Como é possível que um projecto tão sólido se desmorone como um castelo de cartas à primeira brisa? A persistência no erro é o primeiro passo para a derrota e os factos destroçam a mais simples das lógicas. Um pequeno ajuste transformou-se num imenso problema e no meio de tanta confusão, essa pequena alteração foi suficiente para transformar a galinha dos ovos de ouro num novo idolo de pés de barro. Depois de ser consagrado, de forma unânime, como o guarda-redes do ano, Quim viu o seu treinador dispensá-lo em directo, num programa desportivo. A forma como Jorge Jesus se referiu ao seu ainda guardião deve perseguir agora o técnico da Amadora, noite após noite.
O pequeno Quim não tinha o carisma e atitude necessários para transformar-se num guardião que ganha jogos, pontos... titulos.
Já durante a época o técnico tinha promovido uma inusitada dança de guarda-redes, entre Julio César (e os seus erros europeus) e Moreira, o eterno subaproveitado. Mas nenhum o tinha convencido, realmente.
Nem o jovem contratado há vários anos ao Salgueiros, nem a sua expressa petição pessoal, nem muito menos o titularíssimo da Luz. Com Quim fora do baralho, as opções no mercado extendiam-se aos pés do recém-consagrado campeão nacional. O feito histórico de devolver o Benfica ao primeiro lugar transformou o competente treinador na nova "galinha dos ovos de ouro" para os encarnados. As suas decisões tornaram-se inquestionáveis. Dessa forma, poucos foram os que realmente sairam a dar o peito às balas quando o técnico e o seu director desportivo, Rui Costa, anunciaram que o tal guarda-redes com carisma, atitude e capacidade para ganhar titulos era o relativamente desconhecido Roberto. Uma escolha (a terceira em Madrid) que custava o que nenhum guardião, com a excepção do imenso Gianluigi Buffon alguma vez custou. Um preço modesto para tanto talento que tinha, entretanto, passado desapercebido por essa Europa fora onde a posição do número 1 é sempre um caso sério a rever. Afinal, não tinha o Bayern Munchen chegado à final da Champions League com um tal de Hans Jorg-Butt nas redes?
O pequeno Quim não tinha o carisma e atitude necessários para transformar-se num guardião que ganha jogos, pontos... titulos.
Já durante a época o técnico tinha promovido uma inusitada dança de guarda-redes, entre Julio César (e os seus erros europeus) e Moreira, o eterno subaproveitado. Mas nenhum o tinha convencido, realmente.
Nem o jovem contratado há vários anos ao Salgueiros, nem a sua expressa petição pessoal, nem muito menos o titularíssimo da Luz. Com Quim fora do baralho, as opções no mercado extendiam-se aos pés do recém-consagrado campeão nacional. O feito histórico de devolver o Benfica ao primeiro lugar transformou o competente treinador na nova "galinha dos ovos de ouro" para os encarnados. As suas decisões tornaram-se inquestionáveis. Dessa forma, poucos foram os que realmente sairam a dar o peito às balas quando o técnico e o seu director desportivo, Rui Costa, anunciaram que o tal guarda-redes com carisma, atitude e capacidade para ganhar titulos era o relativamente desconhecido Roberto. Uma escolha (a terceira em Madrid) que custava o que nenhum guardião, com a excepção do imenso Gianluigi Buffon alguma vez custou. Um preço modesto para tanto talento que tinha, entretanto, passado desapercebido por essa Europa fora onde a posição do número 1 é sempre um caso sério a rever. Afinal, não tinha o Bayern Munchen chegado à final da Champions League com um tal de Hans Jorg-Butt nas redes?
Roberto foi sempre um erro de casting, já aqui o dissemos. Nem faz parte da geração de elite de porteros espanhóis, nem sequer é um nome consensual entre os seus. A sua chegada, rodeada de pompa e circunstância, a uma equipa a quem muitos tinham otorgado o papel de dominador absoluto do futebol luso para os próximos anos.
O projecto milionário encarnado tinha, depois de quatro anos, dado os seus frutos e, nas palavras do seu treinador, a Champions League era um objectivo tão real como o "Bicampeonato". Para isso, para essa ambição europeia, a mesma que destroçou o Benfica pós-Erikson e pós-1994, trocou-se o seguro pelo duvidoso. Um erro, sem dúvida. Um erro crasso que os primeiros jogos do ano, a valer ou não, foram desmontando. A insegurança do espanhol é evidente, a sua incapacidade para comunicar-se com os colegas do sector notória. No entanto, os erros técnicos que evidenciou na pré-temporada e no jogo de sábado, na Madeira, são mais preocupantes do que qualquer problema de comunicação. Demonstram uma inépcia que atormentam alguns guardiões por essa Europa fora, como vimos o ano passado, repetidamente, com o polaco Lukas Fabianski.
A diferença é que nenhum deles foi um recorde de transferência nem uma aposta tão pessoal de dois homens que gostam de reforçar a sua eterna fome insaciável pela glória.
Numa equipa já de por si debilitada pelas transferências do pulmão e da alma criativa da versão-campeã, contar com um guarda-redes que só transmite intranquilidade é um risco que o Benfica não pode correr.
Roberto não é o único erro de Jorge Jesus na planificação da época em que esperava a sua consagração europeia.
Gaitán, um jogador sem espaço no modelo de jogo do ano passado e na variação táctica em 4-3-3 que Jara poderá obrigar a tornar-se realidade, é outro problema sem solução à vista. Tal como o débil sector defensivo, onde a primeira linha não tem soluções à altura (que dizer deSidnei ou César Peixoto) ou a fraca forma fisica e mental de jogadores que foram pilares no conjunto campeão, como o espanhol Javi Garcia ou a dupla argentina Saviola-Aimar.
A fome de titulos para alguns está aparentemente mais saciada que para outros e o crime de cair no laxismo desportivo sempre foi o hara-kiri do conjunto encarnado desde que o FC Porto lhe arrebatou em meados dos anos 80 a supremacia do futebol luso.
O projecto milionário encarnado tinha, depois de quatro anos, dado os seus frutos e, nas palavras do seu treinador, a Champions League era um objectivo tão real como o "Bicampeonato". Para isso, para essa ambição europeia, a mesma que destroçou o Benfica pós-Erikson e pós-1994, trocou-se o seguro pelo duvidoso. Um erro, sem dúvida. Um erro crasso que os primeiros jogos do ano, a valer ou não, foram desmontando. A insegurança do espanhol é evidente, a sua incapacidade para comunicar-se com os colegas do sector notória. No entanto, os erros técnicos que evidenciou na pré-temporada e no jogo de sábado, na Madeira, são mais preocupantes do que qualquer problema de comunicação. Demonstram uma inépcia que atormentam alguns guardiões por essa Europa fora, como vimos o ano passado, repetidamente, com o polaco Lukas Fabianski.
A diferença é que nenhum deles foi um recorde de transferência nem uma aposta tão pessoal de dois homens que gostam de reforçar a sua eterna fome insaciável pela glória.
Numa equipa já de por si debilitada pelas transferências do pulmão e da alma criativa da versão-campeã, contar com um guarda-redes que só transmite intranquilidade é um risco que o Benfica não pode correr.
Roberto não é o único erro de Jorge Jesus na planificação da época em que esperava a sua consagração europeia.
Gaitán, um jogador sem espaço no modelo de jogo do ano passado e na variação táctica em 4-3-3 que Jara poderá obrigar a tornar-se realidade, é outro problema sem solução à vista. Tal como o débil sector defensivo, onde a primeira linha não tem soluções à altura (que dizer deSidnei ou César Peixoto) ou a fraca forma fisica e mental de jogadores que foram pilares no conjunto campeão, como o espanhol Javi Garcia ou a dupla argentina Saviola-Aimar.
A fome de titulos para alguns está aparentemente mais saciada que para outros e o crime de cair no laxismo desportivo sempre foi o hara-kiri do conjunto encarnado desde que o FC Porto lhe arrebatou em meados dos anos 80 a supremacia do futebol luso.
Jorge Jesus vive na eterna encruzilhada do medo. Medo a falhar, a demonstrar que também erra, ao optar por preterir Roberto e voltar a lançar as suas duas apostas falhadas em 2009/2010. Ou medo a continuar a insistir no erro inicial, arriscando-se a novos sobressaltos e tropeções na corrida aos titulos que ainda discute.
O erro tem um poder destructivo.
No caso deste SL Benfica, o poder de destroçar a ilusão de que uma equipa campeão não se torna na bitola por onde se mede a qualidade da noite para o dia. No meio disto tudo, o infortúnio de Quim parece uma gota no oceano de desespero do idolo de pés de barro.
O erro tem um poder destructivo.
No caso deste SL Benfica, o poder de destroçar a ilusão de que uma equipa campeão não se torna na bitola por onde se mede a qualidade da noite para o dia. No meio disto tudo, o infortúnio de Quim parece uma gota no oceano de desespero do idolo de pés de barro.
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