sexta-feira, março 21, 2014

O que devemos treinar num guarda-redes



        Habitualmente, sempre procuramos novas formas de melhorar as nossas equipas, melhorar a sua organização, melhorar a capacidade individual de cada jogador e os guarda-redes não são exceção.

Durante um treino de futebol, encontrámos sempre jogadores destacados do restante grupo, praticando exercícios específicos. Esses jogadores são os guarda-redes, e nos treinos aplicam-se de forma diferente, exatamente porque a sua função no jogo é diferente. Vale a pena salientar que nos tempos modernos, compreende-se que os guarda-redes devem ter um bom jogo de pés além do jogo de mãos, como já foi explicado em outro artigo aqui na comunidade






        Quais são as características que o treinador deve treinar no guarda-redes?




        Dentro do campo, o guarda-redes passa muito menos tempo com a bola do que os colegas de equipa, e quando intervém, não intervêm da mesma forma. Geralmente, os colegas de equipa jogam a bola quase sempre com os pés.
O guarda-redes quase nunca joga com os pés, mas com as mãos.
Assim, sabemos que a técnica do guarda-redes é diferente da técnica dos vários jogadores de campo, necessitando, por isso, de ser treinado de forma diferente. Vamos estudar o que é importante treinar no guarda-redes.







        1- Flexibilidade e agilidade




        Uma das características físicas mais importantes num guarda-redes é a facilidade com que este se consegue mover e como se move. Não me refiro a mover-se de um sítio para o outro, mas a movimentar-se quando um adversário cruza ou remata. Sempre que surge uma ação onde o guarda-redes precisa intervir, a primeira coisa que o guarda-redes faz é analisar a situação e tomar uma decisão. Independentemente da velocidade do cérebro em perceber a situação e comandar o organismo do guarda-redes, este nunca será suficientemente rápido para agir se o seu corpo não o permitir. Exercícios para agilidade e flexibilidade são ótimos exercícios para treinar guarda-redes.



        2- Reflexos




       Um guarda-redes que costuma ser muito rápido a reagir a um remate ou cruzamento é, por norma, um guarda-redes com reflexos elevados. Esta característica dos guarda-redes contabiliza o tempo que demoram a pensar desde o momento que analisam a situação de jogo até ao momento que se começam a movimentar para agir. Assim, entre o momento que o adversário efetua o remate e o momento que o guarda-redes tenta defender a bola (tempo de reflexo), quanto menor for esse tempo, maior serão os reflexos do guarda-redes. Em qualquer situação, um guarda-redes com reflexos muito elevados é um guarda-redes muito rápido a reagir, e por isso, mais difícil de bater. Esta é uma característica psicológica que, durante a partida de futebol, não está diretamente ligada ao posicionamento dos colegas e dos adversários nem está diretamente relacionada com a técnica. Assim, os exercícios para melhorar os reflexos do guarda-redes devem ser específicos, treinando apenas os reflexos e, se possível pouco mais que isso.




       3- Posicionamento




       O posicionamento do guarda-redes é um dos maiores fatores de sucesso nos guarda-redes em qualquer partida de futebol. Um guarda-redes bem posicionado demora menos tempo a alcançar a bola, aumentando as probabilidades em defender o remate em causa. Quando o guarda-redes está de frente para a bola, deve imaginar duas linhas que vão desde a bola até aos postes, e com isso fechar o espaço possível da melhor forma, colocando-se entre as duas linhas, a igual distância uma da outra. Na figura seguinte, apesar do segundo guarda-redes estar mais longe da bola, tem mais hipóteses de defender, pois ocupa o espaço da baliza por igual. O primeiro guarda-redes demorará imenso tempo a defender se a bola for rematada para o espaço contrário da baliza.






       4- Comunicação e comando





        O guarda-redes é o último jogador colocado entre bola e a baliza, e por isso consegue ver o jogo melhor que qualquer um dos seus colegas. Assim, sempre que o guarda-redes vê um colega de equipa que vai ser ultrapassado ou vê um adversário a desmarcar-se para receber a bola, avisa os colegas de equipa que prontamente reagem à situação. Funciona como um conselheiro no jogo, ajudando os colegas de equipa a fechar espaços que estão abertos, impedindo a equipa de ser surpreendida. Este tipo de treino não é feito em exercícios específicos, mas durante o jogo ou jogos no treino. Com o tempo, o guarda-redes aprende a avisar os colegas, melhorando a postura defensiva da sua equipa







       5- Determinação




       Esta característica tem um tipo de treino um pouco diferente uma vez que é uma característica totalmente psicológica, e por isso, não se treina apenas com remates ou defesas. Para que um guarda-redes entre e saia em jogo determinado a jogar bem e vencer, é preciso instruir este tipo de cultura no treino, isto é, pedir ao guarda-redes que se concentre no treino, que tente defender todos os remates, mesmo que não tenha hipótese, que se levante rapidamente sempre que estiver no chão, que demore o menos tempo possível a reagir, mesmo que seja uma, duas ou três vezes seguidas, e por ai adiante. Se necessário, o treinador de guarda-redes deve criar um exercício específico para a determinação do guarda-redes, obrigando-o a concluir um determinado número de defesas e depois repetir esse exercício, obrigando-o a repetir um número de defesas ainda maior.



       6- Coragem




       A coragem é também uma característica psicológica, mas que pode ser treinada com exercícios específicos. Pessoalmente, considero que a coragem deve ser treinada em duas fases distintas. Na primeira fase, o guarda-redes deve ser instruído a ir à bola, tentar sair de punhos, sair a jogar, enfrentar situações de 1x1 fora da área, e todas as situações que o guarda-redes necessitar intervir. A primeira fase serve para o guarda-redes se ambientar com cada situação e aprender a resolvê-la sem receio nem medo. Na segunda fase, o guarda-redes deve ser instruído a perceber em quais são as situações em que deve agir e quais são as situações onde não deve agir. Assim, o guarda-redes sabe em que momentos deve utilizar determinado recurso e como utilizá-lo







       7- Leitura de jogo




       O guarda-redes é o jogador que passa menos tempo com a bola nos pés, mas que não o impede de aprender a ler o jogo. Em muitos modelos de jogo, o guarda-redes é o primeiro jogador a participar na saída de jogo da equipa, e que por isso é muito importante saber para quem passar a bola na saída de jogo. É igualmente importante aprender a ler o jogo pois vai facilitar a leitura do jogo do adversário que, por sua vez, auxilia no posicionamento em frente à baliza como no comando da defesa, ao perceber o que o adversário vai tentar fazer e avisando os colegas de equipa.







        Através da compreensão das características dos guarda-redes, e sabendo que estes exigem um treino diferente da restante equipa, compreendemos como devemos organizar o treino semanal e incluir os guarda-redes. Por exemplo, podemos aproveitar momentos do treino onde os jogadores treinam características especificas para treinar os guarda-redes, e aproveitar os jogos durante o treino para treinar os guarda-redes nas suas características coletivas

terça-feira, março 18, 2014

EXERCÍCIOS BÁSICOS ABDOMINAIS






SUPERIOR
1 - Crunch no solo


1a - Crunch pernas elevadas



2 - Crunch com os pés fixos



3 - Crunch com as pernas apoiadas





4 - Crunch no aparelho



5 - Elevação de tronco na prancha



6 - Abdominal com roda

7 - Crunch sentado com puxador na rolda alta

8 - Crunch roldana alta 2



INFERIOR


9 - Elevação de bacia no chão

10 - Elevação de pernas na prancha inclinada



11 - Elevação de pernas na paralela


OBLÍQUOS
12 - Flexões laterais deitado

13 - Crunch com rotação

14 - Flexão lateral com haltere



14a - Flexão lateral na roldana baixa


15 - Flexão lateral no banco



segunda-feira, março 17, 2014

EXERCICIOS ABDOMINAIS

Observar-se que, hoje em dia, a maioria das aulas de ginástica feitas em academias, escolas, clubes
e na própria residência, tem destinado uma grande atenção para os exercícios abdominais. 

Eles são responsáveis por grande parte dos movimentos e manutenção da postura do ser humano. 
Alguns resultados de estudos realizados mostram que esses músculos perderam grande parte de sua potência devido à posição ereta. Isto exigiu da espécie humana um trabalho permanente da musculatura abdominal, razão pela qual tornou-se necessário o seu fortalecimento até mesmo entre aqueles que não praticam exercícios físicos regulares (DOMINGUES FILHO, 2.000). 
O objetivo dos exercícios abdominais é o fortalecimento dos músculos da parede abdominal e não do emagrecimento. A sua prática regular, unidos a uma atividade física aeróbia (caminhar, correr, pedalar, nadar) 
é de uma boa alimentação traz inúmeros benefícios, entre eles:

- Equilíbrio postural;
- Sustentação visceral;
- Eficiência respiratória;
- Eficiência do processo digestivo;
- Prevenção contra traumatismo;
- Prevenção contra diastases;
- Proteções às áreas abdominais sujeitas a herniações;
- Melhora da estética.


Só isso já é motivo de sobra para começar ou continuar exercitando a musculatura abdominal.
Há vários programas de treinamento físico, cada qual com um objetivo especifico.
Alguns visam á redução de peso, outros o fortalecimento muscular, e outros ainda, ao aumento do condicionamento físico geral.

Mas todos devem incluir algum tipo de exercício abdominal, e estes devem ter um padrão de execução correta, tornando-os seguro e efetivos, caso contrario, podem ser lesivos para a coluna. 

Percebemos que a maioria dos alunos / clientes pratica os exercícios abdominais de 
forma inadequada, quando comparamos com outros grupos musculares. 
Isto porque ambos os sexos visão reduzir as gorduras localizadas nessa região, é dão muita importância à aparência como uma forma de satisfazer seus desejos e de mostrar uma imagem confiante. 
Claro que isso depende de cada individuo, porém todos gostariam de ter um abdominal vigoroso e definido. 

A barriga é considerada o inimigo número um, pois incomoda tanto os gordinhos como os magrinhos.
Antes de falarmos dos exercícios propriamente ditos, vamos falar sobre a musculatura abdominal.
O nosso corpo e formado de vários sistemas:
ósseo, muscular, nervoso e sanguíneo.
Cada um deles possui funções importantes, e com a união desses sistemas, o nosso corpo produz vários tipos de movimentos que podem ou não atuar de forma negativa sobre a coluna vertebral e, conseqüentemente, sobre todo o organismo.
Podemos observar que entre a caixa torácica e a pelve, existe um espaço, ocupado por vísceras pesadas, não existindo nenhum segmento ósseo de sustentação em torno delas.
A metade do peso corporal se acha em equilíbrio estável sobre a coluna lombar, daí a
grande importância da musculatura abdominal ser exercitada, pois ela reveste a parede anterior, posterior e laterais do abdome.

Os músculos abdominais anatomicamente se dispõem em camadas.
A mais externa é formada pelo reto anterior do abdome e oblíquo externo ou maior (fibras anteriores e laterais), a intermediária é formada pelo oblíquo interno ou menor (fibras anteriores e laterais) e a mais profunda é formada pelo transverso do abdome.
Os músculos trabalham juntos e, dessa forma, em qualquer ação envolvendo o abdome, a maioria dos músculos será ativada até uma certa extensão.
Ao olharmos para um músculo abdominal durante um exercício, devemos considerar como cada músculo está atuando para podemos criar um movimento, e como este pode limitar um movimento de acordo com o seu comprimento.
Podemos resumir da seguinte forma: o músculo reto abdominal flexiona o tronco e eleva o quadril quando a pessoa está deitada de costas (flexão).

Os oblíquos interno e externo giram a coluna (rotação do tronco) e os transversos contraem o abdômen (estabilidade).
É muito importante também ressaltar os músculos flexores do quadril: o iliopsoas ou psoas e ilíaco e o reto femoral, pois quando levantamos as duas ou uma das pernas eles entram em ação.
Para um músculo se tornar mais forte, ele deve ser trabalhado mais efetivamente do que o seria nas atividades diárias. Sendo assim precisamos decidir a ordem do exercício, o tipo de exercício, sua duração, intervalo, freqüência e intensidade. 

Com relação à ordem do exercício, sugerimos que estimule primeiramente os músculos abdominais mais profundos. 

O tipo de exercício varia conforme a necessidade do aluno, pois deve levar em conta, as suas limitações e problemas posturais. 
A duração da atividade está relacionada com o planejamento da aula (intenção do exercício) e da disponibilidade do cliente (10 a 30 minutos). O intervalo entre um exercício e outro de baixa intensidade varia de 15 a 30 segundos, mas para exercícios intensos (sobrecargas), varia entre 60 a 120 segundos. 


A prática (freqüência), deve ser diária, desde que, os exercícios abdominais sejam de baixa intensidade. 
Quanto à intensidade varia conforme o perfil do aluno: series (Iniciantes - 01 A 02, intermediário – 02, avançados - 02 A 04), e repetições (Iniciantes - 10 A 20, intermediário - 10 a 30, avançados - 10 A 50). Existem dois tipos de contração muscular que devem ser realizados durante a execução 

dos exercícios abdominais, proporcionando assim diferentes adaptações em termos gerais
de saúde e condicionamento físico.

- Contração Muscular Isométrica –
Ocorre quando tensionamos o músculo e o mantemos contraído sem causar movimento numa articulação.

Serve para melhorar a eficiência da musculatura abdominal, permitindo a manutenção da postura durante as atividades diárias ou de algum esporte especifico.

- Contração Muscular Isotônica –
Ocorre quando tensionamos o músculo e o mantemos contraído durante o movimento de uma articulação.

Serve para melhorar a força da musculatura abdominal, contribuindo para a performance de movimentos específicos requeridos em atividades cotidianas ou esportivas. 
Esse tipo de contração pode ser dividido em contração muscular Isotônico concêntrica e excêntrica.

- Contração Muscular Isotônico Concêntrica – Ocorre quando a origem e a inserção do músculo se aproximam pela flexão articular. (contração).

- Contração Muscular Isotônico Excêntrica –
Quando a inserção e a origem do músculo se afastam.(alongamento).

Quando um músculo é fortalecido, sua forma realmente muda. 
O músculo se torna maior e mais rígido e há alterações nos componentes químicos que ele contém. Essas mudanças constituem o que chamamos de adaptação ao treinamento. 

Existem quatro movimentos que devem ser utilizados pelo individuo durante a prática dos exercícios abdominais, com intuito de promover um estímulo maior ao músculo, nas diferentes posições e ângulos, na qual não está acostumado a ser estimulado.

1. Movimento de flexão do tronco sobre os membros inferiores - São exercícios abdominais onde ocorrem à aproximação do tronco sobre o quadril.
Esse tipo de movimento possui inúmeras variações de acordo com a atitude da coluna lombar, o ângulo de flexão do quadril e joelhos e posição dos braços e pernas.

2. Movimento de flexão dos membros inferiores sobre o tronco - São exercícios abdominais onde há aproximação do quadril sobre o tronco.
Esse tipo de movimento possui inúmeras variações, de acordo com a atitude da coluna lombar e pelve, o grau de flexão do quadril, joelhos e posição dos braços e pernas.

3. Movimento de flexão simultânea de quadril e tronco ou mistos - São exercícios abdominais onde há aproximação simultânea dos quadris e o tronco. 
Alguns Especialistas consideram esse movimento, o mais completo para o fortalecimento da musculatura abdominal.
Existem inúmeras variações, de acordo com a atitude da coluna lombar e pelve, o ângulo de flexão do quadril e joelhos, posição dos braços e pernas.


4. Movimento de flexão lateral do tronco - São exercícios abdominais que tem por objetivo salientar a ação dos músculos oblíquos, interno e externo, de maneira que se aproximem lateralmente o gradil costal dos quadris.
Pode ser executado de duas maneiras, na posição em pé ou de lado.

Possuem algumas variações na flexão lateral da coluna lombar, torção do tronco e posição dos braços e Pernas. 

Os exercícios abdominais são constituídos de inúmeras atitudes e posições que podem e devem ser combinadas para formar alguns movimentos que exercitem a musculatura abdominal desejada. Para isto basta criatividade e objetivos definidos. Segundo Langlade (1975), atitude refere-se a um segmento ou zona e posição considera o corpo todo. 
Resumindo, uma posição é a expressão de várias atitudes.
Muitos questionam qual o segredo dos exercícios abdominais.

Particularmente observo que está na respiração correta durante a execução dos exercícios abdominais, ou seja, expire sempre na contração (fase concêntrica), pois ao removermos o ar dos pulmões, permitimos uma contração mais completa dos músculos abdominais, diminuindo a pressão intra-abdominal, o que facilita muito na flexão da coluna. 

E inspire no relaxamento (fase excêntrica). Quando for exercitar os exercícios abdominais, devem sempre prevalecer os de dentro para fora, ou seja, comece sempre pelo transverso (músculo mais profundo), depois os oblíquos e por fim o reto abdominal (músculo superficial). 

Não esqueça também de observar as inserções e origem de cada um desses músculos. 
Hoje em dia nas academias, escolas, clubes e na própria residência, os exercícios abdominais são executados em séries, onde se realiza um determinado número de repetições de um movimento, com pequenos intervalos, e depois se realiza outro número de repetições e assim por diante. Fica a critério de cada um repetir ou não o mesmo exercício abdominal. Eu, particularmente, aconselho montar séries com algumas variações conforme a necessidade e o atual condicionamento físico de cada aluno / cliente, mas sem repeti-los, pois percebo que se torna mais motivante.
Ao criarmos um programa de exercícios abdominais, este deve sempre respeitar a individualidade biológica do praticante, com a finalidade de trazer benefícios para a saúde e conseqüentemente melhorar
a qualidade de vida. 

domingo, março 09, 2014

Teoria do Treino do Guarda-redes * Parte III

O Treino Técnico
O treino técnico dos GK dilui-se bastante no treino táctico, permitindo assim potenciar o seu desenvolvimento durante aquele trabalho. Contudo, é possível isolar alguns aspectos técnicos mais específicos e trabalhá-los com alguma profundidade, sem esquecer que qualquer esquema particular de trabalho se enquadra num contexto específico de actuação, onde o isolamento das partes apenas confere um apuramento específico de uma determinada performance, que virá a ser enquadrada na complexidade de actuação do GK. As transformações que a bola de jogo tem vindo a sofrer ao longo destes últimos tempos, têm, de algum modo, obrigado os GK a alterarem alguns comportamentos, podendo dizer-se que é o jogador mais visado e “prejudicado” com as alterações introduzidas. A escassez de golos tem preocupado os responsáveis máximos do futebol e uma das medidas tendentes a alterar esta circunstância, a par de algumas alterações das regras, foi a modificação das texturas e estrutura da bola, tornando-a objectivamente mais caprichosa, por via das trajectórias, muitas vezes estranhas, que passou a percorrer, deixando os GK frequentemente perplexos e indecisos quanto às atitudes a tomar perante um remate desferido a alguma distância. O agarrar da bola “com mãos de ferro…”, como outrora foi lema e, até certo ponto, uma espécie de artefacto que fomentou lendas que perduraram no tempo até aos nossos dias, tem vindo a perder importância em detrimento do afastar da bola com os punhos, o que muitas vezes apenas resolve metade do problema, gerando, em contrapartida, outros. Perdeu-se um pouco a sensação de alívio de lance terminado e resolvido com a bola firme e segura nas mãos do GK, gerando-se, em contrapartida, a insegurança do afastamento momentâneo do perigo da proximidade da baliza, mas continuidade da pressão do adversário, com cerca de 50% de probabilidades da bola ser de novo retomada pela equipa atacante. Aceitando-se que a opção de agarrar a bola se tenha tornado numa escolha de risco, em determinadas circunstâncias, deixando em aberto a probabilidade desta se escapar das mãos do GR numa zona de perigo iminente, oferecendo ao adversário a probabilidade de concretização fácil, mantemos, contudo, a convicção de que o treino no adestramento desta segurança não deve ser descurado, ainda que a decisão pela opção de agarrar ou socar a bola deva ser atribuída inteiramente ao GK. Como sempre temos vindo a defender, cabe-lhe decidir-se pela opção mais adequada de acordo com a leitura que faz do lance, o que ocorrerá tendo em conta o volume de experiências que realizou em treino e lhe permitem definir com critério a melhor opção em cada instante de intervenção. A instabilidade das trajectórias da bola não pode ser ignorada. Contudo, deverá caber ao GK a tomada de decisão sobre a circunstância em que deve optar por segurar ou rechaçar o remate, tendo em conta a inconstância do seu trajecto.
Optar por incutir no GK em treino o privilégio da opção de utilização dos punhos, é correr o sério risco da utilização constante desta atitude em jogo, com o aumento considerável da instabilidade defensiva e acréscimo da probabilidade de êxito por parte do adversário. Convirá ter em conta que é no treino que se adquirem os bons hábitos e se definem as melhores condutas. Neste contexto, é no treino que devem ser proporcionadas todas as oportunidades de gestão e percepção dos erros, no sentido da sua identificação, como meio mais adequado para uma escolha criteriosa e ajustada no momento próprio de agir, o que, naturalmente, tenderá para uma melhor garantia de eficácia e sucesso. Deve, pois, ser no treino que o GK deve cometer os erros, que procurará identificar e consciencializar, de modo a que em jogo os consiga eliminar por identificação dos seus contornos.
Este princípio tem vindo a ser repetidamente aflorado, mas nunca é demais lembrá-lo. Ora isto não deve significar que se cometam deliberadamente erros para identificação, mas sim que se proporcionem situações de dificuldade que possam proporcionar a ocorrência de erros, o que confere uma perspectiva bem diversa. O erro deve ser consequência de uma situação de dificuldade ostensivamente incrementada, procurando, se possível, ir um pouco além do limite máximo de uma ocorrência em jogo.
Exemplo:
Treino de segurar a bola com ambas as mãos, sem a encaixar. Remates de curta distância desferidos sem deixar cair a bola no chão.
Incremento:
1-     Aumentar a intensidade do remate;
2-     Alterar a trajectória da bola, desviando-a ligeiramente do GK;
3-     Diminuir a distância do ponto do remate ao GK;
4-     Molhar a bola;
5-     O GK utiliza luvas molhadas;
6-     Utilização de uma outra substância líquida misturada com a água que torne a bola e as luvas ainda mais escorregadias (ou utilização de luvas de má qualidade que dificultem o segurar da bola).
Este um exemplo de incremento de dificuldades colocadas à acção do GK, que irá aos poucos proporcionando a ocorrência de problemas e erros que este procurará superar, propiciando-lhe um aquisição superior de adestramento, que tenderá a tornar mais fácil a resolução das dificuldades de nível inferior que ocorrerão no jogo. No máximo, em jogo, o GK poderá vir a encontrar um dia de chuva em que a bola estará molhada, bem assim como o seu equipamento auxiliar (no caso as luvas), o que se constituirá numa dificuldade de nível inferior, se o atleta estiver habituado a um treino onde a bola se apresenta mais escorregadia, logo a um nível bem mais elevado de adestramento de controlo.
Nota:
Aos jovens técnicos convém alertar que a adopção desta, ou qualquer outra, perspectiva de trabalho não impede que num belo dia de sol o seu GK não deixe escapar uma bola aparentemente fácil, proporcionando ao adversário uma concretização inoportuna, que ditará a derrota da sua equipa.
O futebol comporta um sem número de imponderáveis impossíveis de controlar. Convirá ter presente que toda e qualquer perspectiva de treino visa a redução ao mínimo possível da eventualidade de erro por parte do atleta. Jamais a pretensão de contornar por completo a ocorrência de falhas.
Dir-se-ia mesmo que isso é “
desumano”…
As inconsequências e os perigos das rotinas de treino.
Assistindo um dia a um treino de um dos chamados grandes do futebol nacional, ocorria o trabalho com os GR que se alternavam na baliza para defenderem remates proporcionados pelo técnico.
Os remates eram dirigidos a meia altura, ora à direita, ora à esquerda, todos eles desferidos com idêntica intensidade e ao mesmo nível do chão. Com frequência ocorriam belas defesas sob o aplauso e incentivo do técnico. Porém, sem que alguém tivesse, aparentemente, notado, por vezes o técnico “falhava” o remate e este saía um pouco acima do que vinha sendo rotina. Como resultado, os GK mergulhavam e a bola passava-lhes por cima. Por mais que procurassem esticar o braço durante o mergulho, a bola entrava bem acima do punho. Não se observou qualquer correcção, ficando claro e tácito que a inoperância dos GK se ficava a dever à qualidade do remate. A repetição sistemática desta situação veio a demonstrar que ocorria um erro de rotina, cujas repercussões hão-de fazer-se sentir negativamente num belo dia e num momento de jogo menos desejável.
Ao serem proporcionadas séries de remates cuja variável era apenas a opção direita ou esquerda, e mesmo essa denunciada propositadamente pelo técnico, os GK partiam para um mergulho previsível, logo, adiantados à necessária tomada de decisão de acordo com os contornos do remate, o que impedia qualquer reformulação, sempre que a trajectória da bola percorria um trajecto diferente da rotina que vinha ocorrendo.
Se o técnico, num desses remates, tivesse apenas feito o gesto de rematar, mas ficando com a bola em seu poder, era por demais evidente que o GK voaria belo e formoso, embora a bola se mantivesse queda e inerte nas mãos do técnico.
Esta terá sido uma excelente oportunidade perdida de fazer o GK aprender, mobilizando as suas estruturas neurológicas no âmbito do equilíbrio e apuro na produção de um estímulo/resposta.
Neste caso, uma situação que ocorre com alguma frequência em treino e que confere uma rotina de gesto técnico sem qualquer proveito para a melhoria de performance do GK, antes induzindo um alheamento da avaliação antecipada e permanente que este deve fazer da trajectória da bola, a partir da qual tomará a decisão adequada que conferirá uma resposta ajustada a cada situação.
Essa circunstância é muitas vezes induzida pelo próprio GK quando, por exemplo, num trabalho de treino físico é solicitado a mergulhar à direita e à esquerda, movendo-se (levantando e mergulhando) o mais rápido que lhe for possível.
Mesmo nessas situações este deve ser “enganado” com alguma regularidade a fim de que, não só não interiorize a rotina, mas, essencialmente, se mantenha desperto e atento quanto ao estímulo bola, caracterizando as suas trajectórias a fim de reagir de acordo.
Tal como o próprio jogo, as situações de treino devem ocorrer como se de um jogo se tratasse, sem avisos prévios nem preparação para o que vai ocorrer.
Isso transmitirá ao GK a necessidade de se encontrar permanentemente atento e desperto para as variantes do treino, aproximando-se da atitude em jogo, o que não ocorrerá se o atleta for “informado” com antecedência daquilo que vai acontecer.
Em treino o estado de espírito do atleta tende para um certo relaxamento em contraste com a pressão do jogo.
Torna-se pois aconselhável criar alguma instabilidade em treino que de certo modo elimine excessos de descompressão, cujo espírito entra em contradição com a situação de jogo.
Sugere-se, assim, a produção de alternâncias que contrariem eventuais momentos de desconcentração, que a situação de treino habitualmente propicia.
Teste:
Sem qualquer explicação preliminar foi proporcionado a um GR o seguinte trabalho:
Técnico com a bola na mão, lançava-a rasteira, ora à direita, ora à esquerda, obrigando o GR a mergulhar rápido para captá-la.
A alternância era sempre a mesma: direita/esquerda, direita/esquerda.
Após algumas sequências, com excelente resposta do GK, o técnico simulou a sequência normal para um dos lados, mas reteve a bola e lançou-a para o lado contrário, enquanto o GK mergulhava, em vão e alguma confusão, para o lado habitual, mas agora contrário à bola.
O técnico não teceu qualquer comentário ante alguma apreensão do GK e o treino recomeçou com a rotina habitual.
Ocorreu de imediato que o GR passou a chegar ligeiramente atrasado à bola, relativamente ao trabalho anterior, mas evidenciou uma maior velocidade de execução para conseguir captá-la a fim de compensar o atraso.
Em determinada altura o técnico voltou a simular um lançamento sequencial para um determinado lado, retendo a bola em seu poder, enviando-a para o lado contrário.
O GK apenas se desequilibrou para o lado da sequência habitual, mas de imediato corrigiu e, ainda que atrasado, mergulhou atrás da bola, conseguindo ainda desviá-la com a ponta dos dedos e em enorme esforço.
Uma terceira sequência semelhante garantiu uma resposta ainda mais adequada do GK.
Mas essencialmente, aquilo que mais se evidenciou foi que o GK passou a dispensar uma muito maior atenção ao gesto do técnico, reagindo em conformidade.
Análise:
1- A resposta sequencial da primeira parte do treino não proporcionou qualquer ganho, uma vez que o estímulo, sendo uma mera repetição de acções todas iguais, praticamente não funciona como estímulo. Trata-se de uma rotina rapidamente apreendida.
A resposta era, pois, “copiada” a partir de um gesto conhecido e dominado, sem necessidade de análise e elaboração de resposta adequada. Jamais tal circunstância ocorre numa situação de jogo, nem este trabalho tem qualquer transposição para a realidade.
2- Bastou uma breve quebra na rotina para ocorrer uma alteração de comportamento, determinando de imediato uma espécie de “acordar” para o verdadeiro estímulo/resposta, onde esta (a resposta) é verdadeiramente elaborada e construída a partir de um estímulo “novo” e imprevisível, que obriga a uma adequação específica de comportamento.
3- A partir do momento em que a rotina se esfumou, o atleta alterou a sua conduta, passando a reagir por adequação de comportamento, o que permitiu uma melhoria sensível do treino da velocidade de reacção e a cimentação de um estado permanente de vigília em relação à bola e aos caprichos das suas trajectórias.
4- O que, essencialmente, aconteceu foi que o atleta passou a treinar obedecendo a um critério de análise/resposta adequada, obrigando-o a roçar os limites de esforço para resolução de um problema, e não apenas resposta a uma sequência de grau de dificuldade praticamente nulo, por conhecimento antecipado da resposta apropriada.
Um atleta habituado, ou rotinado, em esquemas de rotina, tenderá a responder em jogo de forma semelhante por abrandamento da concentração.
Ou seja; as chamadas bolas fáceis induzirão o GR a uma dispensa de atenção menor, originando com alguma frequência a sua perda, com as consequências desportivas e psicológicas que se conhecem.
O conhecido “frango” não é mais que o produto de uma desconcentração momentânea; de uma dispersão da atenção por aparente ausência de dificuldades.
Esta atitude conduz a um abrandamento na utilização dos recursos disponíveis, impedindo uma leitura completa e adequada dos contornos da trajectória da bola e consequente erro por omissão.
Genericamente o ser humano tende a responder de acordo com as circunstâncias que habitualmente o rodeiam e lhe condicionam a existência.
Sendo o homem um animal de hábitos, as nossas estruturas de vigilância adequam-se às situações que vão sendo despoletadas, reagindo em conformidade.
O nível de estado de vigilância baixa à medida que se for instalando a rotina.
Se quisermos encontrar um exemplo, um tanto folclórico, é certo, para ilustrar esta realidade poderíamos considerar que um camponês tem muito mais probabilidades de ser atropelado numa rua de Lisboa do que um citadino.
Por sua vez este poderá ter graves problemas com o cão do lavrador se porventura entrar nos seus domínios, quer vá com boas ou más intenções…
O treino técnico específico do GR
Relativamente aos restantes jogadores da equipa, o GK será aquele que menor amplitude de áreas de intervenção da dimensão técnica específica necessita.
A sua aplicabilidade é diminuta e resume-se a duas ou três qualidades que conformam o seu desempenho.
Contudo, e em contrapartida, o seu apuro é bem mais importante se considerarmos as consequências de uma falha técnica na acção do GK.
No desempenho de qualquer jogador de campo, uma menor disponibilidade técnica pode ser, quase sempre, colmatada por um companheiro, ou não fosse o futebol um jogo de equipa.


Contudo, quando essa falha ocorre com o GK sucede quase invariavelmente ao contrário: muito dificilmente um companheiro pode acorrer em seu auxílio.
No fundo, o resultado do jogo resulta, em boa medida, duma determinada garantia de segurança proporcionada pelo GK, razão pela qual advogamos a importância de um tratamento mais aturado e cuidado, como, o que, mais recentemente, se vem observando, quanto ao apuro técnico, táctico e de condição física dos GK.
Conforme já referido, o trabalho técnico dos GK não comporta uma grande variedade de aspectos e confunde-se muito com o trabalho táctico, já aflorado noutro capítulo.
Na sua essência ele conforma-se, e quase que se resume, à capacidade e firmeza na captação da bola, ou no seu afastamento eficaz, quando a primeira prioridade se mostrar inviável ou desajustada, e na adopção de um determinado comportamento de configuração de um obstáculo eficaz ao preenchimento do espaço da baliza, utilizando o corpo.
Em termos médios, a percentagem de bolas que são efectivamente captadas pelos GK, relativamente às que são rechaçadas com os punhos, ou com as mãos, ou ainda objecto de utilização do corpo como obstáculo de última instância, é substancialmente maior e constitui-se no elemento mais importante da acção dos GK.
Não obstante, isto não deve conferir que haja aspectos que devam merecer menos cuidado, uma vez que a acção do GK se mede pela sua eficácia geral e não pela melhor ou pior performance deste ou daquele aspecto. O GK é praticamente o único a quem “não é permitido falhar”.
Trabalho de segurança na captação da bola.
Quer no início no treino, quer no início da preparação para o jogo, sugere-se que o GK seja solicitado a captar algumas bolas relativamente fáceis sem a utilização das luvas, (mãos nuas, portanto) promovendo um contacto directo das mãos com a estrutura e conformação da bola, no sentido duma integração mais consistente das suas características.
Deve ser o técnico a avaliar a fraca e média intensidade dos remates (sempre à figura do GR) e desferidos de distâncias variáveis que vão dos 3 aos 10 metros.
Em causa está, obviamente, a integridade do atleta, pelo que a moderação deve ser observada com critério.
Trata-se de uma fase introdutória do treino, ou da preparação do jogo, prosseguindo posteriormente com a normalidade do trabalho e equipamento.
Ainda que este tipo de abordagem não configure a perspectiva de uma resultante de vulto, admite-se que o contacto mais directo e sensível com a estrutura, configuração e comportamento da bola, permita um melhor registo na estrutura neurológica do atleta, proporcionando-lhe uma base de dados bem mais concisa e prestativa para elaborações posteriores.
Conforme já referido, a segurança na captação da bola deve merecer um trabalho aturado de treino, embora salvaguardando sempre, em sintonia com os atletas, que a perspectiva de opção de a agarrar obedece a um critério, cuja avaliação pertence por inteiro ao atleta.
Contudo, não deverá ser no treino que essa opção deve ser tomada.
No treino a opção primeira e essencial será sempre a de tentar agarrar a bola, único e melhor meio de a retirar à acção do adversário.
O GK só apreenderá as bolas que não deve tentar segurar quando, em treino, as procurar agarrar sem o conseguir.
O princípio é sempre o mesmo.
Como diria o meu velho professor… “Não aprendo a andar de bicicleta, andando de autocarro…”
Ou seja; não aprendo a agarrar, ou a optar por agarrar ou não, optando em treino por socar ou rechaçar a bola.
Exercícios:
Exercício 1 - Utilização de vários tipos de bolas quanto ao seu peso, textura e comportamento, mantendo inalterável, quanto possível, as suas dimensões.
Não se configura a obtenção de qualquer ganho proporcionar alterações no tamanho da bola.
Exemplo: bola de futebol normal, bola de basquetebol utilizada nas camadas jovens (com superfície lisa e gasta), bola de voleibol de jogo, bola de voleibol de iniciação (esponjosa ou densidade leve).
Trabalho:
Remates directos à figura do GK sem deixar cair a bola no chão, alternando as bolas numa sequência, a mais aleatória possível, solicitando ao GK que procure segurar com firmeza cada remate.
Variantes:
- Distância;
- Intensidade;
- Direcção; (o afastamento máximo da direcção da bola do GR deve permitir que este consiga captar a bola com ambas as mãos sem necessidade de se deslocar)
Objectivo:
Criar uma instabilidade induzida nos comportamentos da bola, de modo a promover o estabelecimento de um estado de permanente de vigilância e adequação do gesto técnico.
Comentário:
Este trabalho, a que atribuímos uma importância fundamental no capítulo da segurança, procura subverter a tendência para a instalação de rotinas na avaliação dos comportamentos da bola, circunstância que se revelará de transcendente importância na instauração de um estado de espírito de permanente prevenção no momento da definição da atitude e do contacto com a bola. A coordenação motora confere uma sequência de actos cujos contornos não compreendem uma elaboração consciente, encontrando-se dependente duma relação de função cérebro/estruturas motoras, de cuja afinação dependerá a justeza da resposta requerida. É também essa consonância e eficácia que se pretende obter, ao proporcionar uma variedade alternada de estímulos, que permita um enriquecimento desses mecanismos cujas respostas se processam em milésimos de segundo.
Exercício 2 - Trabalho semelhante, utilizando uma bola de jogo frequentemente molhada, de modo a conferir um grau de dificuldade acrescido na sua captação. A utilização de um pouco de vaselina líquida diluída na água constituirá um acréscimo de dificuldade com alguma importância.
Trabalho:
Situação idêntica ao exercício anterior em termos de distância, intensidade e direcção.
A alternância consiste na utilização de bolas secas, molhadas em água e molhadas na solução referida. Os objectivos a perseguir são os mesmos.
Exercício 3 – Escolha de uma baliza com terreno em más condições, ou colocação de uma baliza móvel numa zona de terreno revolto.
Trabalho:
Remates rasteiros de modo a que a bola obtenha alterações de trajectória nos acidentes do terreno.
Neste caso os remates serão desferidos de modo a o GK mergulhe à direita e à esquerda. Devem igualmente ser desferidos remates à figura fazendo a bola bater à frente do GK. Na ausência das condições de terreno preconizadas (situação mais rica) podem utilizar-se objectos espalhados à frente do GK (cones de baixo relevo e um sem fim de obstáculos criativos) de modo a criar instabilidade à trajectória da bola. Neste caso, importante alternar remates desferidos próximo do GK, com outros executados de fora da área, mantendo a perspectiva de trajectória rasteira com ressalto nos acidentes de terreno, naturais ou artificiais. Prioridade no agarrar da bola. O treino visa a segurança no agarrar da bola pelo que não deve conter (treinar) a utilização de situações de recurso (rechaçar da bola). O recurso deve ser sempre isso mesmo; um recurso. Ou seja, a impossibilidade duma execução concreta, segura e definitiva. Os objectivos continuam semelhantes, ou seja; proporcionar instabilidade no comportamento da bola de modo a manter sempre activa a vigilância do GK em relação ao seu comportamento, procurando que se instale essa forma de estar, na perspectiva de um hábito que se prolonga no jogo e não uma circunstância pontual de treino que termina mal este acabe. Ora, tal só poderá ocorrer, caso todas, ou praticamente todas, as circunstâncias de treino técnico contenham um qualquer factor de instabilidade que inviabilize qualquer processo de desconcentração ou abaixamento dos níveis de vigilância.
Exercício 4 – Dois jogadores com bola, situados, um muito próximo da marca de canto, outro com a bola nas imediações do encontro da linha da grande-área com a linha final. GK na baliza preparado para intervir num cruzamento.
A um sinal do técnico (desconhecido para o GR e que determinará qual dos jogadores deve executar a acção) um dos dois jogadores cruza a bola para a zona que vai do limite da pequena-área até à marca de grande penalidade. O GK procurará adaptar a sua atitude à circunstância que ocorrer, adequando o seu posicionamento para a intervenção necessária, tendo em conta a perspectiva táctica já enunciada num outro capítulo deste trabalho.
Objectivo:
Proporcionar situações diferenciadas que impliquem reformulação rápida e adequada à circunstância, em termos de reposicionamento e perspectiva de intervenção.
Apontamento final
A partir destes princípios, e conforme temos vindo a afirmar, a imaginação do técnico não deverá ter limites. Este trabalho não pretende ser uma colecção de exercícios a transpor “gratuitamente” para o terreno. Constitui-se mais numa defesa de princípios que permitam elaborar esquemas de trabalho adequados, quer às condições de trabalho, quer às características e necessidades dos atletas, quer ainda ao respeito pela perspectiva pessoal que cada técnico entender implementar ao seu trabalho, reformulando ou reinventando as ideias, ou propostas de trabalho aqui apresentadas. Conforme já referido noutro local, o próprio trabalho táctico abarca inúmeros aspectos de ordem técnica que deverão ser valorizados em simultâneo. Por fim, reafirmar, com bastante convicção, a importância que deve ser dada à constituição de uma equipa destinada ao apuro técnico-táctico dos GK, uma atitude que vem sofrendo um incremento considerável nos últimos tempos, nomeadamente nas equipas de topo, logo, melhor apetrechadas e de responsabilidades acrescidas. Nenhum outro jogador de campo carece de um apuro técnico, táctico e de condição física tão esmerado como GK. Nenhum outro jogador tem à sua inteira e única responsabilidade um espaço de terreno tão vital com o GK. Todos se vão lembrar e vangloriar do jogador que marcou o golo da vitória. De igual modo, mas por motivos bem diversos, poucos se vão esquecer do GR que permitiu um golo fácil ao adversário, o qual determinou a derrota. Muito poucos se lembrarão das duas ou três defesas excepcionais do GR que garantiram a vitória e o sucesso da equipa. “Ele está lá para isso…” Toda a equipa falha quando se sofre um golo. Mas, o que, invariavelmente, fica na retina é o último… O quem, na verdade, sofreu o golo…
O GR merece, pois, um apoio especial e aturado, que lhe permita ser mais recordado pelo “pouco” que faz de positivo e menos pelo “muito” que faz de errado.
Pedro Cabrita

WELCOME

Bem-vindo ao meu Blog
Minha vida profissional e desportiva sempre esteve ligada ao futebol, para o papel do guarda-redes e formação específica, tornando-se por muitos anos o meu trabalho principal.
Eu tive sorte o suficiente para treinar em quase todas as categorias.
Todas essas experiências, reuniões com técnicos, o guarda-redes, a sociedade, as diferentes culturas fizeram de mim o que sou hoje crescer mais do que um professor que não quer parar de aprender.
Então eu vou tentar compartilhar com vocês a minha paixão.
Divirta-se e um grande abraço a todos!

Paulo Fortunato ⚽️










CURRICULUM

NOME: PAULO FORTUNATO
ANO NASCIMENTO: 1978
NATURALIDADE: COSTA DA CAPARICA
NACIONALIDADE: PORTUGUESA
EMAIL: paulofortunato78@gmail.com
TELF: +351 92 68 49 738

TREINADOR DE GUARDA-REDES:

2008/2009 Beira Mar de Almada
2009/2010 Beira Mar de Almada
2010/2011 Clube Futebol Trafaria
2010/2011 Belenenses SAD SUB-19
2011/2012 Almada Atlético Clube
2012/2013 Odivelas SAD
2013/2014 Odivelas SAD
2014 SELECAO NACIONAL AZERBAIJÃO
2015 SELECAO NACIONAL AZERBAIJAO
2015/2016 AD Carregado
2016 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2017 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2018 CASA BENFICA LOURES (Praia)
2019 GDP Costa Caparica (Praia)
2019 Club Sport Marítimo (Praia)


����������������

2008/2009 Subida de Divisão
2011/2012 Subida de Divisão
2012/2013 Campeão
2013/2014 Subida de Divisão
2014 Participação Super-Final da Liga Europeia em Torredembarra Espanha
2014 Participação na Qualificação para o Campeonato do Mundo em Jesolo
2015 Participação Super Cup da Europa em Baku Azerbaijan
2015 Participação Super-Final da Liga Europeia em Siofok Estônia
2015 Participação 1st European Games em Baku Azerbaijan
2016 Vencedor Taça AFL
2017 Vencedor Taça de Lisboa
2018 Campeão da Liga de Inverno

AFFA AZERBAIJAN

AFFA AZERBAIJAN
Paulo Fortunato

NOTICIAS NO MUNDO

Número total de visualizações de páginas

Pesquisar neste blogue

Casa Benfica Loures 2016

Casa Benfica Loures 2016
Paulo Fortunato

MENSAGENS POPULARES NO BLOG

CARACTERISTICAS DE UM GUARDA-REDES

CARACTERISTICAS DE UM GUARDA-REDES