de difícil resolução, na medida em que é uma actividade motora complexa que se caracteriza e exprime mediante acções de jogo que não correspondem a uma sequência previsível de códigos (Garganta, 1997). 

Dufour (1991) afirma que, pela natureza e diversidade dos factores que concorrem para o rendimento, o jogo de Futebol evidencia uma estrutura multifactorial e de grande complexidade, sendo aquele que, de entre os demais Jogos Desportivos Colectivos, comporta um maior grau de indeterminismo.
Esta característica tem sido responsável pelas acentuadas dificuldades encontradas sempre que se pretende avaliar o rendimento de um jogador ou de uma equipa (citado por Garganta, 1997). O fenómeno desportivo denota, nos últimos anos, marcada evolução, conciliando diferentes exigências do exercício físico com interesses múltiplos nas vertentes económica e social.
A actividade física assume uma crescente especialização, desenvolvendo metodologias de treino mais elaboradas, tanto nos domínios da qualidade como da quantidade; as solicitações impostas apresentam objectivos cada vez mais específicos, favorecendo adaptações orgânicas e estruturais, algumas das quais ultrapassam o limiar de integridade do corpo humano (Pinheiro, 1998). 

O exercício físico é, então, uma actividade natural e, portanto, biológica e psicologicamente necessária (Nunes, 1996). 
O constante aumento da prática do desporto, seja o de simples entretenimento, seja o de competição de alto nível, tem originado um crescente número de lesões tipicamente desportivas, desde as mais espectaculares e incapacitantes ate às aparentemente benignas mas muitas vezes tanto ou mais invalidantes do que aquelas. 
Segundo Luís Horta (1995), a actividade desportiva associa-se, por assim dizer, a alguns malefícios orgânicos. 
A lesão desportiva é hoje muito frequente no desporto de competição, e principalmente no de alta competição, fruto dos grandes incrementos no volume e intensidade do treino; o rendimento desportivo é muitas vezes influenciado negativamente pela ocorrência de lesões desportivas. 
As cargas deverão ser suficientemente grandes para condicionarem o atleta, mas não deverão ultrapassar determinados limites que predisponham o atleta à lesão. 
Pela sua especificidade, as lesões desportivas tem características próprias, que é necessário conhecer, pois só conhecendo-as se diagnosticam e tratam eficazmente. 
Deixar a evolução provar a benignidade ou a gravidade de uma lesão é falta grave que pode, só por si, pôr termo a uma carreira desportiva (Mendes, 1987, citado por Massada, 2000). 
Toda a repetição gestual intensa e pouco espaçada no tempo deixa nos "sistemas" miotendinoso e osteo-articular a sua marca, por vezes tão característica que se poderá fazer o "diagnóstico" da modalidade desportiva praticada pela simples visualização do morfotipo do atleta ou da análise de um exame radiográfico (Massada, 2000). 
Atendendo a que vamos abordar as lesões mais frequentes nos guarda-redes de Futebol de 11 e tendo conhecimento de que algo mais poderia ter sido feito para prevenir esse tipo de lesões, achámos ser pertinente elaborar um estudo descritivo pesquisando as lesões nos guarda-redes da primeira e segunda liga nacional, pondo em prática um conjunto de saberes capazes de identificar os factores de risco (intrínsecos e/ou extrínsecos) concebendo uma análise das características morfo-funcionais deste tipo de desportista (guarda-redes) e relacioná-las com os gestos desportivos específicos desta posição/função. 
Ao longo deste estudo pretende aprofundar-se a epidemiologia da lesão desportiva tentando não somente a eliminação da sintomatologia, nomeadamente a dor, mas ir um pouco mais longe, averiguando a etiologia das mesmas ao nível do gesto desportivo, conhecer os diferentes cenários lesionais (macro e micro traumáticas) bem como as características clínicas das lesões ocorridas na épocas 2002/2003 e 2001/2002, de forma a prevenir ocorrências futuras. Como em Portugal os estudos disponíveis nesta matéria são pouco frequentes, particularmente na sua dimensão institucional, representativa de uma amostra credível e significativa, pretende-se que o presente estudo seja um bom contributo e um referencial de valor para todos aqueles que trabalham e investigam o fenómeno desportivo. 

Constituem objectivos principais deste estudo: Identificar as lesões mais frequentes do guarda-redes e os períodos de maior incidência, assim como o seu contexto; Identificar as razões pelas quais a lesão acontece;
Analisar e relacionar o tipo de lesões encontradas com algumas variáveis sócio-demográficas. 
Determinar as implicações das lesões mais frequentes do guarda-redes em termos de restrição de actividade. Identificar possíveis razões relacionadas com a especificidade do treino para a ocorrência de lesões. Identificar o tipo de cuidados utilizados na prevenção das mesmas. Determinar os recursos humanos especializados que os clubes dispõem para a avaliação e reabilitação dos atletas.

De acordo os objectivos, o estudo apoia-se nas seguintes hipóteses:

1. Dadas as características do jogo e da posição no campo, as lesões mais frequentes nos guarda-redes serão maioritariamente nos membros superiores, coincidindo a maior incidência das mesmas com o período competitivo e sobretudo durante o treino;
2. Existência de associação entre a incidência das mesmas com o período competitivo e sobretudo durante o treino;
3. Supomos que as lesões implicam um grande período de paragem e resultarão sobretudo de intersecções ou de incorrecções na realização dos gestos técnicos específicos, da mesma forma que existirá uma associação entre as lesões e as lesões anteriores;
4. Existência de um trabalho de prevenção no sentido de prevenir a ocorrência destas lesões, sobretudo através da utilização de equipamento específico, bem como através do seguimento de uma correcta metodologia do treino específico.
5. Actualmente os clubes profissionais de futebol, demonstram grande preocupação na prevenção e reabilitação dos seus atletas, como tal, espera-se que os mesmos incluam nos seus quadros, departamentos médicos especializados, uma vez que o futebol actual traduz-se em rendimento implicando por isso a maior eficácia possível na recuperação e rentabilização do atleta.

WELCOME

Bem-vindo ao meu Blog
Minha vida profissional e desportiva sempre esteve ligada ao futebol, para o papel do guarda-redes e formação específica, tornando-se por muitos anos o meu trabalho principal.
Eu tive sorte o suficiente para treinar em quase todas as categorias.
Todas essas experiências, reuniões com técnicos, o guarda-redes, a sociedade, as diferentes culturas fizeram de mim o que sou hoje crescer mais do que um professor que não quer parar de aprender.
Então eu vou tentar compartilhar com vocês a minha paixão.
Divirta-se e um grande abraço a todos!

Paulo Fortunato ⚽️










CURRICULUM

NOME: PAULO FORTUNATO
ANO NASCIMENTO: 1978
NATURALIDADE: COSTA DA CAPARICA
NACIONALIDADE: PORTUGUESA
EMAIL: paulofortunato78@gmail.com
TELF: +351 92 68 49 738

TREINADOR DE GUARDA-REDES:

2008/2009 Beira Mar de Almada
2009/2010 Beira Mar de Almada
2010/2011 Clube Futebol Trafaria
2010/2011 Belenenses SAD SUB-19
2011/2012 Almada Atlético Clube
2012/2013 Odivelas SAD
2013/2014 Odivelas SAD
2014 SELECAO NACIONAL AZERBAIJÃO
2015 SELECAO NACIONAL AZERBAIJAO
2015/2016 AD Carregado
2016 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2017 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2018 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2019 GDP Costa Caparica (Praia)
2019 Club Sport Marítimo (Praia)


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2008/2009 Subida de Divisão
2011/2012 Subida de Divisão
2012/2013 Campeão
2013/2014 Subida de Divisão
2014 Participação Super-Final da Liga Europeia em Torredembarra Espanha
2014 Participação na Qualificação para o Campeonato do Mundo em Jesolo
2015 Participação Super Cup da Europa em Baku Azerbaijan
2015 Participação Super-Final da Liga Europeia em Siofok Estônia
2015 Participação 1st European Games em Baku Azerbaijan
2016 Vencedor Taça AFL
2017 Vencedor Taça de Lisboa
2018 Campeão da Liga de Inverno

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