Tal como a sociedade, o Futebol tem evoluído ao longo da sua história.
À semelhança das outras modalidades desportivas colectivas, esta evolução atingiu, nos
últimos anos, níveis muito acentuados devido ao desenvolvimento verificado nos
diferentes factores que influenciam o rendimento no Futebol (Esteves, 2000). Para Cabezon (2001), um dos factores que mais influência o rendimento do
guarda-redes é o quadro regulamentar a que este está sujeito, isto é, as leis do jogo. As alterações a que as leis de jogo, referentes ao guarda-redes, têm sido sujeitas atribuíram
ao guarda-redes mais responsabilidades e obrigações, contudo provocaram uma maior
limitação nas suas possibilidades de actuar. O Futebol de hoje, o denominado "Futebol
moderno", teve a sua origem em Inglaterra no ano de 1863, contudo só em 1871 surge
no código das leis de jogo a primeira referência ao guarda-redes, sendo que durante
estes anos a defesa da baliza era feita por qualquer dos jogadores intervenientes.
A partir de 1912 o guarda-redes deixou de poder jogar a bola com os membros
superiores fora da área de protecção dos atacantes (Esteves, 2000). A regra dos quatros passos foi implementada mais tarde, por volta de 1991
(Cabezon, 2001). Em 1997 o guarda-redes foi proibido de jogar a bola com as mãos quando esta é
devolvida por algum dos companheiros com qualquer superfície corporal abaixo do
joelho ou lançamento de linha lateral (Esteves, 2000). De acordo com o mesmo autor,
estas alterações que o Futebol moderno sofreu, tiveram o intuito de melhorar a
qualidade de jogo, através do incremento do ritmo que é disputado. Segundo Cabezon (2001), os problemas técnico - táctico que as novas regras de
jogo impõem, exigem um tipo de guarda-redes, em que a única missão não seja impedir
o golo permanecendo entre os postes, mas também que seja capaz de intervir na fase de
ataque. Cabezon (2001) refere ainda que o guarda-redes moderno está obrigado a
intervir no plano técnico - táctica e na organização geral da equipa quer no ataque, quer
na defesa. Esta intervenção faz-se, por exemplo, com a solicitação frequente do jogo de
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pés (quando os seus companheiros se encontram pressionados pelo adversário) ou
jogando como libero (dando profundidade ao sector defensivo). Perante este cenário, o guarda-redes moderno terá de se adaptar, alterando os
seus hábitos e apostar numa formação que vá de encontro às exigências das tarefas e
funções que desempenha no Futebol moderno (Cabezon, 2001). Segundo Bonizzoni & Leali (1985), o guarda-redes é o elemento da equipa que
necessita de maior assistência psicológica da parte do treinador, devido à grande
responsabilidade que tem sobre as suas “costas”. Ele está consciente que cada um dos
seus erros pode ser determinante para os resultados. Só com a experiência e o passar dos
anos, em geral, consegue dominar os seus impulsos emotivos e jogar numa situação
psicológica mais favorável. O guarda-redes é sobretudo um observador privilegiado já que o seu campo de
visão cobre a totalidade do terreno durante o encontro. Segundo os mesmos autores, não se deve considerar a sua missão como
exclusivamente defensiva. Pelo seu posicionamento na área, pela oportunidade das suas
saídas, pela maneira como repõe a bola em jogo, o guarda-redes desempenha também
um papel ofensivo. A agilidade, a flexibilidade, a coordenação e a destreza são
qualidades essenciais no guarda-redes. Não se nasce já guarda-redes, é preciso trabalhar
e beneficiar de treinos muito específicos (Bonizzoni & Leali, 1985). Para Bonizzoni & Leali (1985), o futebol moderno tem sofrido uma grande
evolução, sobretudo no sentido de uma exaltação do jogo colectivo em comparação com
a acção individual. O intercâmbio entre os papéis, a necessidade de ter em campo os
chamados jogadores “universais”, pode considerar-se das principais características do
futebol dos nossos tempos. A afirmação de colectivo não deve cingir-se aos dez
jogadores de campo, mas também contar com o guarda-redes, no sentido de que só dele
se deve pretender uma verdadeira participação como futebolista de acção defensiva e
ofensiva da equipa, como já vimos anteriormente. Depreende-se que o guarda-redes,
além da habilidade específica no uso das mãos, deve ser um futebolista como os outros,
ou seja, capaz de executar com à vontade os gestos técnicos fundamentais dos outros,
além de possuir noções precisas da técnica aplicada. As dificuldades e exigências de jogar nesta posição são muito diferentes
daquelas que são necessárias para jogar noutra posição. Assim, o guarda-redes precisa
não só de possuir uma agilidade atlética específica e uma boa velocidade de reacção,
mas também uma capacidade psicológica distinta. Os guarda-redes devem ter uma
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estatura específica para alcançarem com mais facilidade as bolas aéreas, devido
sobretudo às dimensões da baliza, mas também para dominarem dentro da sua pequena
área; por norma, possuem uma estatura superior à dos outros colegas de campo. O guarda-redes deve, por outro lado, possuir uma boa componente técnica, em virtude de
cada vez mais ser solicitado para jogar com os pés, devido em grande parte às
imposições das novas regras. Deve ainda ser capaz de colocar a bola, com os pés, em
profundidade, para os colegas que surjam desmarcados, acelerando assim o jogo
(Taelman, 2001). Segundo Taelman (2001), o guarda-redes necessita, por tudo isto, de estar bem
preparado, ser rápido e ter reacções rápidas, ser ágil e mover-se com rapidez em todas
as direcções. A sua colocação e decisão nos lances de bola parada (como os cantos) é
fundamental, com o intuito de agarrar com firmeza a bola ou socá-la para longe da sua
área, devendo, para isso ter um apurado sentido de sincronização. Por outras palavras, deve ser um atleta completo e com um conjunto de características fundamentais para o
seu desempenho. Do ponto de vista psicológico, ser guarda-redes é especialmente duro, porque
requer uma contínua capacidade de concentração ao longo de todo o jogo. Por isso, deve ter um carácter forte que lhe permita suportar as críticas dos outros jogadores,
treinadores, espectadores e especialmente da imprensa (Taelman, 2001). Tendo em conta todos estes factores já descritos, ser guarda-redes é um desafio
que requer um talento específico, uma capacidade física incomum, aliada a uma grande
personalidade.
À semelhança das outras modalidades desportivas colectivas, esta evolução atingiu, nos
últimos anos, níveis muito acentuados devido ao desenvolvimento verificado nos
diferentes factores que influenciam o rendimento no Futebol (Esteves, 2000). Para Cabezon (2001), um dos factores que mais influência o rendimento do
guarda-redes é o quadro regulamentar a que este está sujeito, isto é, as leis do jogo. As alterações a que as leis de jogo, referentes ao guarda-redes, têm sido sujeitas atribuíram
ao guarda-redes mais responsabilidades e obrigações, contudo provocaram uma maior
limitação nas suas possibilidades de actuar. O Futebol de hoje, o denominado "Futebol
moderno", teve a sua origem em Inglaterra no ano de 1863, contudo só em 1871 surge
no código das leis de jogo a primeira referência ao guarda-redes, sendo que durante
estes anos a defesa da baliza era feita por qualquer dos jogadores intervenientes.
A partir de 1912 o guarda-redes deixou de poder jogar a bola com os membros
superiores fora da área de protecção dos atacantes (Esteves, 2000). A regra dos quatros passos foi implementada mais tarde, por volta de 1991
(Cabezon, 2001). Em 1997 o guarda-redes foi proibido de jogar a bola com as mãos quando esta é
devolvida por algum dos companheiros com qualquer superfície corporal abaixo do
joelho ou lançamento de linha lateral (Esteves, 2000). De acordo com o mesmo autor,
estas alterações que o Futebol moderno sofreu, tiveram o intuito de melhorar a
qualidade de jogo, através do incremento do ritmo que é disputado. Segundo Cabezon (2001), os problemas técnico - táctico que as novas regras de
jogo impõem, exigem um tipo de guarda-redes, em que a única missão não seja impedir
o golo permanecendo entre os postes, mas também que seja capaz de intervir na fase de
ataque. Cabezon (2001) refere ainda que o guarda-redes moderno está obrigado a
intervir no plano técnico - táctica e na organização geral da equipa quer no ataque, quer
na defesa. Esta intervenção faz-se, por exemplo, com a solicitação frequente do jogo de
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pés (quando os seus companheiros se encontram pressionados pelo adversário) ou
jogando como libero (dando profundidade ao sector defensivo). Perante este cenário, o guarda-redes moderno terá de se adaptar, alterando os
seus hábitos e apostar numa formação que vá de encontro às exigências das tarefas e
funções que desempenha no Futebol moderno (Cabezon, 2001). Segundo Bonizzoni & Leali (1985), o guarda-redes é o elemento da equipa que
necessita de maior assistência psicológica da parte do treinador, devido à grande
responsabilidade que tem sobre as suas “costas”. Ele está consciente que cada um dos
seus erros pode ser determinante para os resultados. Só com a experiência e o passar dos
anos, em geral, consegue dominar os seus impulsos emotivos e jogar numa situação
psicológica mais favorável. O guarda-redes é sobretudo um observador privilegiado já que o seu campo de
visão cobre a totalidade do terreno durante o encontro. Segundo os mesmos autores, não se deve considerar a sua missão como
exclusivamente defensiva. Pelo seu posicionamento na área, pela oportunidade das suas
saídas, pela maneira como repõe a bola em jogo, o guarda-redes desempenha também
um papel ofensivo. A agilidade, a flexibilidade, a coordenação e a destreza são
qualidades essenciais no guarda-redes. Não se nasce já guarda-redes, é preciso trabalhar
e beneficiar de treinos muito específicos (Bonizzoni & Leali, 1985). Para Bonizzoni & Leali (1985), o futebol moderno tem sofrido uma grande
evolução, sobretudo no sentido de uma exaltação do jogo colectivo em comparação com
a acção individual. O intercâmbio entre os papéis, a necessidade de ter em campo os
chamados jogadores “universais”, pode considerar-se das principais características do
futebol dos nossos tempos. A afirmação de colectivo não deve cingir-se aos dez
jogadores de campo, mas também contar com o guarda-redes, no sentido de que só dele
se deve pretender uma verdadeira participação como futebolista de acção defensiva e
ofensiva da equipa, como já vimos anteriormente. Depreende-se que o guarda-redes,
além da habilidade específica no uso das mãos, deve ser um futebolista como os outros,
ou seja, capaz de executar com à vontade os gestos técnicos fundamentais dos outros,
além de possuir noções precisas da técnica aplicada. As dificuldades e exigências de jogar nesta posição são muito diferentes
daquelas que são necessárias para jogar noutra posição. Assim, o guarda-redes precisa
não só de possuir uma agilidade atlética específica e uma boa velocidade de reacção,
mas também uma capacidade psicológica distinta. Os guarda-redes devem ter uma
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estatura específica para alcançarem com mais facilidade as bolas aéreas, devido
sobretudo às dimensões da baliza, mas também para dominarem dentro da sua pequena
área; por norma, possuem uma estatura superior à dos outros colegas de campo. O guarda-redes deve, por outro lado, possuir uma boa componente técnica, em virtude de
cada vez mais ser solicitado para jogar com os pés, devido em grande parte às
imposições das novas regras. Deve ainda ser capaz de colocar a bola, com os pés, em
profundidade, para os colegas que surjam desmarcados, acelerando assim o jogo
(Taelman, 2001). Segundo Taelman (2001), o guarda-redes necessita, por tudo isto, de estar bem
preparado, ser rápido e ter reacções rápidas, ser ágil e mover-se com rapidez em todas
as direcções. A sua colocação e decisão nos lances de bola parada (como os cantos) é
fundamental, com o intuito de agarrar com firmeza a bola ou socá-la para longe da sua
área, devendo, para isso ter um apurado sentido de sincronização. Por outras palavras, deve ser um atleta completo e com um conjunto de características fundamentais para o
seu desempenho. Do ponto de vista psicológico, ser guarda-redes é especialmente duro, porque
requer uma contínua capacidade de concentração ao longo de todo o jogo. Por isso, deve ter um carácter forte que lhe permita suportar as críticas dos outros jogadores,
treinadores, espectadores e especialmente da imprensa (Taelman, 2001). Tendo em conta todos estes factores já descritos, ser guarda-redes é um desafio
que requer um talento específico, uma capacidade física incomum, aliada a uma grande
personalidade.
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