Introdução
O futebol é um dos desportos mais populares no mundo. Praticado em centenas de países, este desporto desperta interesse em função de sua forma de se disputar a bola. Embora não se tenha muita certeza sobre os primórdios do futebol, historiadores descobriram vestígios dos jogos com bola em várias culturas antigas. Estes jogos de bola ainda não eram denominados como futebol, pois não havia a definição de regras como há hoje, porém demonstram o interesse do homem por este tipo de desporto desde os tempos antigos. O futebol tornou-se tão popular graças a sua simples maneira de jogar. Basta uma bola, duas equipas e a baliza, para que, em qualquer lugar, crianças e adultos possam divertir-se a jogar futebol. Na rua, na escola, ou até mesmo no quintal de casa, desde cedo jovens de vários cantos do mundo começam a praticar futebol.
História do Futebol
Origens do futebol na China Antiga
Na China Antiga, por volta de 3000 a.C., os militares chineses praticavam um jogo que na verdade era um treino militar. Após as guerras, formavam equipas para chutar a cabeça dos soldados inimigos. Com o tempo, as cabeças dos inimigos foram sendo substituídas por bolas de couro revestidas com cabelo. Formava-se duas equipas com oito jogadores e o objectivo era passar a bola de pessoa em pessoa sem deixar cair no chão, levando-a para dentro de duas estacas fincadas no campo. Estas estacas eram ligadas por um fio de cera.
O futebol na Idade Média
Há relatos de um desporto muito parecido com o futebol, embora usando muito mais a violência. O Soule ou Harpastum era praticado na Idade Média por militares que se dividiam em duas equipas: atacantes e defesas. Era permitido dar socos, pontapés, rasteiras e outros golpes violentos. Há relatos que mostram a morte de alguns jogadores durante a partida. Cada equipa era formada por 27 jogadores, onde as equipas tinham funções diferentes no campo.
O Futebol chega à Inglaterra
Pesquisadores concluíram que o futebol chegou a Inglaterra por volta do século XVII.
Na Inglaterra, o jogo ganhou regras diferentes e foi organizado e sistematizado. O campo deveria medir 120 por 180,00 m e nas duas pontas seriam instalados dois arcos rectangulares chamados de baliza. A bola era de couro e enchida com ar. Com regras claras e objectivas, o futebol começou a ser praticado por estudantes e filhos da nobreza inglesa. Aos poucos foi se popularizando. No ano de 1848, numa conferência em Cambridge, estabeleceu-se um único código de regras para o futebol. No ano de 1871 foi criada a figura do guarda-redes que seria o único que poderia colocar as mãos na bola e deveria ficar próximo à baliza para evitar a entrada da bola. Em 1875, foi estabelecida a regra do tempo de 90 minutos e em 1891 foi estabelecido o penalti, para castigar a falta dentro da área. O profissionalismo no futebol foi iniciado apenas em 1885 e no ano seguinte seria criada, na Inglaterra, a International Board, entidade cujo objectivo principal era estabelecer e mudar as regras do futebol se fosse necessário. No ano de 1897, uma equipa de futebol inglesa chamada Corinthian fez uma excursão fora da Europa, contribuindo para difundir o futebol em diversas partes do mundo. Em 1888, foi fundada a Football League com o objetivo de organizar torneios e campeonatos internacionais. No ano de 1904, foi criada a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association) que organiza até hoje o futebol em todo mundo. É a FIFA que organiza os grandes campeonatos de selecções (Campeonato do Mundo) de quatro em quatro anos.
A história do futebol português
O futebol moderno foi introduzido em Portugal em 1884 por Guilherme Pinto Basto, que havia regressado recentemente de Inglaterra. No entanto, foi preciso esperar quatro anos para que se realizasse o primeiro jogo oficial, nos arredores de Lisboa, na pitoresca vila costeira de Cascais.
O primeiro estádio
O arranque do futebol como um fenómeno popular manteve-se discreto, até que em 1893 um grupo de Cascais aproveitou para formar uma equipa constituída por expatriados ingleses. Nesse mesmo ano foi construído o primeiro campo de futebol no centro de Lisboa, no Campo Pequeno, no local onde hoje se encontra a Praça de Touros.
A ascensão do futebol
Rapidamente começaram a surgir vários clubes, o primeiro dos quais o Lisbonense, ao que rapidamente se seguiram o Real Ginásio Clube, o Carcavelos Clube e o Cabo Submarino, de exilados ingleses. Em 1894, o Rei D. Carlos I patrocinou um jogo de equipas representantes do Norte e do Sul, sendo que em 1910 existiam já três associações regionais com sede em Lisboa, Porto e Portalegre, que se fundiram numa só, quatro anos mais tarde.
O primeiro campeonato
A I Grande Guerra Mundial travou o desenvolvimento do futebol, mas em 1921 assistiu-se ao primeiro encontro internacional de Portugal, que resultou numa derrota por 3-1 frente a Espanha, e à realização do primeiro campeonato nacional, uma competição por eliminatórias ganha pelo FC Porto, em Junho. Em 1926, foi fundada a Federação Portuguesa de Futebol, e o desporto ganhou raízes fortes na sociedade.
Gestos técnicos do Futebol
Passe
Diferentes comentários do conceito de passe:
O passe de acordo com Ferreira é a "acção de enviar a bola a um companheiro ou determinado sector do espaço de jogo". Zappa (1947) afirma que o passe é a acção mais comum e frequente numa partida de futebol e o encanto mais apreciável do jogo.
Para onde passar?
. Para a frente do jogador a quem se destina o passe, para que o mesmo possa correr e progredir facilmente no terreno.
. Em direcção ao jogador a quem se destina o passe.
Quando passar?
. Deve ser feito no momento em que o jogador que está na posse da bola é atacado pelo adversário.
. No momento em que percebe a intenção do companheiro demarca-se, cuidando-se para não demorar na execução, pois poderá colocar o companheiro em impedimento.
Características do passe:
. Elemento de ligação entre componentes de uma equipa;
. O bom passe cobre mais rápido as distâncias, do que os deslocamentos;
. É um dos principais elementos do jogo;
. Existem várias formas de execução de um passe.
Tipos de passes:
1) Passe Longo: é todo aquele em que a bola é lançada a uma distância maior.
2) Passe Curto: é usado para permitir as jogadas mais rápidas entre os jogadores.
3) Passe para trás: feito quando não há possibilidades de progressão no terreno ou quando é preciso impedir a intervenção do adversário. Pode ser efectuado com a cabeça, calcanhar e parte lateral interna do pé, sendo esta mais aconselhável por ser mais precisa.
4) Passe Lateral: Executado com as partes laterais do pé, por denunciar menos a intenção de passar.
5) Passe Cruzado ou Diagonal: É o tipo de passe destinado a mudar a direcção de ataque. Quando é curto, deve ser feito com a parte lateral do pé, quando longo, com o peito do pé.
6) Passe em profundidade: É utilizado para lançar um atacante, devendo ser rasteiro e dirigido para o espaço, a fim de propiciar a fuga do mesmo.
7) Passe de Centro: É utilizado para colocar a bola em frente à baliza, efectuado com o peito do pé, pelo alto. Normalmente os centros partem dos médios e dos extremos.
Síntese:
Variações
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Formas
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Bola
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Parada Em movimento
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Executante
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Parada Em movimento
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Distância
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Curto Médio Longo
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Tipo
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Simples Bate-pronto: fica no chão e faz um passe Voleio: bola no ar e chuta sem que ela caia Bicicleta: indivíduo em suspensão tenta chutar para trás
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Trajectória
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Rasteira Parabólica Meia altura
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Toque
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Tradicional:
. Com a face interna do pé . Com a face externa do pé . Com a face anterior interna . Com o calcanhar . Com o dorso do pé . Com a ponta do pé . Com a cabeça
Especial:
. Coxa . Peito . Sola do pé
. Peito
. Sola do pé
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Condução da bola
A condução da bola é o acto de deslocar-se pelos espaços possíveis de jogo, tendo consigo a posse de bola. Sempre que na condução da bola tens um adversário ao lado, deves protegê-la, usando o pé mais afastado, de forma a cobrires a bola com o teu corpo:
. Se o adversário vem do lado esquerdo, conduz a bola com o pé direito e vice-versa.
. Põe sempre o teu corpo entre a bola e o adversário.
Passo a passo (condução com a parte interior do pé):
1º Recebe a bola suavemente com a parte interior do pé, mantendo-a junto ao solo.
2º Olhe a bola de cada vez que a recebe, levantando de seguida a cabeça para ver os companheiros e adversários.
3º Controle o deslocamento da bola, evitando que entre cada toque ela se afaste demasiado.
4º Mantém o tronco ligeiramente inclinado para a frente.
Finta:
A finta é o acto de desviar ou dar trajectória á bola, estando ela parada ou em movimento.
Recepção (domínio e paragem da bola):
A Recepção é a acção de interromper a trajectória da bola, tomando a posse desta. Sinónimos: Amortecimento, abafamento e domínio.
Passo a Passo:
1º Coloca-te de frente para a bola.
2º Volta a parte interior do pé na direcção da bola.
3º Fixa os olhos na bola, durante toda a sua trajectória.
4º Amortece a bola, recuando ligeiramente o pé quando a bola lhe bate.
Variações
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Formas
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Trajectória da Bola
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Rasteira Parabólica Meia altura
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Tipo de Recepção (mais comuns)
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Com a face interna do pé Com a face externa do pé Com o dorso do pé Coxa Peito
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O Remate:
O remate é a acção por excelência do futebol, a que na maioria das vezes, decide o resultado de um jogo. O remate é uma explosão de carácter repentino, que necessita de uma grande perfeição na sua execução. O rematador deve ser rápido em julgar a situação própria para o remate, quer na decisão, quer na execução, a qual deve ser tão explosiva como instantânea.
Técnica do remate:
O remate deve ser executado com potência e precisão. Ao rematar, o pé descreve um movimento parecido ao do pêndulo e pela lei do pêndulo sabemos que o ponto máximo de velocidade acontece ao passar pela vertical do ponto de sustentação. A máxima potência do remate consegue-se quando o pé activo passa pela vertical do ponto de sustentação – o joelho – momento que coincide com o adiantamento do pé que remata em relação ao pé de apoio. O mais importante para um remate à baliza é uma boa colocação do pé de apoio, o movimento repentino da perna livre e que o pé se encontre à altura da bola.
Tipos de remate:
O remate com a parte interior do peito do pé:
1º Coloca o pé de apoio ao lado da bola.
2º Vira para fora a ponta do pé que bate a bola.
O remate de cabeça:
1º Fixa os olhos na bola durante toda a sua trajectória.
2º Salta e usa os braços para te equilibrares.
3º Bate a bola com a testa, evitando fechar os olhos.
O drible e a finta:
1º Mantém a bola próxima do pé, enquanto te aproximas do defensor.
2º Inclina o corpo, simulando que te queres dirigir para um lado.
3º Se o defensor se inclina para esse lado, bate rapidamente a bola no sentido contrário, afastando-te dele – mudança de direcção.
Formação de barreiras:
No futebol os jogadores são capazes de colocar a bola com uma força e precisão fora do alcance do guarda-redes, desde a distância entre os 17 e os 25 metros. Por isso, vários jogadores, respeitando a distância de 9,15 metros, colocam-se de modo a dificultarem a marcação da falta, impedindo que a bola entre na baliza.
A barreira nos livres directos:
Na equipa que forma a barreira há um homem base que, se coloca á distância regulamentar de 9,15 metros, numa linha imaginária (desde a bola ao poste mais próximo da sua baliza). Uma vez este jogador colocado na sua posição, os companheiros colocam-se ao seu lado, para tentar tapar o ângulo da sua baliza. O número de jogadores que compõem a barreira varia segundo a distância que separa a bola da baliza. A posição dos restantes jogadores da equipa defensora é de marcação aos jogadores adversários. O guarda-redes deverá colocar-se próximo do segundo poste, que é o que fica mais desprotegido pela barreira.
Regras do Futebol
Campo de Futebol
Pavimentação do campo:
Os encontros de futebol normalmente são realizados em campos constituídos por relva natural, no entanto, existem também recintos de relva sintética. Em Portugal, por regulamentação da Liga de Clubes, as equipas da primeira e segunda divisão jogam em campos de relva. As formações da terceira divisão estão abrangidas pela regulamentação da Federação Portuguesa de Futebol, que determina que as mesmas não têm a obrigatoriedade de terem um recinto relvado no ano em que sobem de divisão. Tal obrigação, só existe a partir do momento em que, as referidas formações estiverem quatro épocas consecutivas ou cinco temporadas alternadas no terceiro escalão. Esta lei foi implementada na época de 1993/1994. No entanto, existem equipas que por uma questão financeira preferem ter um campo com relva sintética, que tem uma manutenção de custos mais barata.
Dimensões:
Um campo de futebol é rectangular e deve ter um comprimento mínimo de 90 m e o máximo de 120 m. A largura deverá ser de 45 m no mínimo e de 90 m no máximo.
Limites do Campo:
O campo de jogo é rectangular dividido por duas partes através de uma linha central. Durante a realização da partida, a bola deve ser jogada dentro dos limites do campo.
No meio, existe uma circunferência com um raio de 9,15m, tendo uma pequena marca circular no centro, onde deve ser dado o pontapé de início de jogo.
Pequena Área
A pequena área é também rectangular e tem dimensões mais reduzidas, estando inserida na grande área. Esta zona tem uma largura de 5,5m e um comprimento de 18,32 m.
Grande Área:
A grande área é a zona do campo próxima da baliza delimitada por um rectângulo, que tem a dimensão de 16,5 m de largura e 40,32 m de comprimento. O guarda-redes somente poderá jogar a bola com as mãos na zona da grande área, caso contrário, o mesmo é admoestado com uma falta. Em cada área penal será marcado um penalti aos 11 metros de distância do ponto médio entre os postes. No exterior de cada grande área se traçará, um semicírculo de raio 9,15 metros.
As Balizas:
As balizas de um campo de futebol estão situadas no meio da linha mais recuada do campo, a uma distância equidistante das bandeirolas e devem ter 7,32m de largura entre os postes e 2,44m de altura. Podem ser colocadas redes fixadas nas balizas e no solo atrás das mesmas, desde que estejam presas de forma conveniente e não atrapalhem o guarda-redes.
Bandeirolas:
As bandeirolas são pequenas bandeiras que estão colocadas nos quatro cantos do campo e têm a altura de 1,5m. A marcação do pontapé de canto deve ser feita a partir da marca limite da bandeirola.
Esquema de um campo de futebol:
A Bola
Antes de cada Mundial, a FIFA realiza um concurso para escolher a bola oficial da competição. Em 1970 a bola oficial foi a “Telstar”, fabricada pela Adidas. Desde então a empresa é patrocinadora da Copa. As regras oficiais determinam que a bola deve ser:
. Esférica;
. De couro ou outro material adequado;
. Com uma circunferência não superior a 70 cm e não inferior a 68 cm;
. Com peso não superior a 450 g e não inferior a 410 g, no começo da partida;
. Com pressão equivalente a 0,6 – 1,1 atmosfera (600 – 1100 g/cm2) ao nível do mar.
Jogadores
Número de jogadores:
A partida será jogada por duas equipas formadas por um máximo de 11 jogadores cada uma, dos quais um jogará como guarda-redes. A partida não se iniciará se uma das equipas tiver menos de sete jogadores.
Competições oficiais:
Poderão ser utilizados como máximo três substitutos em qualquer partida de uma competição oficial jogada sob os auspícios da FIFA, as Confederações ou das Associações Nacionais. O regulamento da competição deverá estipular quantos substitutos poderão ser designados, desde três até um máximo de sete.
Outras competições:
Em outras competições poderão utilizar-se como máximo cinco substitutos, sempre que:
. as equipas em questão cheguem a um acordo sobre o número máximo;
. o árbitro tenha sido informado antes do início da partida;
. Caso o árbitro não tenha sido informado, ou não se tenha chegado a um acordo antes o início da partida, não se admitirão mais de três substitutos.
Todos os jogos:
Em todas os jogos, os nomes dos substitutos deverão ser entregues ao árbitro antes do início do jogo. Os substitutos que não tenham sido designados desta maneira, não poderão participar no jogo.
Procedimentos de substituição:
Para substituir um jogador por um substituto deverão ser observadas as seguintes condições:
. O árbitro deverá ser informado da substituição proposta antes que esta seja efectuada;
. O substituto não poderá entrar em campo e jogo até que o jogador o qual substituirá tenha abandonado o campo de jogo e recebido o sinal do árbitro;
. O substituto entrará em campo e jogo unicamente pela linha central e durante uma interrupção o jogo;
. Uma substituição ficará consumada quando o substituto entra em campo de jogo;
. A partir desse momento o substituto converte-se em jogador, e o jogador ao qual substitui deixa de ser jogador;
. Um jogador que tenha sido substituído não poderá participar mais no jogo;
Equipamento
Segurança
Os jogadores não utilizarão nenhum equipamento nem levarão nenhum objecto que seja perigoso para eles mesmos ou para os restantes jogadores (incluindo qualquer tipo de jóias).
Equipamento básico
O equipamento básico de um jogador é:
. Uma camisola;
. Calções - caso usem calções térmicos, estes deverão ter a cor principal dos calções do uniforme;
. Meias;
. Caneleiras;
. Chuteiras.
Caneleiras:
. Deverão estar abertas e cobertas completamente pelas meias;
. Deverão ser de um material apropriado (borracha, plástico ou material similar);
. Deverão proporcionar um grau razoável de protecção.
Guarda-redes
Cada guarda-redes vestirá cores que o diferenciem dos restantes jogadores, do árbitro e dos árbitros assistentes. Jogos onde a equipa visitante está com um uniforme de cor igual ou que possa confundir os jogadores da mesma equipa serão obrigados a utilizar uniformes de cores diferente, nesse caso o uniforme dito "número 2".
Equipa de Arbitragem
Um jogo de futebol é dirigido por uma equipa de arbitragem, constituída por um árbitro principal, dois árbitros assistentes e o designado 4º árbitro. Todos eles usam normalmente um equipamento que apresenta uma cor diferente das cores dos equipamentos das equipas de futebol, com o objectivo de não serem confundidos com as mesmas. O árbitro tem como função controlar o tempo do jogo, assinalando o seu início e o seu fim e é responsável por supervisionar, no decorrer do jogo, a disciplina dos jogadores, impedindo que os mesmos infrinjam as regras estabelecidas. Sempre que um atleta cometer uma falta, o árbitro deve assinalar a respectiva infracção a favor da equipa que foi prejudicada. Consoante a gravidade da falta, tem também a função de mostrar os cartões amarelos e vermelhos aos jogadores. Os árbitros assistentes usam uma pequena bandeira para assinalar os foras de jogo de cada equipa e, ajudam o árbitro a marcar faltas em situações de dúvida. No final de cada encontro, o árbitro deve elaborar um relatório, que deve ser entregue na entidade responsável pela organização do jogo em causa. A partir de 1995, as equipas de arbitragem passaram a contar com um outro elemento, o quarto árbitro. A sua função diz respeito ao auxílio que presta ao árbitro principal na resolução de situações duvidosas e que possam acontecer fora do ângulo de visão do juiz principal. Em Portugal, as entidades responsáveis pela organização das provas são a Liga de Clubes de Futebol, que organiza o Campeonato Nacional e a Federação Portuguesa de Futebol, responsável pela organização da Taça de Portugal.
Duração do Jogo
Uma partida de futebol deve durar 90 minutos, divididos em duas partes (tempos) de 45 minutos cada. Entre as duas partes existe uma pausa de 15 minutos. O árbitro é o contador oficial do tempo decorrido e pode descontar no fim da partida os minutos perdidos em razão de substituições de jogadores, lesões que tenham requerido atendimento médico e outras paragens. O tempo descontado (e não "acrescido" como normalmente é dito) deve corresponder o mais precisamente ao tempo perdido durante as paragens. Em jogos em que está presente o quarto árbitro, que fica à margem do campo de jogo, é este que sugere ao árbitro principal o tempo que deve ser descontado ao fim de cada tempo da partida. Em determinados jogos, é necessário que uma das equipas seja declarada vencedora, não podendo haver empate. Neste caso, não havendo vencedor ao fim dos noventa minutos regulares, o árbitro determina a continuidade da disputa num prolongamento, constituído por trinta minutos divididos em dois tempos de quinze minutos. Em algumas competições, a primeira equipa a marcar um golo no prolongamento é declarado vencedor, ao que se dá o nome de morte súbita ou "golo de ouro" (golden goal). Se no fim do tempo do prolongamento nenhum das duas equipas estiver à frente do marcador, o árbitro determina por fim a disputa por penaltis
Inicio e recomeço do Jogo
No início da partida ou quando é marcado um golo, a bola deverá sempre ir ao meio campo, e deve ser batida sempre para a frente da linha de meio campo e sempre com um toque indirecto, ou seja um jogador não pode seguir ou rematar a bola sem que o outro lhe passe. Dentro do grande círculo do meio de campo, quando é dado o "pontapé" de saída, só podem estar dentro desse círculo os jogadores da equipa a quem pertencer a bola.
Bola fora de Jogo
A bola está fora de jogo quando:
1º - Tiver atravessado inteiramente uma linha lateral ou de fundo, seja por terra ou pelo ar;
2º - Quando a partida tiver sido interrompida pelo árbitro.
A bola estará em jogo:
1º - Se permanecer em campo depois de chocar-se com as traves, ou as bandeirinhas de canto, o árbitro ou os fiscais de linha;
2º - Enquanto não se toma uma decisão sobre uma suposta infracção às regras.
Golo
Ressalvadas as excepções previstas nas regras, se considerará golo quando a bola ultrapassar totalmente a linha de fundo, entre as traves e por baixo da trave, sem que tenha sido lançada, levada ou golpeada com a mão ou o braço de um jogador da equipa atacante – excepto o guarda-redes, quando dentro da grande área. A equipa que marcar maior número de golos ganhará o jogo. Se não houver golos, a partida terminará empatada. No entanto, a decisão por penaltis é prevista no regulamento de algumas competições futebolísticas, quando a igualdade no marcador insiste em prevalecer. São cobradas cinco séries de penaltis, uma para cada equipa, até que uma seja declarada vencedora por ter feito um golo à mais do que o rival, ou se este não puder alcançar a igualdade. Somente podem cobrar penaltis a jogadores que estejam participando no jogo; atletas expulsos não estão autorizados a participar das penalidades. Durante estas, os jogadores de ambas as equipas permanecem no círculo central, com excepção dos guarda-redes, que esperam pela bola na grande área. O penalti pode ser cobrado em dois toques, desde que a bola seja rolada para frente e o segundo jogador a toca-la esteja fora da área no momento da cobrança.
Faltas e incorrecções
Um jogador que cometa intencionalmente uma das nove faltas seguintes será punido com um livre directo, marcado no local onde ocorreu:
1. Pontapear ou tentar pontapear um adversário;
2. Derrubar ou tentar derrubá-lo, usando a perna ou agachando-se atrás ou à sua frente;
3. Saltar sobre um adversário;
4. Atacar violenta ou perigosamente um adversário;
5. Atacar por trás um adversário que não lhe fez obstrução;
6. Atingir ou tentar atingir um adversário;
7. Segurá-lo com a mão ou o braço;
8. Empurrá-lo;
9. Tocar a bola com a mão ou o braço.
Se qualquer destas faltas for cometida por um defensor dentro de sua grande área, será punido com um penalti.
O jogador responsável por uma das seis faltas seguintes, será punido com um livre indirecto:
1. Jogar de forma perigosa (chutar a bola quando esta estiver com o guarda-redes, por exemplo);
2. Investir lealmente - isto é, com o ombro - sobre um adversário, quando a bola não estiver à distância de jogo dos envolvidos e estes não tencionam participar na jogada;
3. Sem tocar na bola, obstruir intencionalmente um adversário, colocando-se como obstáculo entre ele e a bola;
4. Atacar o guarda-redes, a menos que ele detenha a bola, obstrua um adversário ou esteja fora da grande área;
5. Sendo guarda-redes, dar mais de quatro passos com a bola nas mãos, tocá-la antes de outro jogador depois de tê-la colocado em jogo, ou retardar a partida;
6. Sendo guarda-redes, receber a bola atrasada por um companheiro com o pé.
Também com um livre indirecto serão punidas as seguintes faltas:
1. Infracções constantes às regras de jogo;
2. Reclamação, com palavras ou gestos, a qualquer decisão do árbitro;
3. Conduta incorrecta.
Sofrerão expulsão os jogadores que:
1. Se mostrarem, segundo a opinião do árbitro, violentos;
2. Usarem de linguagem injuriosa;
3. Persistirem nas infracções após terem sido advertidos;
4. Derrubarem por trás os adversários que estiverem correndo com a bola na direcção do golo;
5. Evitarem golos eminentes desviando a bola com a mão.
Partidas interrompidas para uma expulsão, sem que outra falta tenha sido assinalada, serão reiniciadas com um livre indirecto contra a equipa do jogador punido.
Pontapé de baliza
Atribuição:
Um pontapé de baliza é atribuído à equipa defensiva quando a bola sai completamente do campo pela linha de fundo (tanto no solo como no ar) sem que um golo tenha sido marcado, tendo sido tocada por último por um jogador atacante.
Procedimento:
A bola é inicialmente colocada em qualquer sítio dentro da área de golo (grande área) defensiva. Todos os jogadores adversários têm que se encontrar fora da grande área até que a bola esteja em jogo. Na situação de pontapé de baliza, considera-se que a bola está em jogo no momento em que é pontapeada e sai da grande área. Um golo pode ser marcado directamente a partir de um pontapé de baliza, mas apenas contra o lado do adversário (i.e. um auto-golo ou golo contra não pode ser marcado). Além disso, um jogador não pode ser penalizado por fora-de-jogo directamente através de um pontapé de baliza.
Acções Técnico-Tácticas
Existem duas grandes fases no futebol:
Ataque – a equipa tem posse de bola, procura mantê-la e tenta criar situações de progressão e concretização.
Defesa – a equipa não tem posse de bola, procura apoderar-se dela e tenta impedir a criação de situações de progresso e finalização por parte da equipa adversária.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
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Ataque
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Defesa
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*penetração
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*contenção
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*cobertura ofensiva
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*cobertura defensiva
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*mobilidade
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*equilíbrio
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*espaço
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*concentração
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Se te encontras na posse da bola, deverás ter como primeira preocupação a finalização (marcação de golo), ou procurar espaço livre que te permita a progressão em direcção à baliza de equipa adversária – penetração. Em resposta à tua penetração, a equipa adversária deverá colocar um jogador entre o portador da bola (que és tu) e a baliza, de modo a fechar, imediatamente, a linha de remate ou de progressão para a baliza – contenção. Perante esta igualdade numérica (1x1), a equipa que defende corre mais riscos. Assim esta deve-se preocupar em criar uma situação de superioridade numérica, colocando, deste modo, um segundo jogador a defender – cobertura defensiva. Agora a tua equipa está em inferioridade numérica e para que se estabeleça, de novo, o equilíbrio, surge um segundo atacante – cobertura ofensiva. Nesta situação de 2 x 2, o segundo atacante deve afastar-se do portador da bola, isto é, deve afastar-se de ti, de modo a que fiques liberto da cobertura defensiva e assim possas reconstruir o 1 x 1. Se o segundo defesa não acompanha o segundo atacante, está então criada uma linha de passe. Deverás passar a bola de forma a criar uma situação de 1x 0 – mobilidade. A equipa que está a defender pode optar por uma das alternativas, no entanto, o segundo defesa deverá acompanhar o segundo atacante, restabelecendo-se situações de igualdade numérica (1 x 1) – equilíbrio. Quando estás a atacar tens todo o interesse em tornar o jogo mais aberto, com maior amplitude, em largura e profundidade, em criar linhas de passe, obrigando assim a equipa adversária a flutuar e a ter maior dificuldade em criar situações de superioridade numérica – espaço. Se estás a defender deves ter preocupações bem contrárias às anteriores, isto é, restringir o espaço disponível para jogar, diminuir a amplitude do ataque, obrigar o adversário a jogar em espaços reduzidos, de forma a facilitar a cobertura defensiva e a criação premente de situações de superioridade numérica – concentração. Por tudo quanto se referiu, facilmente podemos concluir que as tarefas de um jogador podem variar e depende se está a atacar ou a defender.
Conclusão
Entre os vários desportos, o futebol é aquele que mais tem contribuído para projectar internacionalmente a imagem do país. O futebol é o desporto nacional que tem um papel importante como instrumento educacional, pois gera oportunidades e prepara as novas gerações para o futebol. Além de colocar as crianças de todas as classes sociais lado a lado, ensina valores como cooperação e respeito e diminui as diferenças culturais.