segunda-feira, abril 29, 2013

O TREINAMENTO DE GUARDA-REDES: PARA TODOS DA COMISSAO TECNICA

Treinar o GR significa prepará-lo para resolver os problemas, inclusive na organização coletiva da equipe. O GR é um jogador com ações distintas dos demais atletas no futebol.
Ele é o único que pode tocar a bola com as mãos e que tem a difícil missão de proteger a meta das investidas do adversário.

Contudo, sua ação se resume a proteção à meta? 
Com o objetivo de responder a pergunta acima fiz um estudo sobre a ação do goleiro dentro do jogo. Neste estudo, analisei todos os jogos de dois jogadores desta posição no Campeonato Brasileiro de 2009.
O fato foi que me surpreendi um pouco com os resultados. Vou apresentar de forma resumida alguns dados encontrados.
Os dados gerais me mostraram que o GR A agiu em média 37 vezes durante o jogo, (contando apenas ações com bola); já o GR B agiu 28 vezes, nove ações a menos.
As equipes tiveram um desempenho parecido ao longo do campeonato e não houve diferença significativa nas finalizações sofridas em ambos, então comecei a refletir sobre os motivos que levavam essa diferença numérica de ações entre os jogadores. Para análise, dividi as ações em "Habilidades Específicas" (ações de proteção à meta), "Reposições" e "Passes". Ambos os GRS tiveram a reposição como a ação de maior incidência dentro do jogo, seguido dos passes e por último, acreditem, ficaram as habilidades específicas.
Resolvi ir a fundo em cada uma das ações. Nas habilidades específicas, cada um agiu em média sete vezes durante as partidas e a saída é a ação de maior incidência nesse aspecto. Nas reposições, os dados me mostraram que o GR A tinha um aproveitamento de 65,9% e o GR B, 43,3%. 
Nos passes, essa discrepância era maior ainda: 73,5% contra 46,8%.
O GR B recolocava a bola em jogo e fazia o passe mais para a equipe adversária do que para sua própria equipe. Em meio a esses dados observei que o GR A, além de ter um aproveitamento maior nos passes, participava mais neste quesito. 
Enquanto o GR B realizava seis passes em média por jogo, o GR A realizava 15. Sendo assim, a diferença "estatística" entre os GRS estava na participação com os pés dentro do jogo.
Com esses dados podemos levar a discussão para inúmeros caminhos, contudo quero discutir a especificidade do treinamento e a participação deste atleta no Modelo de Jogo da equipe.  Para o treino ser específico, ele precisa se apropriar da realidade encontrada no jogo.
No jogo, observei que esses atletas específicos agem relativamente pouco em ações de proteção a meta, logo, o treino deve levar em consideração esse fato. 
Senão corro o risco de preparar o GR apenas para essas "sete ações" de proteção a meta dentro do jogo. A realidade desta posição não se resume a essas ações, contudo as ações de proteção a meta são emergências, aleatórias e requerem uma resposta adequada para que o adversário não marque o golo. Para dar as melhores respostas, este jogador precisa ser treinado de forma adequada e não de forma exaustiva, pois isso não representa a especificidade do jogo. Um GR no jogo dificilmente fará quatro defesas no mesmo lance: ele terá que defender bem apenas uma bola durante um longo intervalo de tempo; às vezes durante todo o jogo. Para defender essa única bola ele precisa analisar, tomar a melhor decisão e agir da melhor maneira possível. Durante o restante do tempo de uma partida o GR precisa estar inserido na organização coletiva da equipe!
Essa inserção não é nada fácil, e os treinos precisam ser elaborados para tal. Visto que o GR B parece não estar integrado no Modelo de Jogo da equipe e não possui uma boa relação com bola com os pés. Essa não integração não atinge apenas o GR, mas toda a equipe, pois se esse jogador recoloca a bola em jogo ou faz um passe mais de 50% das vezes de forma errada toda vez que a equipe precisa se organizar rápido para recuperar a bola ou para impedir que o adversário chegue até o golo.
Já o GR A é um exemplo de GR integrado no modelo da equipe e vem se destacando por isso há algum tempo. Ele é um jogador como outro qualquer antes mesmo de ser GR.
Em muitos jogos ele participou da manutenção da posse de bola, fez coberturas, cortou lançamentos, etc. Várias de suas ações realizadas com os pés evitaram que a equipe adversária chegasse a sua meta.

Será então que quanto mais integrado o GR menos ele agirá nas ações de defesa à meta?
Claro que a resposta não é nada simples e cada comissão deve pensar em seu Modelo de Jogo e em como o goleiro deve participar do mesmo.
O fato é que a integração é complexa e as atividades devem ser elaboradas a fim de atingir os objetivos relacionados às "habilidades específicas", "reposições" e "passe" do GR.
A atividade abaixo ilustra como uma atividade pode ajudar na integração do GR na organização coletiva da equipe e desenvolver sua habilidade com os pés. Lembre-se que essa atividade é utilizada para fins didáticos e não pode ser entendida e aplicada de forma isolada, mas sempre contextualizada ao Modelo de Jogo da equipe e ao processo de treino.

Descrição
- Atividade é composta por duas equipes de quatro jogadores mais um goleiro.

Pontuação
- Equipe marca três pontos se fizer o golo.
- Equipe marca um ponto se trocar cinco passes utilizando o goleiro.
- Equipe marca cinco pontos se trocar cinco passes utilizando o goleiro e fizer o golo.
 


Lembre-se: nada é receita de bola, ou bolo... Até a próxima!

terça-feira, abril 09, 2013

O QUE É UM TREINO ??? :

O treino é um meio utilizado pelos treinadores para permitir que a equipe e os jogadores possam alcançar os objectivos.
Cada treino é determinado pelo objectivo que pretendemos alcançar isto é, aquilo que estamos a tentar melhorar, desenvolver e ensinar (exemplo: controle da bola, a demarcagem, etc) ..
A escolha desses objectivos é determinada em função da idade e do nível dos jogadores.

O objectivo da sessão vai determinar a estrutura e o conteúdo da sessão:

O plano:


Podemos dividir o treino em 4 partes:


- Aquecimento

- Física
- Tecnica Individual
- Tactical



O plano da sessão pode variar de uma sessão para outra, de um treinador para outro.
Não existe um plano de sessão universal.
O plano da sessão é antes de mais função dos objectivos fixados.
Um plano de sessão é também determinado pelo número semanal de treinos da equipa, pela duração destas sessões e outros perigos.
Assim, um treino pode muito bem ser constituído so por táctica trabalho, técnicas, físicas ou de uma mistura dos três.
O plano da sessão entra numa parte imóvel da sessão.


O conteúdo :

Sao os exercícios elaborados e os conselhos dados.é a mensagem técnica transmitida pelo treinador aos jogadores através de exercícios e jogos com demonstrações, explicações e correcções.
O conteúdo da sessão é o meio que o treinador utiliza para transmitir a sua mensagem tecnica aos jogadores.
Os exercícios não têm valor se não forem acompanhados da mensagem técnica destinada aos jogadores.

sexta-feira, abril 05, 2013

Acoes Tecnico-Taticas Defensivas dos Guarda-Redes

         O guarda-redes nasceu para ser um jogador como os restantes jogadores da equipa, cumprindo a sua função no campo, cumprindo a sua função enquanto companheiro de equipa assim como realizando a sua sessão do treino, cumprindo a periodização e todos os princípios impostos pelo treinador.
No entanto, existe uma diferença entre os guarda-redes e os restantes jogadores: não jogam com os pés, mas com as mãos, e só por esta razão, existem pontos-chave para o treino dos guarda-redes, assim como existem treinadores especializados no treino dos guarda-redes: os treinadores de guarda-redes.



        Nem todos os guarda-redes estão preparados para reagir ao jogo da mesma forma.
Se alguns guarda-redes são muito fracos no jogo aéreo, por exemplo, outros são fracos em bolas mais baixas.
A função do treinador de guarda-redes é compreender quais são os pontos fracos de cada guarda-redes e organizar o treino de forma a "
nivelar os jogadores nos vários setores", uma vez que nesta posição tão recuada, pode surgir qualquer situação de jogo, enquanto nas restantes posições de campo, cada jogador tem uma função específica para cumprir e dificilmente realizará uma função diferente.

Ações técnico-táticas individuais defensivas de guarda-redes


Estes são alguns aspetos básicos que o guarda-redes deve saber e o seu treinador o deve treinar:

       Posição básica       


 A posição do guarda-redes deve ser uma posição que permita a rápida intervenção no jogo, sempre que for necessário. Um guarda-redes está praticamente restrito junto a uma baliza, mas é o jogador com mais tempo para visualizar o jogo, e por isso, mesmo quando a bola se encontra longe da baliza, este deve estar sempre pronto para se movimentar, implicando a posição no espaço, a posição no corpo e a concentração psicológica como aspetos essenciais para que a movimentação seja correta. Na posição do espaço, o guarda-redes coloca-se em frente à baliza, realizando um pequeno semicírculo em vez de se colocar em cima da linha de fundo, assim como se coloca no lado que estiver a bola, diminuindo assim o ângulo aberto entre baliza e atacante. Na posição corporal, o tronco deve estar ligeiramente inclinado à frente para encurtar ainda mais o ângulo entre baliza e atacante, as pernas deve ser ligeiramente fletidas para diminuir o tempo que o guarda-redes demora a movimentar-se e na concentração psicológica, implica-se que o guarda-redes deve estar o máximo atento possível ao jogo, que é conseguido através de muita prática e muito treino. Os braços do guarda-redes devem estar também ligeiramente levantados em vez de caídos sobre o corpo, uma vez que assim o guarda-redes alcança ângulos superiores com mais facilidade.

        Colocação orientação da baliza

Este aspeto é um ponto-chave para o sucesso dos guarda-redes. Semelhante à marcação à zona, o guarda-redes também se deve colocar na baliza em função da bola. Isto é, se a bola está num lado do campo, o guarda-redes posiciona-se num lado do campo. Se está no outro lado, posiciona-se do outro lado. Esta pequena movimentação, não só intimida os adversários, uma vez que eles compreendem que o ângulo para rematar à baliza é menor,  como aumenta as probabilidades do guarda-redes defender o remate.
Por vezes, em situações de desvantagem numérica, o guarda-redes coloca-se no lado contrário da baliza aquele teoricamente correto, como que convidando o atacante a rematar para uma zona onde o guarda-redes não está presente, mas que está pronto para defender. Em vários casos, é uma tática de génio, impedindo imensos golos em situações de desvantagem numérica.



        Deslocamentos

        Quando se desloca, o guarda-redes deve ser extremamente rápido sem perder o equilíbrio em situação alguma, especialmente na movimentação para um dos lados enquanto cobre a baliza. Através de passos pequenos e extremamente rápidos, evitando cruzar os pés e mantendo o enquadramento com a baliza, o guarda-redes dificilmente perderá o seu equilíbrio, e estará sempre pronto para reagir em caso de remate.


        Saídas

        Este é um dos aspetos mais observados pelo público nos guarda-redes. A capacidade de decisão das saídas da baliza é fundamental, pois sempre que um guarda-redes sai da baliza, deve defender cautelosamente, sem hesitar e se possível, sem perder tempo, pois um erro em qualquer um destes aspetos pode revelar-se fatal.
Assim como na baliza, o guarda-redes preocupa-se em diminuir o ângulo para o remate do adversário, principalmente posicionando-se para proteger o mesmo poste do lado do ataque.
Através do treino, o guarda-redes deve evoluir pelo menos nestes quatro aspetos, pois só com estes aspetos, o guarda-redes tem formação suficiente para impedir golos em pelo menos metade das situações.
A função do treinador é organizar o treino sobre estas ações técnico-táticas individuais defensivas específicas para o jogador da última linha de marcação, uma vez que, quando o adversário tem o mérito de ultrapassar toda a equipa, sobrando apenas o guarda-redes para defender a baliza, este, em apenas 10 segundos pode roubar todo o mérito que o adversário precisou de trabalhar desde alguns segundos até alguns minutos.


WELCOME

Bem-vindo ao meu Blog
Minha vida profissional e desportiva sempre esteve ligada ao futebol, para o papel do guarda-redes e formação específica, tornando-se por muitos anos o meu trabalho principal.
Eu tive sorte o suficiente para treinar em quase todas as categorias.
Todas essas experiências, reuniões com técnicos, o guarda-redes, a sociedade, as diferentes culturas fizeram de mim o que sou hoje crescer mais do que um professor que não quer parar de aprender.
Então eu vou tentar compartilhar com vocês a minha paixão.
Divirta-se e um grande abraço a todos!

Paulo Fortunato ⚽️










CURRICULUM

NOME: PAULO FORTUNATO
ANO NASCIMENTO: 1978
NATURALIDADE: COSTA DA CAPARICA
NACIONALIDADE: PORTUGUESA
EMAIL: paulofortunato78@gmail.com
TELF: +351 92 68 49 738

TREINADOR DE GUARDA-REDES:

2008/2009 Beira Mar de Almada
2009/2010 Beira Mar de Almada
2010/2011 Clube Futebol Trafaria
2010/2011 Belenenses SAD SUB-19
2011/2012 Almada Atlético Clube
2012/2013 Odivelas SAD
2013/2014 Odivelas SAD
2014 SELECAO NACIONAL AZERBAIJÃO
2015 SELECAO NACIONAL AZERBAIJAO
2015/2016 AD Carregado
2016 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2017 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2018 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2019 GDP Costa Caparica (Praia)
2019 Club Sport Marítimo (Praia)


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2008/2009 Subida de Divisão
2011/2012 Subida de Divisão
2012/2013 Campeão
2013/2014 Subida de Divisão
2014 Participação Super-Final da Liga Europeia em Torredembarra Espanha
2014 Participação na Qualificação para o Campeonato do Mundo em Jesolo
2015 Participação Super Cup da Europa em Baku Azerbaijan
2015 Participação Super-Final da Liga Europeia em Siofok Estônia
2015 Participação 1st European Games em Baku Azerbaijan
2016 Vencedor Taça AFL
2017 Vencedor Taça de Lisboa
2018 Campeão da Liga de Inverno

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