Nuno Marques, natural de Tomar, não pensa regressar a Portugal onde considera não ter perspectivas de futuro
Edição de 2015-08-20 |
Nuno Marques preparava-se para ser promovido a terceiro guarda-redes da equipa principal do Sport Lisboa e Benfica (SLB), depois de ter jogado na equipa de juvenis e juniores do clube das águias, quando uma grave lesão no joelho direito o afastou dos relvados durante quase um ano.
O guarda-redes, natural de Tomar, tinha 19 anos na altura e viu o seu sonho de jogar na liga principal do campeonato português adiado.
Na época de 2001/2002 integrou a equipa B do SLB e treinava regulamente na equipa principal.
No entanto, nunca chegou a jogar na equipa principal.
Em Junho de 2002 terminou o contrato com as águias e assinou pelo Estrela da Amadora, que jogava na Segunda Liga, e era treinado por Jorge Jesus.
A equipa subiu à Primeira Liga mas como não era primeira opção rescindiu contrato com o clube.
Actualmente é treinador de guarda-redes do Notodden FK, da Noruega, e consultor num organismo que corresponde à Segurança Social e ao Centro de Emprego e Formação Profissional em Portugal.
O guarda-redes, natural de Tomar, tinha 19 anos na altura e viu o seu sonho de jogar na liga principal do campeonato português adiado.
Na época de 2001/2002 integrou a equipa B do SLB e treinava regulamente na equipa principal.
No entanto, nunca chegou a jogar na equipa principal.
Em Junho de 2002 terminou o contrato com as águias e assinou pelo Estrela da Amadora, que jogava na Segunda Liga, e era treinado por Jorge Jesus.
A equipa subiu à Primeira Liga mas como não era primeira opção rescindiu contrato com o clube.
Actualmente é treinador de guarda-redes do Notodden FK, da Noruega, e consultor num organismo que corresponde à Segurança Social e ao Centro de Emprego e Formação Profissional em Portugal.
No início da época 2003/2004 teve propostas de vários clubes portugueses, com ambições de subirem à Segunda Liga mas o seu grande objectivo era emigrar.
Em Fevereiro de 2004 foi contratado pelo FC Lyn de Oslo, clube da Noruega.
Não pensou duas vezes e partiu à aventura.
Neste clube, onde esteve duas épocas, alcançou, no primeiro ano, um terceiro lugar na Taça da Noruega e no ano seguinte chegou à final desta competição.
Mudou para o Bryne FK que tinha a ambição de subir à Primeira Liga.
No segundo jogo oficial da segunda época lesionou-se gravemente, desta vez no joelho esquerdo.
Em Fevereiro de 2004 foi contratado pelo FC Lyn de Oslo, clube da Noruega.
Não pensou duas vezes e partiu à aventura.
Neste clube, onde esteve duas épocas, alcançou, no primeiro ano, um terceiro lugar na Taça da Noruega e no ano seguinte chegou à final desta competição.
Mudou para o Bryne FK que tinha a ambição de subir à Primeira Liga.
No segundo jogo oficial da segunda época lesionou-se gravemente, desta vez no joelho esquerdo.
Quando recuperou da lesão foi vendido ao Notodden FK, também da Segunda Liga, num valor recorde entre clubes noruegueses em guarda-redes estrangeiros. Foi titular durante seis épocas, tornando-se no jogador estrangeiro com mais jogos oficiais pelo clube. “Ao longo destes seis anos tive vários convites de outros clubes, da primeira e segunda Ligas, mas por razões familiares e académicas optei por continuar neste clube”, conta a O MIRANTE numa entrevista realizada por e-mail.
Nuno Marques terminou a sua carreira como jogador profissional neste clube em Dezembro de 2013. Foi convidado para ser treinador de guarda-redes do plantel principal no Notodden FK.
Nuno Marques terminou a sua carreira como jogador profissional neste clube em Dezembro de 2013. Foi convidado para ser treinador de guarda-redes do plantel principal no Notodden FK.
Antes da Noruega, Nuno Marques teve apenas uma pequena experiência na Suíça, em 2003.
O desportista vive em Notodden, cidade com cerca de dez mil habitantes, a cerca de 130 quilómetros da capital Oslo.
Conheceu a sua esposa, Cátia, em Portugal e que o acompanhou nesta aventura.
Casaram em Dezembro de 2008 e têm dois filhos: o Duarte, de cinco anos, e a Alice, de dois anos. Ambos nasceram na Noruega.
O desportista vive em Notodden, cidade com cerca de dez mil habitantes, a cerca de 130 quilómetros da capital Oslo.
Conheceu a sua esposa, Cátia, em Portugal e que o acompanhou nesta aventura.
Casaram em Dezembro de 2008 e têm dois filhos: o Duarte, de cinco anos, e a Alice, de dois anos. Ambos nasceram na Noruega.
“Portugal tem-se tornado num país de terceiro mundo”
Nuno Marques explica a O MIRANTE que as diferenças entre Portugal e a Noruega são tão grandes que não dá para comparar. “A Noruega é, em quase todos os aspectos, um país de primeiro mundo, enquanto Portugal tem-se tornado num país de terceiro mundo.
A principal diferença é ao nível profissional.
Aqui existe o reconhecimento do nosso trabalho e competências, onde a honestidade e transparência são valores bem visíveis na Noruega.
Não quero dizer que a Noruega seja um país perfeito, longe disso, mas em termos comparativos, para se sentir realizado e respeitado profissionalmente, a Noruega é, de facto, um dos melhores países para trabalhar”, considera.
A principal diferença é ao nível profissional.
Aqui existe o reconhecimento do nosso trabalho e competências, onde a honestidade e transparência são valores bem visíveis na Noruega.
Não quero dizer que a Noruega seja um país perfeito, longe disso, mas em termos comparativos, para se sentir realizado e respeitado profissionalmente, a Noruega é, de facto, um dos melhores países para trabalhar”, considera.
O treinador de guarda-redes não pretende regressar definitivamente a Portugal. “A cada ano que passa tenho menos vontade de um dia regressar a Portugal.
Quando olho para o meu país só vejo passado, enquanto a Noruega significa presente e futuro, tanto para mim como para os meus filhos”, afirma. Nuno e a família visitam Portugal duas vezes por ano.
No Verão viajam até ao Algarve e em Dezembro dividem-se entre Lisboa, Tomar e Seia, terra do seu pai, Pedro Marques, antigo presidente da Câmara de Tomar e actual vereador do movimento Independentes por Tomar.
Quando olho para o meu país só vejo passado, enquanto a Noruega significa presente e futuro, tanto para mim como para os meus filhos”, afirma. Nuno e a família visitam Portugal duas vezes por ano.
No Verão viajam até ao Algarve e em Dezembro dividem-se entre Lisboa, Tomar e Seia, terra do seu pai, Pedro Marques, antigo presidente da Câmara de Tomar e actual vereador do movimento Independentes por Tomar.
Do que sente mais falta é mesmo da família.
Sente-se triste por só poder abraçar a família apenas duas vezes por ano mas foi o percurso que escolheu e do qual não se arrepende.
Desde que teve os seus filhos que lhe custa menos estar longe dos seus familiares.
A parte menos boa da Noruega é o Verão “quase inexistente e muito instável”.
Em contrapartida, considera ser um país com uma “forte” cultura igualitária e inclusiva.
Os amigos noruegueses de Nuno têm uma óptima imagem de Portugal.
Elogiam sempre o bom tempo, a comida, o vinho e a cerveja. “Eles têm o hábito de ir de férias para Espanha mas digo-lhes sempre que Portugal é melhor porque os portugueses são mais simpáticos que os espanhóis e falamos melhor inglês”, conta.
Sente-se triste por só poder abraçar a família apenas duas vezes por ano mas foi o percurso que escolheu e do qual não se arrepende.
Desde que teve os seus filhos que lhe custa menos estar longe dos seus familiares.
A parte menos boa da Noruega é o Verão “quase inexistente e muito instável”.
Em contrapartida, considera ser um país com uma “forte” cultura igualitária e inclusiva.
Os amigos noruegueses de Nuno têm uma óptima imagem de Portugal.
Elogiam sempre o bom tempo, a comida, o vinho e a cerveja. “Eles têm o hábito de ir de férias para Espanha mas digo-lhes sempre que Portugal é melhor porque os portugueses são mais simpáticos que os espanhóis e falamos melhor inglês”, conta.
O guarda-redes com um vasto percurso académico
Nuno Marques nasceu a 17 de Março de 1981, em Tomar.
Começou a jogar futebol aos oito anos no União de Tomar, onde ficou até ao segundo ano de juvenil.
Ao contrário da maioria das crianças que prefere marcar golos, Nuno sempre quis ser guarda-redes. Diz que foi “muito e bem influenciado” pelo Mister Marques Alves. “Foi com ele que aprendi e ganhei ainda mais o gosto pela posição mais ingrata que existe no futebol, que é ser guarda-redes.
O facto de poder jogar também com as mãos despertou-lhe o interesse e motivação por esta posição.
Quando sofria um golo era um drama, derramei muitas lágrimas por cada golo que sofria. Parecia o fim do mundo”, recorda bem-disposto.
Começou a jogar futebol aos oito anos no União de Tomar, onde ficou até ao segundo ano de juvenil.
Ao contrário da maioria das crianças que prefere marcar golos, Nuno sempre quis ser guarda-redes. Diz que foi “muito e bem influenciado” pelo Mister Marques Alves. “Foi com ele que aprendi e ganhei ainda mais o gosto pela posição mais ingrata que existe no futebol, que é ser guarda-redes.
O facto de poder jogar também com as mãos despertou-lhe o interesse e motivação por esta posição.
Quando sofria um golo era um drama, derramei muitas lágrimas por cada golo que sofria. Parecia o fim do mundo”, recorda bem-disposto.
Desde que terminou a carreira futebolística que trabalha como consultor num organismo que corresponde à Segurança Social e ao Centro de Emprego e Formação Profissional em Portugal.
A partir de 1 de Setembro vai começar um novo desafio profissional como coordenador de estudos da Telemark University College, que lhe permite, a partir do ano lectivo 2016/2017, dar aulas no ensino superior.
Tudo isto vai ser conciliado com o cargo de treinador de guarda-redes.
A partir de 1 de Setembro vai começar um novo desafio profissional como coordenador de estudos da Telemark University College, que lhe permite, a partir do ano lectivo 2016/2017, dar aulas no ensino superior.
Tudo isto vai ser conciliado com o cargo de treinador de guarda-redes.
Apesar de ser profissional do futebol Nuno Marques nunca deixou de estudar.
Quando jogava no SL Benfica e Estrela da Amadora estudou Direito na Faculdade de Direito de Lisboa.
Emigrou para a Noruega quando frequentava o segundo ano do curso. “Poderia ter continuado o curso de Direito em norueguês mas, por razões familiares e profissionais, optei pela licenciatura em Inovação e Empreendedorismo pela Telemark University College.
Conclui a licenciatura, em norueguês, com média de B.
O A equivale a 18-20 valores em Portugal”, explica.
Terminou recentemente o mestrado em Relações Internacionais, na Norwegian University of Life Sciences.
Actualmente, está a preparar a sua tese, em colaboração com o Instituto Norueguês dos Negócios Estrangeiros, sobre política externa na União Europeia.
O seu objectivo final é concluir o percurso académico com o mestrado em Direito Internacional Público, na Universidade de Oslo.
Quando jogava no SL Benfica e Estrela da Amadora estudou Direito na Faculdade de Direito de Lisboa.
Emigrou para a Noruega quando frequentava o segundo ano do curso. “Poderia ter continuado o curso de Direito em norueguês mas, por razões familiares e profissionais, optei pela licenciatura em Inovação e Empreendedorismo pela Telemark University College.
Conclui a licenciatura, em norueguês, com média de B.
O A equivale a 18-20 valores em Portugal”, explica.
Terminou recentemente o mestrado em Relações Internacionais, na Norwegian University of Life Sciences.
Actualmente, está a preparar a sua tese, em colaboração com o Instituto Norueguês dos Negócios Estrangeiros, sobre política externa na União Europeia.
O seu objectivo final é concluir o percurso académico com o mestrado em Direito Internacional Público, na Universidade de Oslo.